Três dias depois de decretar a lei marcial, o Exército da Tailândia anunciou hoje formalmente que está tomando o poder para acabar com uma onda de protestos violentos em que pelo menos 28 pessoas morreram nos últimos seis meses. É o 19º golpe militar no país desde 1932.
Em pronunciamento na televisão, o comandante do Exército, general Prayuth Chan-ocha, alegou ter tentando uma conciliação entre os partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto num golpe em 2006 e exilado, que usam camisas vermelhas, e a elite urbana conservadora e monarquista que não deixava o governo da irmã de Thaksin, Yingluck Shinawatra, trabalhar, que se veste de amarelo. O general prometeu restaurar a ordem e promover reformas políticas.
A Tailândia está sob toque de recolher noturno. O líder dos protestos contra o governo, Suthep Thaugsuban, foi preso. O primeiro-ministro interino Niwattumrong Boonsongpaisan, deposto pelo general, que assumiu o cargo, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O problema da democracia na Tailândia é que a elite conservadora urbana de Bangkok não aceita o populismo dos Shinawatra, que ganharam todas as eleições no país desde 2001. Nada indica que a situação mude através de um golpe. O impasse político se mantém.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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