O ex-ministro do Exterior da Argélia Lakhdar Brahimi está anunciando neste momento sua demissão do posto de enviado especial das Nações Unidas para mediar a paz na Síria por não ter conseguido acabar com a guerra civil que matou mais de 150 mil pessoas em três anos e dois meses.
"Não fomos capaz de fazer nenhum progresso em três anos", lamentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, que afirmou haver 2,8 milhões de refugiados que deixaram a Síria. "Não há solução militar."
Brahimi substituiu o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que fez o primeiro plano de paz, rejeitado pela ditadura de Bachar Assad, que nunca o cumpriu, apostando numa vitória no campo de batalha que hoje parece cada vez mais próxima.
Depois de um ataque com armas químicas na periferia de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto de 2013, os Estados Unidos ameaçaram bombardear posições do governo Assad. Com a mediação da Rússia, o regime fez um acordo prometendo entregar todas as armas químicas, o que não fez até hoje, alegando que algumas estão em regiões perigosas por causa do conflito.
Os EUA e seus aliados europeus sempre relutaram em armar os rebeldes temendo que caíssem nas mãos de grupos extremistas muçulmanos. Com o apoio da Rússia, do Irã e da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), o governo retomou na semana passada o controle da Homs, a terceira cidade do país, que era chamada de "capital dos rebeldes". Agora, concentra os ataques em Alepo, no Norte da Síria.
Enquanto isso, grupos jihadistas se fortalecem no Sul da Síria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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