Durante visita a um monumento em homenagem à independência de Israel, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu anunciou uma reforma constitucional para "ancorar legalmente" o status de israel como "Estado nacional do povo judeu", noticia o jornal liberal israelense Haaretz.
Na sua opinião, "o ingrediente básico da nossa vida nacional deve ter status legal assim como outros fundamentos centrais que já estão na Lei Básica da Knesset", o Parlamento de Israel. "Infelizmente, há aqueles que não querem reconhecer este direito natural", acrescentou, atacando o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que jurou jamais reconhecer Israel como um Estado judaico.
O governo direitista israelense rompeu na semana passada as negociações de paz depois do acordo de reconciliação nacional entre os dois maiores partidos do movimento nacional palestino, a Fatah (Luta) e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
"Uma das minhas principais missões como primeiro-ministro é fortificar Israel como Estado Nacional do povo judeu", justificou Netanyahu. Os palestinos temem que a caracterização sirva de pretexto para expulsar a população árabe, que representa 21% da população israelense, hoje de 8,8 milhões de habitantes, sendo 78%.
A anexação definitiva da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, defendida pela extrema direita israelense e os colonos dos territórios ocupados mudaria a composição demográfica do país. Como a taxa de natalidade dos árabes é maior, em alguns anos eles poderiam se tornar maioria.
Com a declaração de Estado judaico e a maioria da população árabe, a democracia estaria ameaçada em Israel, que teria de fazer uma "purificação étnica" de caráter nazista ou impor um regime de apartheid do tipo sul-africano para manter a supremacia do povo judeu, como disse o secretário de Estado americano, John Kerry, num encontro reservado que acabou sendo revelado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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