segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Putin será primeiro-ministro da Rússia

Como era esperado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu hoje que será primeiro-ministro, se seu candidato, Dimitri Medvedev, vencer a eleição presidencial de março, o que é considerado praticamente certo.

Depois de meses de especulações e intrigas palacianas, Putin declarou a cerca de 2 mil militantes do seu partido, Rússia Unida, que será candidato a primeiro-ministro, num sinal de que pretende continuar mandando no país por muitos anos.

Com a forte recuperação da economia russa depois do colapso de agosto de 1998, impulsionada pela alta nos preços do petróleo, desde que chegou ao poder, em 1999, Putin luta para restaurar o poder imperial da era soviética. Já disse que considera o fim da União Soviética "o maior desastre geopolítico do século 20".

Nesta empreitada, além de antigos símbolos do poder soviético como o antigo hino nacional e uma retórica antiamericana e antiocidental, faz uma aliança com um dos pilares do czarismo no antigo Império Russo pré-revolução comunista: a Igreja Ortodoxa. Acaba de reabilitar um clérico que caíra em desgraça ao afirmar que o magnata Mikhail Khodorkovski

Rigidamente hierárquica, intolerante com o dissenso e vendo com suspeita a competição, a Igreja Ortoxoda Russa tem muito a ver com o Kremlin. Essa aliança cria uma Rússia com raízes nacionalistas profundas e um desdém pela democracia liberal.

É o autoritarismo democrático no estilo Putin. Quem sabe alguns presidentes latino-americanos não seguem a receita? Com o parlamentarismo, a discussão sobre o terceiro mandato ou a reeleição sem limites perderia o sentido.

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