domingo, 24 de novembro de 2019

Centro-direitista Lacalle Pou se considera presidente eleito do Uruguai

Num disputa muito mais apertada do que previam as pesquisas, com 99% das urnas apuradas no segundo turno da eleição presidencial no Uruguai, o centro-direitista Luis Alberto Lacalle Pou, do Partido Nacional (blanco), tem uma pequena vantagem de 48,76% a 47,46% para Daniel Martínez, da Frente Ampla, de esquerda, que governa o país desde 2005.

Lacalle Pou, filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, se considera vencedor e espera um telefonema do adversário reconhecendo a derrota, mas Martínez ainda não admite que perdeu, informou o jornal El Observador. Mas o Tribunal Eleitoral declarou que o resultado oficial pode sair só na quinta ou na sexta-feira.

No segundo turno, Lacalle Pou recebeu o apoio de uma aliança de cinco partidos de direita, inclusive o Colorado e o Cabildo Aberto, do ex-comandante do Exército Guido Manini Ríos, que fez uma declaração pública de repúdio à esquerda criticada pelos políticos. As pesquisas lhe davam em média uma vantagem de cinco pontos percentuais.

Às 23h30 em Montevidéu, mesmo hora de Brasília, Martínez fez um pronunciamento depois de falar com a Justiça Eleitoral: "O que está claro é que, não importa quem ganhe, não vai chegar a 50%. Isto obriga a fazer entendimentos para lutar por um só país. Agora, não resta mais do que esperar", concluiu, deixando claro que pretende aguardar o resultado oficial.

No momento, a vantagem de Lacalle Pou é de cerca de 30 mil votos, menos do que o número de "votos observados". Estes são votos de pessoas que não cumpriram alguma exigência para participar da eleição, mas foram autorizadas a votar e seus votos devem ser revisados.

Por este motivo, o presidente do Tribunal Eleitoral, José Arocena, acredita que só será possível anunciar o resultado oficial na quinta ou na sexta-feira. O novo presidente toma posse em março de 2020 para um mandato de cinco anos sem direito à reeleição na próxima eleição.

O Uruguai é o país mais democrático e menos corrupto da América Latina. Ao contrário de outros países, a transição de governo não apresenta qualquer risco. Foi pioneiro em previdência social, divórcio, aborto, união estável entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças por casais homossexuais e legalização da maconha.

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