segunda-feira, 11 de novembro de 2019

México anuncia que Evo Morales pediu asilo político

Um dia depois de renunciar à Presidência da Bolívia sob pressão das Forças Armadas em meio a uma revolta popular contra uma fraude eleitoral, o ex-presidente Evo Morales pediu asilo político ao México, anunciou o ministro mexicano das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard.

"Informamos que há alguns momentos recebemos uma chamada do presidente Evo Morales em que respondeu a nosso convite e solicitou verbal e formalmente o asilo em nosso país", declarou o chanceler mexicano em entrevista coletiva.

Ebrard justificou a decisão por "razões humanitárias" alegando que sua vida e sua integridade correm perigo" e acrescentou que "houve um golpe de Estado porque o Exército pediu a renúncia do presidente."

Morales e seus aliados, inclusive o ex-presidente Lula, o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, sua vice-presidente Cristina Kirchner e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciam um golpe, enquanto a oposição boliviana fala em revolta popular contra a fraude eleitoral apontada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

A renúncia coletiva do presidente, do vice e dos presidentes da Câmara e do Senado foi uma manobra para criar um vácuo de poder, uma aposta no caos. A segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, deve assumir amanhã a Presidência da Bolívia interinamente até a realização de novas eleições dentro de 90 dias.

O líder rebelde Luis Fernando Macho Camacho, presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, exige a renúncia de todos os deputados do Movimento ao Socialismo (MaS), o partido de Morales. Como eles ocupam dois terços das cadeiras da Assembleia Legislativa Plurinacional, se renunciarem, n!ao haverá quórum para eleger a presidente interina.

A senadora Jeanine Áñez foi levada hoje de helicóptero até a sede da Assembleia, onde convocou a sessão de amanhã e ofereceu garantias aos representantes do MaS. Em seguida, ela foi retirada do local por medo de que os partidários de Morales tomem o centro de La Paz.

Amanhã, a OEA realiza uma reunião de emergência em Washington para discutir a crise boliviana.

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