As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram hoje uma trégua unilateral de um mês a partir de 20 de julho de 2015 para dar um impulso às negociações de paz com o governo colombiano, informou o sítio de notícias Infolatam. O presidente Juan Manuel Santos está avaliando a proposta. Ele pediu compromissos específicos da guerrilha esquerdista.
"Atendendo ao espírito do chamado dos garantidores do processo de paz, Cuba e Noruega, e dos países que o acompanham, Venezuela e Chile, anunciamos nossa disposição de ordenar um cessar-fogo unilateral a partir de 20 de julho, por um mês", declarou um comunicado do Secretariado do Estado-Maior das FARC lido em Havana por Luciano Marín Arango, mais conhecido como Iván Márquez, o subcomandante geral das FARC.
O presidente Santos reagiu no Twitter: "Queremos acabar com esse conflito o mais rapidamente possível." Para isso, acrescentou, é preciso acelerar o diálogo, "especialmente no tema da justiça".
Um dos maiores problemas para um acordo de paz é como serão punidos os guerrilheiros e militares que cometeram crimes de guerra. Alguns guerrilheiros se recusam a entregar as armas e ir para prisão.
As Nações Unidas consideraram a trégua um "passo significativo", mas o ex-presidente linha-dura Álvaro Uribe, que infligiu derrotas militares importantes às FARC, exige a criação uma zona para concentrar os guerrilheiros numa zona rural onde não haja população civil, longe das fronteiras, "de tamanho prudente e que não seja estratégica para a economia nacional".
Em 20 de dezembro de 2014, as FARC declararam uma trégua unilateral por prazo indeterminado. Com o cessar-fogo, o presidente suspendeu em março os bombardeios aéreos contra os acampamentos da guerrilha. Um ataque rebelde contra um pelotão do Exército no Departamento de Cauca que matou 11 militares, em 15 de abril de 2015, marcou o fim da trégua.
As FARC suspenderam o cessar-fogo em 22 de maio, depois de um bombardeio que matou 27 guerrilheiros.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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