Depois de uma rejeição inicial, os Estados Unidos recuaram e aceitaram a proposta da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada em Báli, na Indonésia, para negociar nos próximos dois anos um acordo internacional visando a reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global.
"As negociações devem proceder com a visão de que o problema da mudança do clima não pode ser resolvido adequadamente através de compromissos de cortes de emissões somente dos países desenvolvidos. Os grandes países em desenvolvimento devem agir no mesmo sentido", declarou a Casa Branca.
Horas antes, quando a chefe da delegação americana, a subsecretária de Estado para democracia e questões globais, Paula Dobriansky, anunciou que os EUA estavam rejeitando o plano, foi vaiada pelas outras delegações.
Imediatamente, um delegado de Papua-Nova Guiné desafiou os EUA a "liderar, seguir ou sair do caminho".
Cinco minutos depois, sob aplausos, Dobriansky anunciou a mudança da posição americana.
Na visão americana, deve haver uma "clara diferenciação". O compromisso dos países em desenvolvimento deve estar relacionado ao nível de emissões, tamanho da economia e uso de energia. "Pequenos países e países menos desenvolvidos devem receber tratamento diferenciado que reflita mais realmente suas necessidades e circunstâncias especiais", disse a nota do governo americano.
Para o deputado democrata Edward J. Markey, presidente da Comissão de Independência Energética e Aquecimento Global da Câmara dos Representantes, o resultado da conferência é um "roteiro de viagem modesto mas importante".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, considerou "um bom começo":"É apenas o começo, não o fim. Teremos de nos engajar em negociações longas, complexas e difíceis".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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