quinta-feira, 15 de novembro de 2012

China apresenta nova liderança do Partido Comunista

No encerramento de seu 18º Congresso, o Partido Comunista da China acaba de apresentar o novo Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central, que foi reduzido de nove para sete membros. São os novos imperadores que mandam na segunda maior economia do mundo e em 1,3 bilhão de pessoas.

Xi Jinping
O vice-presidente Xi Jinping foi eleito secretário-geral do PC. Em fevereiro, deve assumir também a Presidência da República Popular da China por um mandato de cinco anos renovável por mais cinco anos. Assim, a expectativa é que Xi trabalhe para consolidar o poder no primeiro mandato e deixe medidas mais ousadas para o segundo.

Seu número dois será o vice-primeiro-ministro Li Keqiang,  um economista com PhD pela Universidade de Beijim que será promovido a primeiro-ministro. Será a principal autoridade econômica do governo. A economia que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos está em desaceleração e tenta se reorientar do comércio exterior para o mercado interno.

Os outros membros são considerados conservadores. O liberal Wang Yang não foi promovido.

Neste momento, Xi Jinping discursa. Destaca a contribuição da China para a humanidade, mas adverte que o país vive um momento crucial de seu desenvolvimento e já fracassou antes. Defende uma "nova China, voltada para o futuro e a prosperidade, em vez da velha China", uma referência à velha guarda saudosista do maoísmo.

"É preciso continuar trabalhando duro para a grandeza da nação chinesa e assim contribuir para a grandeza da humanidade", exorta o novo líder chinês, filho de um revolucionário perseguido durante a Revolução Cultural, o que o fez boa parte da juventude numa aldeia camponesa miserável.

Entre suas prioridades, o novo secretário-geral citou combate à corrupção, segurança, empregos, saúde, melhores condições de habitação, um meio ambiente mais bonito. "Nossa missão é liderar todas as pessoas e o partido para liberar suas mentes e aumentar a produtividade, liberar nossa maneira de pensar para desenvolver as forças produtivas e resolver os problemas que as pessoas enfrentam no dia a dia para garantir prosperidade para todos", prometeu Xi.

"Somos orgulhosos, mas cautelosos. Nosso partido serve o povo de todo o coração e como nação capturamos a atenção do mundo. Mas não podemos dormir sobre nossos louros. Estamos enfrentando vários desafios, especialmente a corrupção de membros do partido e burocratas. Há muitos problemas a serem resolvidos, como corrupção, burocratismo, falta de contato com o povo. Todo o partido deve estar vigilante", exortou o futuro presidente da China (2013-23).

O PC "precisa liderar o desenvolvimento social, mantendo contato próximo com o povo. Não há dificuldade que não possamos superar. Nossa determinação de servir o povo é ilimitada. Enquanto nos unirmos, não há nada que não possamos fazer", acrescentou, defendendo o monopólio de poder do partido.

"A China precisa conhecer melhor o mundo, e o mundo conhecer melhor a China", concluiu o novo líder do PC chinês, numa mensagem conciliadora, de busca do entendimento, que com certeza será bem recebida pelo resto do mundo.

O presidente que sai em março, Hu Jintao, é um burocrata cinzento com cabelo pintado de preto, um homem da máquina partidária. Há esperanças de que Xi Jinping, que morou no estado de Iowa por um tempo nos anos 80, e viajou bastante ao exterior seja mais aberto para o mundo no momento em que a China tem de assumir cada vez mais responsabilidades como grande potência mundial.

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