O Japão vai prometer acelerar os cortes nas tarifas de importação de produtos agrícolas nas negociações conduzidas pelo ministro da Revitalização Econômico, Toshimitsu Motegi, e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, noticiou o jornal Japan Today. Eles se encontram amanhã.
A tarifa do Japão sobre carne bovina importada dos EUA cairia imediatamente para 26,6%, como se os EUA tivessem aderido à Parceria Transpacífica, e para 25,8% daqui a um ano. Hoje a tarifa é de 38,5%.
Em troca, o Japão deve pedir a redução das tarifas de importação de veículos, hoje em 2,5% para automóveis e 25% para caminhões.
Um dos primeiros atos do presidente Donald Trump foi rejeitar o acordo comercial com 11 países da orla do Oceano Pacífico (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã) negociado no governo Barack Obama (2009-17). Era uma iniciativa para estabelecer as regras do jogo na região sem se submeter ao crescente poderio econômico da China.
Desde então, o Japão busca um acordo bilateral com os EUA. Historicamente, o Japão, um arquipélago com dois terços da área imprópria para a agricultura, subsidia seus agricultores e protege o mercado interno com barreiras tarifárias.
O arroz japonês é várias vezes mais caro do que o preço internacional, mas cada vez que chegava um carregamento de arroz importado ao Japão aparecia algum especialista para torcer o nariz e dizer que o estrangeiro não era igual ao arroz japonês.
Depois de um acerto entre Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, no fim do ano passado, as negociações começaram no começo deste ano. O Japão tem pressa. Até novembro, as tarifas de importação de veículos japoneses pelos americanos estão suspensas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário