quarta-feira, 12 de junho de 2019

Hong Kong adia debate sobre lei de extradição para a China

Diante de uma onda de protestos populares, o Conselho Legislativo de Hong Kong adiou hoje o debate sobre um projeto de lei que permite a extradição para a República Popular da China, onde a Justiça é controlada pelo regime comunista.

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da ex-colônia britânica e enfrentaram a polícia hoje, depois de uma manifestação de cerca de 1 milhão no domingo passado, 9 de junho, quando também houve protestos na Alemanha, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Apesar das manifestações, o governo regional pretende retomar a tramitação do projeto e realizar a votação nas próximas semanas. Mas os protestos devem continuar. Desta vez, não são apenas estudantes. Empresários e profissionais liberais também não querem o fim da independência do Judiciário de Hong Kong.

Como o regime comunista chinês se nega a ceder sob pressão, já acusou estrangeiros pela onda de protestos e tem maioria no parlamento local, a lei deve ser aprovada, mesmo contrariando o acordo assinado com o Reino Unido em 1984 para a devolução da colônia à China, em 1997.

A governadora Carrie Lam, subserviente a Beijim, quer marcar a votação para quinta-feira da próxima semana. O projeto amplia a lei de extradição, que hoje tem 20 países, para incluir a República Popular da China, Macau e Taiwan.

A partir de 1º de julho de 1997, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial em que a China prometeu manter o sistema capitalista e as liberdades democráticas por 50 anos, na fórmula "um país, dois sistemas", que gostaria de aplicar também a Taiwan. Está ignorando o acordo.

Nenhum comentário: