quarta-feira, 15 de julho de 2015

China suscita dúvidas ao anunciar crescimento de 7% ao ano

O crescimento da China ficou em 7% ao ano no segundo trimestre de 2015, um ritmo que os economistas consideram improvável em meio ao estouro de uma bolha nas bolsas de valores e diante de várias tentativas do governo de estimular a economia.

Essa taxa de expansão é a mesma do primeiro trimestre e a mesma prevista pelo governo para o ano inteiro. Realimenta o debate sobre a confiabilidade das estatísticas do regime comunista chinês, observa o jornal The Wall Street Journal.

"Há sinais positivos no segundo trimestre, com a economia como um todo se estabilizando e mostrando sinais de melhora", declarou o chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun. "Precisamos trabalhar duramente para cimentar essa situação."

Com a queda no crescimento das exportações por causa da crise mundial e a fraqueza na demanda interna, o governo aumentou gastos, reduziu impostos e cortou as taxas de juros nos últimos meses. Não teria razões para fazer isso se não visse sinais de deterioração na economia.

A produção industrial de valor agregado avançou em ritmo de 6,3% ao ano no primeiro semestre, uma leve desaceleração em comparação aos 6,4% do primeiro trimestre, enquanto o investimento em capital fixo caiu de 11,4% para 13,5% ao ano e o aumento das vendas no varejo de 10,4% para 10,6%.

Como é o desenvolvimento econômico que legitima a ditadura do Partido Comunista, qualquer crise econômica na China logo vira uma crise política e uma questão estratégica para o regime.

Para o Brasil e a América Latina, é certo que o apetite chinês por matérias-primas importadas deve diminuir e com ele os preços.

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