No plano político, o grande acontecimento do ano é a eleição presidencial de 4 de novembro nos EUA. É o fim da era Bush.
“Tudo apontava para uma vitória democrata”, pondera o economista Paulo Wrobel, assessor da Embaixada do Brasil em Londres. Mas o jogo ainda está em aberto.
As eleições primárias e convenções regionais que indicarão os candidatos dos dois grandes partidos começam em 3 de janeiro pelo estado de Iowa.
No Partido Democrata, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, que estava bem à frente nas pesquisas, foi atropelada na reta final da campanha em Iowa pelo senador negro Barack Obama. Talvez tenha de esperar até a Giga-Terça-Feira, 5 de fevereiro, que substitui a antiga Super-Terça, que era realizada em março. Cerca de 20 estados farão primárias ou convenções.
Com a queda da violência no Iraque, o presidente George W. Bush termina 2007 melhor do que começou, apesar das ameaças à economia dos EUA. Isto ajuda a candidatura do Partido Republicano.
Tido como liberal demais pelo eleitorado conservador do partido, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, perde terreno para o pastor Mike Huckabee, o típico azarão.
O grande desafio do próximo presidente dos EUA será atacar o problema do déficit triplo: conta corrente, contas públicas e poupança privada.
Wrobel observa “um processo gradual de transformação dos EUA de um país de tradição européia para um país mais complexo lutando pela prosperidade”, com populações de origem latino-americana e asiática cada vez maiores.
A crise do Irã sofreu uma mudança radical. Diante da avaliação dos 16 serviços secretos dos EUA de que o Irã suspendeu seu programa nuclear militar clandestino, afasta-se o fantasma de um bombardeio americano ao Irã, como defendeu claramente o vice-presidente Dick Cheney.
O jogo não acabou. Para fazer uma bomba atômica, é preciso enriquecer urânio a altos teores, e o Irã continua enriquecendo urânio. É uma tecnologia de uso duplo. Mas um ataque é difícil em 2008.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Um comentário:
Ainda não tem como os lados contarem vitória, só após o dia das urnas. Será que vai ter recontagem nessa?
Acredito que Hillary seja eleita. Vamos ver...
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