Quando o presidente Hu Jintao ligou para um investigador anticorrupção que inspecionava a cidade de Xunquim em agosto de 2011, equipamentos de contraespionagem detectaram que o telefone tinha sido grampeado pela polícia local, a serviço de Bo Xilai.
Até agora, o expurgo de Bo tinha sido atribuído a um suposto neomaoísmo, com defesa da economia estatal, combate impiedoso à corrupção e um culto de personalidade com cantorias do tempo da Revolução Cultural (1966-76).
A primeira revelação do escândalo foi a morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro, inicialmente atribuída ao abuso de álcool. Neste mês, a mulher de Bo, Gu Kailai, foi presa e acusada pelo assassinato. O britânico seria o elo internacional com os negócios sujos do casal. Teria sido envenenado, mas seu corpo foi cremado. Não há provas.
A escuta telefônica clandestina de altos dirigentes, até agora só mencionada em documentos sigilosos do Partido Comunista teria sido crucial para deflagrar a destruição do Bo Xilai.
Bo era um dos 25 membros do Politburo do Comitê Central do PC, candidato a ser escolhido até o fim do ano como um dos nove membros do Comitê Permanente, os nove imperadores que governam a China.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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