Pela segunda noite consecutiva, a Turquia bombardeou acampamentos de guerrilheiros curdos, informou o jornal turco Hürriyet. O governo turco acusa o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) por um ataque que matou dois soldados e feriu outros quatro em 25 de julho de 2015.
Um carro-bomba e explosivos deixados à beira da estrada foram detonados na passagem de um veículo militar perto da base aérea de Diyarbakir, a principal cidade da região curda da Turquia. Atiradores também abriram fogo contra uma delegacia de polícia próxima.
Os ataques de hoje alvejaram posições do PKK perto da cidade de Harkuk, no Norte do Iraque. Na mesma campanha aérea, a Turquia bombardeia o Estado Islâmico do Iraque e do Levante na Síria e no Iraque.
Hoje o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu pediu a convocação de uma reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para discutir a situação na Síria e no Iraque, dizendo que "o jogo mudou", noticiou o jornal Hürriyet.
Quando os Estados Unidos entraram na guerra contra o Estado Islâmico, em setembro de 2014, a Turquia relutou em participar ativamente sob a alegação de que o maior problema regional é a ditadura de Bachar Assad e a guerra civil na Síria. O Estado Islâmico seria apenas uma consequência.
Um atentado que matou 32 curdos da Turquia que se preparavam para reconstruir a cidade curda de Kobane, na Síria, e tiroteios através da fronteira, na semana passada, levaram a uma mudança de estratégia em Ancara.
Ao mesmo tempo em que combate o EI, a Turquia ataca os curdos com quem negocia a paz com o objetivo de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira com a Síria. Assim, pretende impedir a cada vez mais provável criação do Curdistão unindo a região autônoma curda do Norte do Iraque com a região de maioria curda da Síria.
O Curdistão independente inevitavelmente reivindicaria soberania sobre a região Leste da Turquia onde os curdos são maioria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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