Com a Dieta (Parlamento) dividida, "será difícil mandar a Marinha do Japão de volta para o Oceano Índice colaborar nas operações antiterroristas de combate aos tráficos de armas e de drogas”, observou o professor Yukio Okamoto, assessor do governo Fukuda, ao falar quarta-feira, 5 de dezembro, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
O Afeganistão produz 93% do ópio do mundo. A droga é trocada por armas no Nordeste da África. Uma frota internacional patrulha o Índico, e o Japão usava seus navios de reabastecimento para levar combustível e suprimentos para essa frota.
Para o Japão, foi uma iniciativa histórica, uma medida ousada de Koizumi. Mas o PDJ de Ichiro Osawa declarou que era inconstitucional. A autorização expirou e, sem uma nova lei, o Japão não pode voltar lá.
“Estive no Afeganistão. Nunca tinha visto um país tão pobre na Ásia. Sob o regime dos Talebã, as meninas não iam à aula. Agora, estão felizes de ir à escola. Mas a escola não tem mesas, nem cadeiras, nem quadro-negro”, constatou o professor japonês.
“Temos de ajudar esse país pobre, colaborando no combate à insurgência e ao terrorismo. O Japão tem a obrigação de contribuir.”
Há um ano, havia forças especiais japonesas no Iraque. Foi uma decisão política controvertida de Koizumi, que se propôs a tirar o Japão da crise tornando-o um país normal. O envio de forças terrestres ao Iraque foi a primeira operação de combate do Exército do Japão depois de 1945.
“A Ásia está mudando rapidamente. O Japão era a única potência; agora, temos a China e a Índia. É preciso passar de um pseudojogo de soma zero para um jogo em que todos ganhem”, propõe.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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