A recuperação econômica mundial será fraca, desigual e hesitante nos próximos dois anos por causa da crise das dívidas públicas da Zona do Euro e do risco de um "abismo fiscal" nos Estados Unidos previu hoje a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em vez dos 3,4% da previsão de seis meses atrás, o mundo deve crescer apenas 2,9% neste ano. Para 2013, a expectativa recuou de 4,2% para 3,4%.
"O mundo ainda está longe de sair do mato", observou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, em Paris ao lançar sua última Perspectiva Econômica. "Se o 'abismo fiscal' dos EUA se materializar, pode jogar uma economia já enfraquecida na recessão, enquanto o fracasso para resolver a crise na Eurozona pode levar a um grande choque financeiro e a um declínio global".
Caso os EUA evitem o "abismo fiscal", devem crescer 2% em 2013 e 2,8% em 2014. Para o Japão, a expectativa é mais modesta: 0,7% em 2013 e 0,8% em 2014. A Eurozona terá uma leve recessão de 0,1% em 2013 e retoma o crescimento em 2014, com expansão de 1,4%.
Entre os países emergentes, a China deve crescer 8,5% em 2013, mais do que em 2012, e 8,9%. Outras economias emergentes importantes como Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia e Rússia também devem avançar.
Para o Brasil, a previsão é de uma alta de 4% no produto interno bruto em 2013 e 4,1% em 2014, depois de um avanço pobre de 1,5% neste ano, menos do que a Índia e a Indonésia, praticamente o mesmo que a Rússia e um pouco mais do que a África do Sul. Mas os analistas de mercado brasileiros já consideram esses números otimistas demais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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