quarta-feira, 8 de julho de 2015

Justiça da França suspende assembleia da Frente Nacional

O Tribunal de Justiça de Nanterre, na França, cancelou a realização de uma assembleia geral do partido de extrema direita Frente Nacional destinada a extinguir o cargo de presidente de honra, ocupado por seu fundador, Jean-Marie Le Pen, pai e antecessor da líder atual, Marine Le Pen.

A Justiça exigiu a convocação de um congresso do partido para modificar os estatutos e não apenas uma votação pelo correio.

Marine Le Pen herdou a FN do pai decidida a torná-la um partido aceitável pelo eleitorado volátil do centro do espectro sem filiação partidária. Para fazer do discurso antieuropeu e anti-imigrantes algo mais palatável, suprimiu a retórica neonazista e antissemita. Afinal, os alvos agora são os muçulmanos.

Sem se intimidar, Jean-Marie voltou a minimizar o Holocausto ao insistir em entrevista a uma revista de ultradireita que as câmaras de gás foram um detalhe menor da história da Segunda Guerra Mundial. Censurado e afastado pela filha, o pai foi à Justiça.

Em 21 de abril de 2002, Le Pen, o pai, surpreendeu o mundo ao bater o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin e chegar ao segundo turno com o presidente conservador Jacques Chirac, que se reelegeu com facilidade.

No primeiro turno de 2012, Marine obteve 17,9% dos votos, acima dos 16,9% do pai dez anos antes. Em 2014, a Frente Nacional foi o partido mais votado da França nas eleições para o Parlamento Europeu.

Neste ano, Marine não conseguiu transformar a FN no "maior partido da França". Ficou em segundo nas eleições departamentais, atrás da União por um Movimento Popular (UMP), rebatizada como Os Republicanos pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, que sonha em voltar ao Palácio do Eliseu.

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