A convite do presidente Xi Jinping, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai à China em 20 de maio, anunciou hoje o Kremlin, num momento em que o líder russo procura fugir do isolamento diplomático que as potências ocidentais tentam impor em resposta à intervenção na Ucrânia.
Na pauta, estão acordos de comércio, economia e energia. Como a Rússia quer atrair investimentos chineses para a recém-anexada província da Crimeia, espera que a China não cobre um preço muito alto.
O regime comunista chinês, que luta contra movimentos nacionalistas em Taiwan, no Tibete e na província da Kashgar, não aprovou a realização do referendo usado por Moscou para anexar a Crimeia. Mas os dois regimes autoritários conseguem chegar a um entendimento mínimo quando se trata de fazer oposição aos Estados Unidos e à Europa no cenário internacional, como fizeram no Conselho de Segurança das Nações Unidas, impedindo-o de intervir na guerra civil na Síria.
Se a Europa buscar fontes alternativas ao gás natural russo, a Rússia pode se voltar para a China, grande importadora de energia para manter seu extraordinário crescimento econômico. Isto fortaleceria o eixo Beijim-Moscou também em segurança e defesa. Ao mesmo tempo, a China sabe que o capital e a tecnologia dos EUA são importantes, o que limita a aliança com a Rússia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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