Sob pressão dos cortes de gastos e aumentos de impostos forçados pela crise das dívidas públicas, os 17 países da Zona do Euro registraram em conjunto uma queda de 0,1% no produto regional bruto de julho a setembro de 2012, informou hoje a Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia.
Como houve uma contração de 0,2% no trimestre anterior, está caracterizada uma recessão. Na UE como um todo, com 27 países, houve expansão de 0,1%.
Agora, as duas maiores economias que usam o euro como moeda, a Alemanha e a França cresceram 0,2% no terceiro trimestre deste ano.
Numa lenta desaceleração, a Alemanha avançou 0,5% no primeiro trimestre e 0,3% no segundo.A França escapou da recessão. Vinha de dois trimestres de estagnação no fim de 2011 e início de 2012, seguido de um recuo de 0,1% de abril a junho deste ano.
A terceira maior economia do euro, a Itália, continuou em recessão, com queda de 0,2% no produto interno bruto. O mesmo aconteceu com a quarta, a Espanha, que encolheu 0,3%. A situação é mais dramática na Grécia, que perdeu 7,2% do produto interno bruto num ano.
"A onda recessiva que varre os países do Sul começa a contaminar o núcleo mais sólido da Eurozona", comentou o economista holandês M. van Vliet, observando que a Holanda recuou 1,1% e a Áustria 0,1%.
Com a crise de 2008, a Eurozona entrou em recessão, voltando a crescer no terceiro trimestre de 2009. Enfrenta agora um segundo mergulho na recessão sem que as políticas de arrocho fiscal impostas pela Alemanha e outros países do Norte da Europa mostrem resultados positivos.
Ao contrário, protestos em 23 dos 27 países da União Europeia convocados ontem por sindicatos indicam o esgotamento político dos programas de ajuste fiscal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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