O programa de governo do candidato da Frente de Esquerda à Presidência da França, Jean-Luc Mélenchon, custaria 100 bilhões de euros (R$ 239 bilhões) ao país, estima o Instituto da Empresa, uma organização financiada pelo setor privado.
Mélenchon, que reuniu dezenas de milhares de pessoas num comício na Praça da Bastilha no mês passado, disputa o terceiro lugar com a candidata de extrema direita, Marine le Pen. Conseguiu unir a extrema esquerda, algo raríssimo na História da França.
Também é o responsável pela queda do socialista François Hollande, que ainda é o favorito para o segundo turno, mas foi superado pelo presidente Nicolas Sarkozy nas pesquisas sobre o primeiro turno.
Entre as propostas da Frente de Esquerda, que inclui o Partido Comunista Francês, estão aposentadoria com salário integral aos 60 anos, o que exigiria 27 bilhões de euros, e reembolso de 100% das despesas com saúde, com custo estimado entre 23 e 76 bilhões de euros por ano.
Para dobrar o investimento público em pesquisa, serão necessários mais 13,9 bilhões de euros. O ensino superior receberia mais 2,7 a 5,6 bilhões. A recontratação de professores demitidos custaria outros 2 bilhões.
Como a dívida pública francesa se aproxima de 90% do produto interno bruto, com tendência de alta, é difícil imaginar como financiar os sonhos da esquerda.
Por isso, ao lançar seu programa, o presidente Nicolas Sarkozy se apresentou hoje como o único candidato capaz de manter a estabilidade econômica e evitar que a França tenha o mesmo destino de alguns "amigos europeus", que não nomeou para não agravar ainda mais a crise das dívidas públicas da Zona do Euro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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