segunda-feira, 23 de abril de 2012

Crise derruba mais um governo na Europa

A rainha Beatrix deve convocar eleições antecipadas na Holanda depois do colapso da coalizão de centro-direita por causa da recusa do Partido da Liberdade, de extrema direita, de aceitar novos cortes orçamentários para reduzir o déficit público do país, hoje em 4,6% do produto interno bruto. O pacto fiscal que sustenta o euro prevê um limite de 3% do PIB para o déficit.

Com o impasse orçamentário, a Holanda pode perder a nota máxima da agências de classificação de risco. O país tinha um governo de direita, que perdeu o apoio da ultradireita, e ficou sem maioria no Parlamento, levando o primeiro-ministro Mark Rutte a pedir demissão hoje..

O Partido da Liberdade, anti-imigrantes e antimuçulmanos, liderado por Geert Wilders, é contra a União Europeia. Por oportunismo, resolveu se opor aos cortes orçamentários no momento em que a quinta maior economia da Zona do Euro luta para crescer e aumentar a arrecadação de impostos.

"Não vou submeter os holandeses aposentados à ditadura de Bruxelas", alegou o líder neonazista.

A crise econômica já derrubou governos na Islândia, Irlanda, Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália, duas vezes na Grécia e agora na Holanda. Na França, o presidente Nicolas Sarkozy perdeu no primeiro turno e tem agora duas semanas para se recuperar até o segundo turno, em 6 de maio de 2012.

Há uma fadiga no continente com os programas de austeridade impostos pela Alemanha. O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, explora esse descontentamento popular para cobrar mecanismos de crescimento da UE.

O primeiro chefe de governo da Europa a cair, o ex-primeiro-ministro islandês Geir Haarde, foi condenado hoje por uma das cinco acusações de que foi alvo por causa do colapso do sistema financeiro do país.

A Islândia não faz parte da UE, mas foi obrigada a honrar todos os compromissos financeiros de seus bancos. Isso levou o país à falência. Foi o primeiro país a quebrar com a crise iniciada em 2008.

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