A crise da Ucrânia foi um "choque externo tremendo" na União Europeia. Seus países deveriam aproveitar a oportunidade para perceber que têm "mais convergências do divergências", argumentou hoje professor Jolyon Howorth, do Jackson Institute for Global Affairs da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Durante a 3ª Conferência do Dia da Europa, realizada no Itamaraty, no Rio de Janeiro, pela Fundação Konrad Adenauer (KAS) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), Howorth observou que a Primavera Árabe e a atual crise na Ucrânia foram alertas para levar adiante do projeto de integração da Europa.
Ao anexar a Crimeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, desafiou alguns princípios básicos da UE, como a solução pacífica dos conflitos na Europa, provocando reações distintas em vez de uma voz unida falando em nome do bloco. Também tentou violar as regras do mercado comum ao propor negociações diferentes para países distintos.
O conflito na Ucrânia também representa um desafio à segurança da Europa, que gasta com US$ 200 bihões por ano com defesa, mas desde 1945 vive sob o guarda-chuva nuclear dos EUA.
"A Rússia", comentou no mesmo painel o professor Taras Kuzio, do Centro de Estudos Políticos e Regionais da Universidade de Alberta, no Canadá, "se vê como equivalente à OTAN", a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar liderada pelos EUA.
Se a Rússia intervém militarmente na Ucrânia para impedir um acordo de associação com a UE, a Europa deve estar preparada para dar uma resposta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
"Crise da Ucrânia é um choque tremendo na UE"
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