O mulá Mohamed Omar, líder da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, morreu em abril de 2013 no Paquistão, declarou hoje um porta-voz do governo afegão.
A Milícia dos Talebã tomou o poder em 1996, quatro anos depois da execução de Mohamed Najibullah, o último ditador instalado pela União Soviética na invasão que durou de 1979 a 1989, em meio a um clima de caos violência e anarquia.
Sem reconhecimento internacional, a não ser da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e do Paquistão, os Talebã, apoiados pelo serviço secreto militar paquistanês, contaram inicialmente com o beneplácito dos Estados Unidos, que chegaram a dar ajuda para o combate às plantações de papoula e à produção de opiáceos no Afeganistão.
Ao mesmo tempo, os Talebã abrigavam a rede terrorista Al Caeda, formada pelos voluntários árabes que foram para o país lutar contra a invasão soviética, sob a liderança de Ossama ben Laden. Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, os EUA intervieram no país à frente de uma força internacional, a partir de 7 de outubro daquele ano.
Quatorze anos depois, a Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA, que retiraram o grosso das tropas, deixando um contingente de 9,8 mil, mais do que previsto, para evitar um recrudescimento do terrorismo, como acontece no Iraque com a ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Uma das medidas para viabilizar a retirada americana é uma negociação de paz entre o governo afegão e a milícia. O mulá Omar sempre foi contra. Em princípio, as chances de um acordo aumentam com sua morte, mas os governos ocidentais ainda mantêm a cautela.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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