quinta-feira, 26 de abril de 2012

Desemprego cai menos em estados-chaves nos EUA

Má noticia para o presidente Barack Obama: o desemprego caiu menos nos 14 estados decisivos para a vitória na eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos.

No regime político americano, o presidente é eleito por um Colégio Eleitoral formado por 538 delegados que representam os estados da União. São necessários pelo menos 270 votos desses grandes eleitores para chegar à Casa Branca. Quando um candidato vence a eleição no voto popular em um estado, conquista todos os delegados daquele estado.

Assim, nos estados mais liberais, como Califórnia e Nova York, que tradicionalmente votam no Partido Democrata, o voto republicano para a Casa Branca acaba não pesando no resultado final.  Por outro lado, em estados conservadores como o Texas, as Dakotas do Norte e do Sul, Kansas e boa parte do Centro-Sul dos EUA, a vitória republicana é certa e o voto democrata para presidente não pesa.

Quando Jimmy Carter foi eleito, em 1976, houve disputa real em 40 estados. Mas, desde que Ronald Reagan forjou uma aliança do Partido Republicano com os cristãos conservadores, a partir de sua vitória, em 1980, a polarização entre liberais e conservadores aumentou. Há uma série de chamadas guerras culturais sobre aborto, drogas, homossexualismo, religião nas escolas públicas que dividem profundamente a sociedade americana.

Na reeleição de George W. Bush, em 2004, os democratas só ganharam nos três estados da Costa Oeste, em Nova York, na Nova Inglaterra e na região dos Grandes Lagos, junto ao Canadá, as regiões dos EUA mais abertas para o mundo. O estado de Ohio foi considerado decisivo, como a Flórida tinha sido em 2000, quando o governador Jeb Bush, irmão do candidato, deu uma mãozinha e fraudou a eleição, com a conivência de uma Suprema Corte conservadora, que não autorizou a recontagem dos votos pedida pela candidatura democrata de Al Gore.

Agora, o jornal inglês Financial Times comparou os dados sobre geração de empregos dos 14 estados que estão realmente em jogo, onde Obama e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, praticamente certo como candidato do Partido Republicano, vão concentrar suas campanhas.

Romney esteve em Novo Hampshire na terça-feira e hoje foi a Ohio. Obama esteve nesta semana na Carolina do Norte, no Colorado e em Iowa. Os comícios para o lançamento oficial de sua campanha à reeleição serão na próxima semana em Ohio e na Virgínia.

Outro estado decisivo é a Flórida. Romney pode indicar o jovem senador Marco Rubio para candidato a vice-presidente numa tentativa de agradar à Flórida e aos conservadores. Rubio foi eleito no estado em 2010 com o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá, que perdeu muita força mas ainda é uma base importante do partido.

Os outros estados-chaves examinados foram Maine, Michigan, Minnesota, Nevada, Novo México, Pensilvânia e Wisconsin.

De março de 2011 a março de 2012, esses 14 estados-chaves tiveram um saldo de 406 mil empregos gerados a mais do que destruídos, um aumento de 0,97% em relação aos 41,8 milhões de empregos registrados no início da pesquisa.

Nos demais estados e no Distrito de Colúmbia, foram abertas 1,22 milhão de novas vagas de emprego a mais do que fechadas, uma alta de 1,36% em relação aos 89,3 milhões de empregos preexistentes.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, nenhum presidente americano se reelegeu com taxa de desemprego acima de 7,2% no dia da votação. Hoje o índice está em 8,2%. A redução do número de empregos gerados no mês passado de cerca de 200 mil para pouco mais de 120 mil indica uma desaceleração no mercado de trabalho.

"É um risco para a campanha de Obama falar de recuperação da economia em estados onde a geração de empregos tem sido fraca", observa Matt McDonald, consultor da empresa Hamilton Place Strategies.

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