A República Popular da China fez planos de contingência para o colapso do regime comunista da Coreia do Norte, inclusive medidas para conter a entrada de refugiados e evitar que a agitação social se propague através da fronteira.
O Exército Popular de Libertação (EPL) elaborou os planos em meados de 2013, quando a situação do presidente Kim Jong Un parecia instável, depois que seu tio e preceptor foi expurgado e executado. Eles preveem a detenção dos líderes norte-coreanos e a instalação de campos de refugiados com no máximo 1,5 mil pessoas junto à fronteira.
Isso não quer dizer que o regime da Coreia do Norte esteja prestes a cair. "O EPL está fazendo o que todos os Exércitos fazem, planos de contingência" a serem acionados em caso de necessidade, declarou John Delury, especialista em Coreia do Norte da Universidade Yonsei, em Seul.
Muitos analistas acreditam que a China fará tudo para manter o regime stalinista de Pionguiangue e evitar a unificação da Península Coreana por causa da presença de forças dos Estados Unidos na Coreia do Sul. A retirada poderia ser uma precondição para a China aceitar a reunificação da Coreia.
Durante a Guerra da Coreia (1950-53), os EUA e a China travaram sua guerra particular, quando as forças internacionais lideradas pelos americanos cruzaram o paralelo 38º N com a intenção da reunificar a Península Coreana. Em setembro de 1950, as tropas chineses atravessaram o Rio Yalu e empurraram as forças dos EUA para o Sul, restaurando o status quo anterior à guerra.
Entre as várias hipóteses para explicar a intervenção militar chinesa naquela época, é considerada mais plausível a determinação de não ter forças dos EUA junto à sua fronteira. Nada indica que o EPL esteja disposta a aceitar isso agora que a China está se transformando numa superpotência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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