Ex-presidente se faz de vítima e reclama: "Arrombaram meu cofre."
Numa ação sem precedentes, o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, deu uma batida na residência do ex-presidente Donald Trump de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, em busca de documentos classificados que devem ser enviados ao Arquivo Nacional. Saiu com várias caixas. Quem deu a notícia foi o próprio Trump, indignado, se fazendo de vítima de perseguição política de "país de Terceiro Mundo" e reclamando que "arrombaram meu cofre". Ele não estava em casa. Passa alguns dias em seu apartamento na Trump Tower, em Nova York.
Trump tinha a obrigação de entregar todos os documentos de seu governo, inclusive cartas como as que trocou com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e e-mails.
A operação precisou de autorização judicial. Isto significa que o FBI apresentou os indícios de crime necessários para um juiz ordenar a busca, especialmente.
Aparentemente, não tem relação com a tentativa de golpe de 6 de janeiro de 2021 para mudar o resultado da eleição de 2020. Mas mostra a determinação do Departamento da Justiça de tratar Trump como qualquer cidadão.
Ao insuflar seus seguidores a atacar o Capitólio, Trump pode ser acusado de obstruir um procedimento oficial, a certificação da vitória de Joe Biden; conspiração para fraudar os EUA, ao tentar mudar o resultado da eleição; e conspiração sediciosa, com uso da força para derrubar o governo dos EUA, no caso e de Biden.
Nesta última acusação, os promotores teriam de encontrar provas de uma cadeia de comando ligando Trump a milícias como os Proud Boys ou Oath Keepers.
Analistas jurídicos consideram mais fácil condenar o ex-presidente por pressionar o secretário de Estado da Geórgia a "encontrar" os votos que faltavam para ele ganhar no estado.
O caso dos documentos não é o mais grave. A pena é de dois anos, no máximo. Mas este tipo de operação geralmente resulta em indiciamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário