Dos 18 outros sócios da Zona do Euro, 16 são a favor da saída da Grécia da união monetária europeia, afirmou hoje o jornal grego Ekathimerini, citando fontes não identificadas ouvidas hoje em Bruxelas antes de uma reunião de emergência do Grupo do Euro.
Só a Itália e a França, que também têm problemas com déficit e dívida e resistem a fazer reformas econômicas liberais, estariam decididas a manter a Grécia na Eurozona. Além dos países ricos do Norte da Europa, os antigos países comunistas da Europa Oriental, que fizeram grandes sacrifícios para aderir ao euro, são contra novas concessões à Grecia.
Na Eslováquia, que era a metade mais pobre da antiga Tcheco-Eslováquia e herdou uma indústria pesada obsoleta do regime comunista, o salário mínimo é de 380 euros, assim como a pensão mínima paga a aposentados. Na Grécia, a menor pensão é de 580 euros e o salário mínimo de 880 euros. Os eslovacos entendem que não devem bancar a Grécia.
Ontem, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e seu novo ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, receberam o apoio de quase todos os partidos do país para a nova etapa de negociações com os credores internacionais. O governo radical de esquerda grego tenta polarizar com a Alemanha, mas está quase isolado.
A nova proposta da Grécia vai partir dos textos discutidos nos últimos encontros antes do referendo do domingo passado, quando 61,3% recusaram o plano apresentado pela chamada troika o Grupo do Euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).
Tsipras deve pedir mais tempo para implementar algumas medidas gradualmente. Mas o que os ministros das Finanças da Eurozona viram até agora não impressionou muito.
Se não fizer acordo com os credores, a Grécia não vai receber mais dinheiro. Sem dinheiro nos próximos dias, os bancos gregos vão quebrar e o país provavelmente terá de abandonar a união monetária. Ninguém acredita que os bancos reabram daqui a dois dias.
É necessária uma solução urgente e nenhum lado parece disposto a ceder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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