sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Mundo cresce menos por causa dos EUA

A economia mundial deve crescer menos em 2008, por causa da crise financeira iniciada no setor habitacional nos Estados Unidos, que atingiu a Europa. Mas as grandes economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China – devem segurar o rojão devido ao fortalecimento recente de seus mercados internos.

“Nos últimos anos, havia sempre uma visão otimista”, observa o economista Paulo Wrobel, assessor de ciência e tecnologia da Embaixada do Brasil no Reino Unido. “Finalmente, depois de todos esses anos de crescimento, parece que a expansão do consumo chegou ao fim.”

Isso é mais evidente nos EUA e no Reino Unido. Mas a Europa continental também vai sofrer pelo contágio da crise no mercado americano de crédito hipotecário, pelo freio no consumo nos EUA e a valorização do euro.

Muitos economistas acreditam que haverá recessão na maior economia do mundo. Se a taxa de crescimento for inferior à inflação – e o último dado revela uma alta de 4,7% ao ano no índice de preços ao consumidor, puxado por alimentos e energia –, haverá uma queda no poder de compra real.

“Um crescimento de menos de 2% é considerado medíocre”, comenta Wrobel. Não basta para a geração de novos empregos, aumento da renda e do consumo, mesmo que não haja crescimento negativo ou contração da economia.

O Federal Reserve Board (Fed), banco central dos EUA, está atento e pratica uma política monetária ativista para evitar a recessão. Na opinião do economista brasileiro, “o problema mais sério é que, junto com a queda no crescimento devida ao aperto de crédito, há uma alta de preços”.

Volta-se a falar em estagflação, estagnação econômica com inflação, o que não se ouvia desde o final dos anos 70.

As economias desenvolvidas movem-se na base de crédito para consumo, e a crise de inadimplência nos empréstimos para compra de casa própria por tomadores de segunda linha abalou o sistema financeiro no Ocidente.

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