Com mais de um terço dos votos apurados, as projeções do Ministério do Interior da Grécia apontam a vitória do não à proposta dos credores internacionais para renegociar a dívida pública do país com mais de 60%, informou o jornal francês Le Monde. Contados 40% dos votos, o não lidera para 61% a 39%.
É uma vitória para o governo da Coligação de Esquerda Radical (Syriza) e uma derrota para as políticas de austeridade fiscal rigorosas impostas pela Alemanha e outros países ricos do Norte da Europa, entre Holanda, a Finlândia e a Dinamarca, para enfrentar a crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro. O problema começou na Grécia em 2009 e atingiu Portugal, Irlanda, Espanha e Itália. Hoje, está limitado à Grécia.
Desde 2010, a Grécia recebeu uma ajuda de 240 bilhões de euros e a dívida aumentou percentualmente de 130% para 178% do produto interno bruto. É hoje de 340 bilhões de euros. Sob o impacto dos cortes de gastos e aumentos de impostos, o PIB caiu 25%. O desemprego está em 25% e, entre os jovens, em 55%. Não há democracia que resista.
A multidão que se concentra neste momento para a festa da vitória, na Praça Sintagma, diante do Parlamento da Grécia, é majoritariamente jovem. Votou na esperança.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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