A Índia testou hoje um míssil de longo alcance, o Agni-5, capaz de levar ogivas nucleares a até 5 mil quilômetros de distância e de atingir qualquer ponto da China.
Há uma corrida armamentista na Ásia, e os indianos não querem ficar para trás da cada vez mais rica e poderosa China, que já tem submarinos, mísseis antiporta-aviões e antissatélites capazes de neutralizar a superioridade militar dos Estados Unidos no Oceano Pacífico.
Durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, quando uma ampla aliança liderada pelos Estados Unidos expulsou as forças iraquianas de Saddam Hussein que tinham invadido o Kuwait, a Índia concluiu que para enfrentar os americanos é preciso ter armas de destruição em massa, de preferência nucleares.
O país começou a fazer sua bomba atômica depois de uma derrota para a China numa guerra de fronteiras, em 1962. Até hoje, a Índia reivindica uma parte da Caxemira chinesa, enquanto o Paquistão reivindica toda a Caxemira indiana.
A primeira bomba atômica indiana teria sido testada secretamente em 1974, no governo Indira Gandhi. Quando o Partido Baratiya Janata (BJP, do inglês), nacionalista hindu, chegou ao poder, em 1998, decidiu assumir abertamente o status de potência nuclear e fez explosões experimentais.
Inimigo histórico, o Paquistão respondeu em seguida, testando suas próprias armas atômicas, desenvolvidas com o apoio de sua aliada, a China, e a espionagem de Abdul Kadir Khan, conhecido como o pai da bomba paquistanesa.
Índia e Paquistão travaram três guerras desde que se separam do Império Britânico e se dividiram, a um custo inicial de 2 milhões de vidas. Mas, desde que se tornaram potências nucleares, houve escaramuças, especialmente em áreas remotas, mas não guerras como as de 1947, 1965 e 1971.
Da última guerra, nasceu Bangladesh, o antigo Paquistão Oriental, um dos países mais pobres do mundo, agora se beneficiando da ascensão econômica da Ásia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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