Nas seis horas entre o fim da apuração pela Comissão Nacional Eleitoral e a admissão da derrota, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou transformar sua derrota em vitória, afirma o cientista político e ex-ministro do Exterior do México Jorge Castañeda em artigo na revista Newsweek.
Sob uma intensa pressão militar que para Castañeda quase equivale a um golpe de Estado, Chávez finalmente cedeu e ainda posou como democrata.
No fim da noite de domingo, 2 de dezembro, um telefonema de seu antigo aliado no movimento nacionalista bolivarista e na resistência ao golpe de abril de 2002, general Raúl Baduel, foi decisivo. Em troca, Chávez teria barganhado um resultado oficial com uma derrota por pequena margem.
Foi estranho mesmo que, com um resultado tão apertado, o caudilho não tenha exigido uma recontagem dos votos do plebiscito constitucional que lhe daria poderes ditatoriais.
Chávez acabou sendo cumprimentado por seus colegas latino-americanos por respeitar a voz das urnas. Além de seus aliados, os presidentes Evo Morales, da Bolívia; Rafael Correa, do Equador; e Daniel Ortega, da Nicarágua; Castañeda entende que os outros líderes, inclusive o presidente Lula, elogiaram o caudilho venezuelano com medo das quintas-colunas chavistas espalhadas por todo o continente.
Esta esquerda radical, adverte Castañeda, pode atrapalhar a vida desde presidentes liberais, como o mexicano Felipe Calderón, até social-democratas, como Lula e Michelle Bachelet, do Chile.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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