Depois do expurgo do alto dirigente comunista Bo Xilai, uma onda de boatos de golpe de Estado se espalhou pela Internet na China, levando o regime ditatorial a censurar microblogues no estilo do Twitter, que é proibido no país. Hoje, o Diário da China defende a censura.
Bo, líder do partido na cidade e na província de Xunquim e membro do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista, caiu em desgraça por usar métodos autoritários e perseguir empresários no combate à corrupção e por resgatar práticas da era de Mao Tsé-tung, inclusive músicas e hinos da Revolução Cultural (1966-76), o período mais conturbado da era pós-revolução.
Um dos principezinhos do regime comunista, por ser filho de um dirigente histórico do partido, Bo pretendia chegar ao Comitê Permanente do Politburo e se tornar um dos nove imperadores, o pequeno núcleo que governa a China.
Seu expurgo foi o primeiro de um alto dirigente desde a queda do secretário-geral do partido Zhao Ziyang em 1989 por ser contra o uso da força para acabar com o movimento dos estudantes na Praça da Paz Celestial.
Como Bo simplesmente desapareceu, os boatos pululam na Internet chinesa e a ditadura tenta sufocá-los. Afinal, a rede mundial de computadores se tornam uma das maiores armas na luta contra o autoritarismo. Seis pessoas foram presas e versões chinesas do Twitter tiradas do ar durante três dias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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