Sob pressão internacional desde a anexação ilegal da Crimeia, o presidente Vladimir Putin tentou aproveitar a oportunidade para fortalecer as relações entre a Rússia e a China com a venda da energia, no caso, gás natural. Mas a negociação se arrasta há dez anos por causa do preço, e o regime comunista chinês viu na crise entre a Rússia e o Ocidente por causa da Ucrânia uma chance para barganhar.
Se sair da China hoje sem acordo, como parece mais provável, depois de uma visita de dois dias, Putin não rompe o isolamento internacional que os Estados Unidos e a União Europeia tentam impor em retaliação à intervenção militar russa na Ucrânia. Os chineses pelo jeito podem esperar. São negociadores implacáveis. Exigem queda nos preços.
Na Europa, a Rússia faz uma chantagem. Corta o gás para a Ucrânia, afetando vários países da UE que dependem ao menos parcialmente do suprimento russo. Para vender gás à China, teria de explorar reservas na Sibéria, na Rússia asiática, perto da China, para não ter de construir gasodutos muito mais longos. Seria necessário fazer um projeto conjunto com grandes investimentos. A China pode esperar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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