Crescimento e emprego serão as prioridades da Itália ao assumir a presidência rotativa da União Europeia a partir de 1º de julho de 2014, afirmou hoje o professor Mario Telò, da Universidade Livre de Bruxelas, ao participar da 3ª Conferência do Dia da Europa, realizada no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. Ele defendeu a "criação de um Plano Marshall para o emprego jovem".
O desemprego atinge 23% dos jovens europeus, mas as diferenças entre os países são enormes. A situação é pior na Grécia (58,3%), na Espanha (53,6%) e na Croácia (48,8%) e melhor na Alemanha (7,7%), na Áustria (9,4%) e Holanda (11,5%).
No encontro organizado pela Fundação Getúlio Vargas e a Fundação Konrad Adenauer, com apoio da Delegação da UE no Brasil, o professor Telò observou que não se pode esperar que haja como um país, já que não é um Estado nacional. Assim, com situações tão distintas, é difícil formular uma proposta comum.
Os nacionalismos falam mais alto, especialmente em tempos de crise, quando os cidadãos dos países mais ricos não querem pagar a conta, como se esquecessem que 8 de maio, o Dia da Europa, lembra a vitória dos aliados contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Mais do que nunca, a UE corre o risco de desintegração por causa da iniciativa do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de convocar um referendo inédito para decidir se o Reino Unido deve deixar o bloco europeu.
A mesma proposta é defendida por partidos de extrema direita que proliferaram com a crise. "Eles não gostam da Europa, mas gostam do dinheiro da UE", comentou o professor Telò, lembrando que eles participam do Parlamento Europeu, para o qual ganham mais votos do que nas eleições nacionais. Recebem seus salários e verbas.
Em artigo nesta semana no jornal Le Monde, o presidente da França, François Hollande, advertiu que "abandonar a Europa é abandonar a história".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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