Os candidatos a favor da democracia conquistaram ampla maioria nas eleições distritais em Hong Kong realizadas neste domingo. Antes do final da apuração, tinham 283 cadeiras contra 42 para candidatos apoiados pelo regime comunista da China, de um total de 452 cadeiras em disputa por 1.104 candidatos. Vão controlar 12 das 18 câmaras distritais do território.
As câmaras distritais tratam de questões locais, como poluição sonora e horário de funcionamento de bares e restaurantes. Mesmo assim, este resultado é interpretado como apoio às manifestações de protestos contra a crescente interferência de Beijim no território. que na prática paralisam Hong Kong desde 9 de junho.
Mais de 2,9 milhões de pessoas votaram. O comparecimento às urnas, de 71,2%, foi recorde para todas as eleições em todo o território.
As eleições distritais são as mais democráticas de Hong Kong, um território considerado uma zona administrativa especial dentro da República Popular da China. No Conselho Legislativa, o parlamento de Hong Kong, metade dos deputados são eleitos pelo voto popular e os outros indicados por grupos de interesse, especialmente empresário. O governador é escolhido por uma assembleia de 1,2 mil pessoas, a maioria leal ao regime comunista chinês.
Os protestos começaram contra um projeto de lei para autorizar a extradição de residentes em Hong Kong para responder a processos na China continental. Logo, cresceram e os manifestantes passaram a exigir eleições diretas para governador e para o Conselho Legislativo.
A governadora Carrie Lam, acusada pelos manifestantes por causa da violência policial, ofereceu sua renúncia, mas o governo chinês não aceitou. Entende que a concessão seria uma vitória dos manifestantes. Com mais de 80% de rejeição, Carrie Lam é a governante mais impopular da história de Hong Kong.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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