A milícia extremista muçulmana Boko Haram atacou ontem a cidade de Dalori, a cinco quilômetros de Maiduguri, capital do estado de Borno, no Nordeste da Nigéria, matando pelo menos 85 pessoas, noticiou a agência Reuters, citando como fontes médicos, policiais e militares.
Foi o terceiro ataque em uma semana atribuída aos jihadistas nigerianos, que há dois anos se apresentam como a província do Estado Islâmico na África Ocidental e são o grupo mais ativo que jurou lealdade ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Os milicianos abriram fogo indiscriminadamente, incendiaram casas e atacaram uma multidão com terroristas suicidas.
Desde que começou a perder territórios para os exércitos aliados da Nigéria, do Níger, do Chade e de Camarões, sem condições de ocupar novas áreas, o Boko Haram apela para operações de ataque e fuga ou atentados terroristas contra locais de concentração humana, lugares de oração, pontos de ônibus e mercados públicos.
Apesar da repressão, o Boko Haram, cujo nome significa "educação ocidental é pecado", matou mais de 3 mil pessoas em 2015.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 31 de janeiro de 2016
Ataque terrorista do Estado Islâmico mata 45 pessoas em Damasco
Acuado nos campos de batalha do Oriente Médio, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante recorre mais uma vez ao terrorismo para mostrar que está na luta. Pelo menos 45 pessoas foram mortas e 110 saíram feridas de um ataque com carro-bomba e dois terroristas suicidas perto da mesquita xiita de Saidah Zaynab, em Damasco, noticiou a agência Reuters.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque. A área densamente povoada do Sul da capital da Síria é um local de peregrinação de muçulmanos xiitas do Líbano, Irã e outros países do Oriente Médio. Uma das estratégias do EI é atacar os muçulmanos xiitas para deflagrar um conflito sectário e se apresentar como defensor do sunismo.
Um repórter da televisão pública britânica BBC disse que o alvo poderia ser um alojamento de soldados do Exército da Síria.
As explosões acontecem no momento em que as Nações Unidas iniciam negociações em Genebra, na Suíça, para tentar acabar com a guerra civil na Síria, que matou mais de 250 mil pessoas nos últimos quatro anos e dez meses.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque. A área densamente povoada do Sul da capital da Síria é um local de peregrinação de muçulmanos xiitas do Líbano, Irã e outros países do Oriente Médio. Uma das estratégias do EI é atacar os muçulmanos xiitas para deflagrar um conflito sectário e se apresentar como defensor do sunismo.
Um repórter da televisão pública britânica BBC disse que o alvo poderia ser um alojamento de soldados do Exército da Síria.
As explosões acontecem no momento em que as Nações Unidas iniciam negociações em Genebra, na Suíça, para tentar acabar com a guerra civil na Síria, que matou mais de 250 mil pessoas nos últimos quatro anos e dez meses.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Oposição chega a Genebra para negociar a paz na Síria
Uma delegação de 17 representantes da oposição, inclusive três líderes rebeldes e o chefe do Comitê de Alta Negociação, apoiado pela Arábia Saudita, chegou hoje a Genebra, na Suíça, para participar das negociações de paz na Síria organizadas pelas Nações Unidas, noticiou a televisão árabe Al Jazira.
O enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, se encontrou primeiro com o embaixador sírio Bachar Jaafari. Amanhã, deve se reunir com os oposicionistas, que se negam a falar diretamente com os representantes da ditadura de Bachar Assad antes que suas exigências humanitárias sejam atendidas.
A ONU prometeu atender às exigências, que incluem o fim do bombardeio e dos bloqueios a áreas civis, mas os rebeldes querem ver uma mudança real nos campos de batalha.
Assim, a Rússia, principal aliada do regime sírio, não acredita em negociações diretas. Elas devem ser feitas por intermediários, admitiu o vice-ministro do Exterior, Guenadi Gatilov.
A proposta da ONU prevê uma transição de um ano e meio, mas os objetivos divergentes dos diferentes atores no conflito sírio tornará um acordo de paz muito difícil.
Os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados no Oriente Médio, a Turquia, a Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico exigem o afastamento de Assad. A Rússia e o Irã só admitem que isso aconteça em eleições onde provavelmente ele seria reeleito.
No momento, os rebeldes com força no campo de batalha são quatro grupos jihadistas: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a Frente al-Nusra, braço armado da rede Al Caeda, Ahrar al-Sham (Movimento dos Homens Livres do Levante) e Jaish al-Islam (Exército do Islã).
Os dois primeiros estão fora de qualquer negociação. A Arábia Saudita, o Catar e a Turquia apoiam os outros dois e exigem sua participação nas negocias, mas a Rússia, o Irã e o governo sírio os acusam de terrorismo.
O enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, se encontrou primeiro com o embaixador sírio Bachar Jaafari. Amanhã, deve se reunir com os oposicionistas, que se negam a falar diretamente com os representantes da ditadura de Bachar Assad antes que suas exigências humanitárias sejam atendidas.
A ONU prometeu atender às exigências, que incluem o fim do bombardeio e dos bloqueios a áreas civis, mas os rebeldes querem ver uma mudança real nos campos de batalha.
Assim, a Rússia, principal aliada do regime sírio, não acredita em negociações diretas. Elas devem ser feitas por intermediários, admitiu o vice-ministro do Exterior, Guenadi Gatilov.
A proposta da ONU prevê uma transição de um ano e meio, mas os objetivos divergentes dos diferentes atores no conflito sírio tornará um acordo de paz muito difícil.
Os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados no Oriente Médio, a Turquia, a Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico exigem o afastamento de Assad. A Rússia e o Irã só admitem que isso aconteça em eleições onde provavelmente ele seria reeleito.
No momento, os rebeldes com força no campo de batalha são quatro grupos jihadistas: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a Frente al-Nusra, braço armado da rede Al Caeda, Ahrar al-Sham (Movimento dos Homens Livres do Levante) e Jaish al-Islam (Exército do Islã).
Os dois primeiros estão fora de qualquer negociação. A Arábia Saudita, o Catar e a Turquia apoiam os outros dois e exigem sua participação nas negocias, mas a Rússia, o Irã e o governo sírio os acusam de terrorismo.
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Suíça revela desvio de US$ 4 bilhões de estatais da Malásia
A Procuradoria-Geral da Suíça descobriu desvios de cerca de US$ 4 bilhões de empresas estatais da Malásia, noticiou a agência Reuters.
As autoridades suíças investigam a corrupção no fundo soberano 1Malaysia Development Berhad (1MDB), com suspeitas de suborno de funcionários estrangeiros, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em 26 de janeiro, o procurador-geral da Malásia concluiu que o primeiro-ministro Najib Razak não é responsável por uma apropriação indébita de US$ 681 milhões do fundo soberano e mandou engavetar o inquérito. A explicação oficial é que ele teria recebido uma "doação" da família real da Arábia Saudita.
A Malásia sofreu dois duros golpes em 2014, com a perda de dois aviões de passageiros. Em março daquele ano, um Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines desapareceu no Oceano Índico com 239 pessoas a bordo depois de um desvio de rota quando ia de Kuala Lumpur, a capital malasiana, para Beijim, a capital da China.
Em 14 de julho, rebeldes ucranianos apoiados pela Rússia derrubaram outro Boeing 777 da Malaysia Airlines quando ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, matando as 298 pessoas a bordo.
A corrupção abala ainda mais a autoimagem deste país do Sudeste Asiático que nas últimas décadas passou por um rápido crescimento, com média de 6,5% ao ano por quase 50 anos.
As autoridades suíças investigam a corrupção no fundo soberano 1Malaysia Development Berhad (1MDB), com suspeitas de suborno de funcionários estrangeiros, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em 26 de janeiro, o procurador-geral da Malásia concluiu que o primeiro-ministro Najib Razak não é responsável por uma apropriação indébita de US$ 681 milhões do fundo soberano e mandou engavetar o inquérito. A explicação oficial é que ele teria recebido uma "doação" da família real da Arábia Saudita.
A Malásia sofreu dois duros golpes em 2014, com a perda de dois aviões de passageiros. Em março daquele ano, um Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines desapareceu no Oceano Índico com 239 pessoas a bordo depois de um desvio de rota quando ia de Kuala Lumpur, a capital malasiana, para Beijim, a capital da China.
Em 14 de julho, rebeldes ucranianos apoiados pela Rússia derrubaram outro Boeing 777 da Malaysia Airlines quando ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, matando as 298 pessoas a bordo.
A corrupção abala ainda mais a autoimagem deste país do Sudeste Asiático que nas últimas décadas passou por um rápido crescimento, com média de 6,5% ao ano por quase 50 anos.
França vai reconhecer Palestina se processo de paz não avançar
Diante da estagnação do processo de paz no Oriente Médio e da constante ampliação das colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, a França advertiu Israel ontem que vai reconhecer a independência da Palestina se as negociações não forem retomadas, informou o jornal The Times of Israel.
"A França vai se engajar nas próximas semanas na preparação de uma conferência internacional para atrair as partes e seus principais aliados americanos, árabes e europeus para preservar e realizar a solução baseada em dois Estados" (Israel e Palestina), declarou o ministro do Exterior, Laurent Fabius.
Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, acrescentou o chanceler, a França tem a obrigação de lutar pela paz e tentar a chegar a uma solução em que dois países convivam pacificamente lado a lado, como previa a decisão de 1947 que criou o Estado de Israel.
Se mais esta tentativa fracassar, "vamos assumir nossa responsabilidade e reconhecer o Estado palestino", afirmou Fabius.
O embaixador da Autoridade Nacional Palestina na ONU, Riyad Mansur, revelou que os palestinos estão em campanha para a ONU reiniciar o processo de paz com uma nova resolução do Conselho de Segurança condenando a expansão dos assentamentos israelenses.
"A França vai se engajar nas próximas semanas na preparação de uma conferência internacional para atrair as partes e seus principais aliados americanos, árabes e europeus para preservar e realizar a solução baseada em dois Estados" (Israel e Palestina), declarou o ministro do Exterior, Laurent Fabius.
Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, acrescentou o chanceler, a França tem a obrigação de lutar pela paz e tentar a chegar a uma solução em que dois países convivam pacificamente lado a lado, como previa a decisão de 1947 que criou o Estado de Israel.
Se mais esta tentativa fracassar, "vamos assumir nossa responsabilidade e reconhecer o Estado palestino", afirmou Fabius.
O embaixador da Autoridade Nacional Palestina na ONU, Riyad Mansur, revelou que os palestinos estão em campanha para a ONU reiniciar o processo de paz com uma nova resolução do Conselho de Segurança condenando a expansão dos assentamentos israelenses.
Navio dos EUA passa por mar disputado pela China
O contratorpedeiro americano Curtis Wilber, armado com mísseis teleguiados, passou hoje a menos de 12 milhas náuticas da ilha de Tritão, do arquipélago Paracel, no Mar do Sul da China, em águas territórias disputadas, noticiou a agência Reuters citando fontes do Pentágono, o Departamento da Defesa dos Estados Unidos.
O Ministério do Exterior da China protestou, acusando a Marinha dos EUA de invadir o mar territorial chinês. A ilha é disputada pela China, Taiwan e o Vietnã.
Com base no direito internacional, os EUA alegam que são águas internacionais que serão cruzadas por seus aviões e navios de guerra sem pedir permissão. Em outubro de 2015, outro navio de guerra americano passou pela região para afirmar o direito de livre navegação na área.
O Ministério do Exterior da China protestou, acusando a Marinha dos EUA de invadir o mar territorial chinês. A ilha é disputada pela China, Taiwan e o Vietnã.
Com base no direito internacional, os EUA alegam que são águas internacionais que serão cruzadas por seus aviões e navios de guerra sem pedir permissão. Em outubro de 2015, outro navio de guerra americano passou pela região para afirmar o direito de livre navegação na área.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Terrorista suicida mata dez em mercado na Nigéria
Um ataque suicida deixou pelo menos dez mortos e 25 feridos ao se detonar num mercado público da cidade de Gombi, no estado de Adamawa, no Nordeste da Nigéria, noticiou o jornal nigeriano Premium Times.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo atentado. A maior suspeita recai sobre a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que se apresenta como a província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Sob intensa pressão do Exército da Nigéria, a milícia perde espaço em território nigeriano. Já não consegue mais ocupar vilas e cidades. Recorre então cada vez mais ao terrorismo suicida. A cidade de Gombi foi recentemente recapturada pelas forças governamentais.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo atentado. A maior suspeita recai sobre a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que se apresenta como a província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Sob intensa pressão do Exército da Nigéria, a milícia perde espaço em território nigeriano. Já não consegue mais ocupar vilas e cidades. Recorre então cada vez mais ao terrorismo suicida. A cidade de Gombi foi recentemente recapturada pelas forças governamentais.
Terrorista mata três em ataque a mesquita xiita na Arábia Saudita
Um terrorista matou a tiros pelo menos três pessoas e feriu várias outras ao atacar uma mesquita xiita na Província Oriental da Arábia Saudita, rica em petróleo, onde vive a maioria dos xiitas sauditas, informou a televisão árabe Al Jazira.
Os fiéis presentes atacaram o atirador, impedindo-o de detonar um cinturão de explosivos. A mesquita fica na cidade de Mahassen, na região de Ahsa.
A tensão entre sunitas e xiitas aumentou na província com a execução pela monarquia saudita de um clérigo xiita, Nimir al-Nimir, o que provocou fortes protestos do Irã e um ataque à embaixada saudita em Teerã.
Nesta disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã sunita pela liderança regional no Oriente Médio, o regime iraniano usa os xiitas da Província Oriental para desestabilizar a estratégia de segurança da monarquia saudita, enquanto a organização terrorista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante aproveita para atacar xiitas para fomentar o conflito sectário.
Os fiéis presentes atacaram o atirador, impedindo-o de detonar um cinturão de explosivos. A mesquita fica na cidade de Mahassen, na região de Ahsa.
A tensão entre sunitas e xiitas aumentou na província com a execução pela monarquia saudita de um clérigo xiita, Nimir al-Nimir, o que provocou fortes protestos do Irã e um ataque à embaixada saudita em Teerã.
Nesta disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã sunita pela liderança regional no Oriente Médio, o regime iraniano usa os xiitas da Província Oriental para desestabilizar a estratégia de segurança da monarquia saudita, enquanto a organização terrorista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante aproveita para atacar xiitas para fomentar o conflito sectário.
Espanha cresceu 3,2% em 2015
O crescimento da Espanha se acelerou no ano passado, passando de 1,4% em 2014 para 3,2% em 2015, confirmando a recuperação econômica do país depois de uma profunda crise que elevou o desemprego para 25% e acima de 50% entre os jovens, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
No último trimestre de 2015, a expansão foi de 0,8% em relação ao trimestre anterior. O desemprego sofreu uma queda recorde, mas ainda é elevado, baixou de 23,71% para 20,9%.
Quarta maior economia da Zona do Euro, a Espanha passou por cinco anos de recessão e só voltou a crescer em 2014. Agora, o avanço foi sustentado por um aumento do consumo interno, pelo setor de turismo, que responde por 14% do produto interno bruto, pelas baixíssimas taxas de juros da Eurozona e pela queda nos preços do petróleo.
Em 2015, a Espanha recebeu 68,1 milhões de turistas estrangeiros, novo recorde em termos absolutos, numa alta de 4,9% em relação a 2014, quando 65 milhões visitaram o país.
No último trimestre de 2015, a expansão foi de 0,8% em relação ao trimestre anterior. O desemprego sofreu uma queda recorde, mas ainda é elevado, baixou de 23,71% para 20,9%.
Quarta maior economia da Zona do Euro, a Espanha passou por cinco anos de recessão e só voltou a crescer em 2014. Agora, o avanço foi sustentado por um aumento do consumo interno, pelo setor de turismo, que responde por 14% do produto interno bruto, pelas baixíssimas taxas de juros da Eurozona e pela queda nos preços do petróleo.
Em 2015, a Espanha recebeu 68,1 milhões de turistas estrangeiros, novo recorde em termos absolutos, numa alta de 4,9% em relação a 2014, quando 65 milhões visitaram o país.
Economia dos EUA se desacelera para 0,7% ao ano
A economia dos Estados Unidos cresceu em ritmo de 0,7% ao ano no último trimestre de 2015, numa forte desaceleração em relação aos 2% ao ano do trimestre anterior e 3,9% do segundo trimestre. Os analistas de mercado esperavam 0,8%.
No ano como um todo, a maior economia do mundo avançou 2,4%, o mesmo ritmo de 2014. Desde 2010, os EUA crescem em média 2,1% ao ano. Com a alta do dólar de 2,4% e a desaceleração mundial, as exportações baixaram 2,5%.
O consumo pessoal, responsável por mais de dois terços do produto interno bruto dos EUA, subiu 2,2% no quarto trimestre, abaixo dos 3% do trimestre anterior. Em todo o ano passado, o consumo pessoal se expandiu em 3,1%, o ritmo mais forte em uma década.
Com investimento em alta de 8,1% no quarto trimestre, o setor habitacional teve em 2015 seu melhor ano desde a Grande Recessão de 2008-9. Os gastos com defesa subiram 3,6% e as despesas do governo federal excluindo defesa, 1,4%. As despesas dos governos estaduais e municipais recuaram 0,6%.
O índice de preços ao consumidor ficou em 0,1%. O núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, registrou 1,2%.
A desaceleração acontece em momento de inflação baixa, suscitando dúvidas sobre o acerto da decisão da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, de aumentar as taxas básicas de juros em dezembro de 2015. Com a expectativa de que não haverá novas altas de juros em curto prazo, as bolsas de Nova York operam em alta superior a 1%.
No ano como um todo, a maior economia do mundo avançou 2,4%, o mesmo ritmo de 2014. Desde 2010, os EUA crescem em média 2,1% ao ano. Com a alta do dólar de 2,4% e a desaceleração mundial, as exportações baixaram 2,5%.
O consumo pessoal, responsável por mais de dois terços do produto interno bruto dos EUA, subiu 2,2% no quarto trimestre, abaixo dos 3% do trimestre anterior. Em todo o ano passado, o consumo pessoal se expandiu em 3,1%, o ritmo mais forte em uma década.
Com investimento em alta de 8,1% no quarto trimestre, o setor habitacional teve em 2015 seu melhor ano desde a Grande Recessão de 2008-9. Os gastos com defesa subiram 3,6% e as despesas do governo federal excluindo defesa, 1,4%. As despesas dos governos estaduais e municipais recuaram 0,6%.
O índice de preços ao consumidor ficou em 0,1%. O núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, registrou 1,2%.
A desaceleração acontece em momento de inflação baixa, suscitando dúvidas sobre o acerto da decisão da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, de aumentar as taxas básicas de juros em dezembro de 2015. Com a expectativa de que não haverá novas altas de juros em curto prazo, as bolsas de Nova York operam em alta superior a 1%.
França cresceu 1,1% em 2015
A economia da França, a segunda maior da Zona do Euro e a quinta do mundo, cresceu 1,1% no ano passado, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee).
Foi o avanço mais forte em quatro anos, mas é inferior ao crescimento previsto para a Eurozona, de 1,5%.
O total de desempregados voltou a aumentar em dezembro, quando mais 15,8 mil pessoas que procuram emprego não encontraram trabalho algum, nem mesmo temporário.
Em todo o ano de 2015, o número total de desempregados cresceu em 90 mil na França metropolitana (sem as colônias ultramarinhas) para 3,591 milhões. O índice de desemprego está em 10,6% da população economicamente ativa.
Foi o avanço mais forte em quatro anos, mas é inferior ao crescimento previsto para a Eurozona, de 1,5%.
O total de desempregados voltou a aumentar em dezembro, quando mais 15,8 mil pessoas que procuram emprego não encontraram trabalho algum, nem mesmo temporário.
Em todo o ano de 2015, o número total de desempregados cresceu em 90 mil na França metropolitana (sem as colônias ultramarinhas) para 3,591 milhões. O índice de desemprego está em 10,6% da população economicamente ativa.
Banco do Japão adota juro negativo para estimular economia
O Banco do Japão surpreendeu o mercado hoje ao fixar a primeira taxa de juros negativa da história do país, em mais uma tentativa de estimular a economia, abalada há duas décadas pela estagnação e a deflação, noticiaram os jornais Financial Times e The Wall Street Journal.
Foi uma decisão apertada, tomada por 5 a 4. A partir de agora, o banco central japonês vai cobrar 0,1% ao ano sobre o dinheiro guardado como reserva pelos bancos privados, mas isso só vale para os novos depósitos do dinheiro do programa de compra de ativos do próprio BC.
Todas as outras reservas bancárias, estimadas em US$ 2,5 trilhões, cerca de metade do produto interno bruto do Japão, continuarão sendo remuneradas a 0,1% ao ano.
O objetivo é aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, a oferta de crédito e o consumo para atingir a meta de inflação de 2% ao ano até outubro de 2017. As autoridades monetárias japonesas estão preocupadas com a valorização do iene, a desaceleração da China e a queda nos preços do petróleo.
"Por estas razões, há um risco crescente de que a melhoria na confiança do empresariado japonês e a conversão da mentalidade deflacionária pudessem ser retardadas. O banco vai baixar o fim da curva cortando sua taxa de depósito sobre as contas correntes para território negativo e exercer mais pressão para baixo nas taxas de juros ao longo de toda a curva", declarou em nota o Banco do Japão.
A medida reforça a imagem do presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, como um homem surpreendente. Há oito dias, ele declarou no Parlamento do Japão que não pensava em juros negativos. Mas também mostra que as autoridades estão ficando sem instrumentos para aumentar a atividade econômica.
O iene, a moeda japonesa, caiu de 118,8 para 120,3 por dólar. Os títulos de 10 anos da dívida pública do Japão passaram a pagar os menores juros da história, 0,175% ao ano.
Foi uma decisão apertada, tomada por 5 a 4. A partir de agora, o banco central japonês vai cobrar 0,1% ao ano sobre o dinheiro guardado como reserva pelos bancos privados, mas isso só vale para os novos depósitos do dinheiro do programa de compra de ativos do próprio BC.
Todas as outras reservas bancárias, estimadas em US$ 2,5 trilhões, cerca de metade do produto interno bruto do Japão, continuarão sendo remuneradas a 0,1% ao ano.
O objetivo é aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, a oferta de crédito e o consumo para atingir a meta de inflação de 2% ao ano até outubro de 2017. As autoridades monetárias japonesas estão preocupadas com a valorização do iene, a desaceleração da China e a queda nos preços do petróleo.
"Por estas razões, há um risco crescente de que a melhoria na confiança do empresariado japonês e a conversão da mentalidade deflacionária pudessem ser retardadas. O banco vai baixar o fim da curva cortando sua taxa de depósito sobre as contas correntes para território negativo e exercer mais pressão para baixo nas taxas de juros ao longo de toda a curva", declarou em nota o Banco do Japão.
A medida reforça a imagem do presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, como um homem surpreendente. Há oito dias, ele declarou no Parlamento do Japão que não pensava em juros negativos. Mas também mostra que as autoridades estão ficando sem instrumentos para aumentar a atividade econômica.
O iene, a moeda japonesa, caiu de 118,8 para 120,3 por dólar. Os títulos de 10 anos da dívida pública do Japão passaram a pagar os menores juros da história, 0,175% ao ano.
Partido do governo tenta impugnar sete deputados na Venezuela
Pouco a pouco, o regime chavista vai minando a vitória eleitoral e a maioria da oposição na Assembleia Nacional da Venezuela. Ontem o secretário-geral do partido governista Podemos, Gerson Pérez, pediu ao Tribunal Supremo de Justiça a anulação das eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2014 em cinco distritos de Caracas. Sete deputados podem ser cassados.
Como a oposição conseguiu maioria qualificada de 112 deputados, inicialmente o governo impugnou a eleição de três deputados no estado do Amazonas, alegando compra de votos. Eles prestaram juramento, levando o TSJ, dominado pelo chavismo, a declarar a nulidade de todos os atos do Poder Legislativo.
Entre os mandatos questionados, está o do presidente da Assembleia, deputado Henry Ramos Allup. Em 22 de janeiro, a oposição rejeitou o decreto de emergência econômica do presidente Nicolás Maduro. Ele vai tentar impor as medidas, que incluem desapropriação e confisco, por decreto.
Mais uma vez, o regime chavista ignora as regras básicas da democracia. Vai usar o Judiciário para minar o poder do Legislativo.
Se o presidente da Assembleia for cassado, os outros países do Mercosul e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) deveriam usar a cláusula democrática para pressionar a Venezuela. O Brasil tem sido conivente, mas o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, não deve ficar quieto.
Com recessão de 10% no ano passado e 8% neste, a maior inflação do mundo, de 270% em 2015 e prevista em 720% em 2016, e a forte queda nos preços do petróleo, a economia venezuelana segue em marcha forçada rumo ao abismo.
Como a oposição conseguiu maioria qualificada de 112 deputados, inicialmente o governo impugnou a eleição de três deputados no estado do Amazonas, alegando compra de votos. Eles prestaram juramento, levando o TSJ, dominado pelo chavismo, a declarar a nulidade de todos os atos do Poder Legislativo.
Entre os mandatos questionados, está o do presidente da Assembleia, deputado Henry Ramos Allup. Em 22 de janeiro, a oposição rejeitou o decreto de emergência econômica do presidente Nicolás Maduro. Ele vai tentar impor as medidas, que incluem desapropriação e confisco, por decreto.
Mais uma vez, o regime chavista ignora as regras básicas da democracia. Vai usar o Judiciário para minar o poder do Legislativo.
Se o presidente da Assembleia for cassado, os outros países do Mercosul e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) deveriam usar a cláusula democrática para pressionar a Venezuela. O Brasil tem sido conivente, mas o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, não deve ficar quieto.
Com recessão de 10% no ano passado e 8% neste, a maior inflação do mundo, de 270% em 2015 e prevista em 720% em 2016, e a forte queda nos preços do petróleo, a economia venezuelana segue em marcha forçada rumo ao abismo.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Epidemia de zika pode atingir 4 milhões, adverte OMS
A epidemia causada pelo vírus zika, responsável por 4 mil casos de microcefalia no Brasil, "se propaga explosivamente" e pode atingir 4 milhões de pessoas no mundo inteiro só neste ano, advertiu hoje a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, citada pela agência Reuters.
O vírus zika foi detectado pela primeira vez na África em 1947. Teria chegado ao Brasil no ano passado, onde é transmitido pelo mosquito-tigre, de nome científico Aedes aegypti.
Em novembro de 2015, uma médica de Campina Grande, na Paraíba, concluiu que o zika é responsável por uma explosão de casos de microcefalia, o subdesenvolvimento do cérebro de fetos de mães infectadas pelo vírus. Ele também pode provocar a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune em que as defesas do organismo atacam o sistema nervoso causando paralisia.
Com o carnaval e a Olimpíada do Rio, a notícia provocou alarme internacional e deve prejudicar o turismo no Brasil. O governo mobilizou 220 mil soldados das Forças Armadas para combater o mosquito.
Hoje, a epidemia de zika atinge 22 países da América Latina e do Mar do Caribe. Deve chegar a todo o continente, menos ao Canadá e ao Chile, depois do inverno no Hemisfério Norte. Os estados do Sul dos Estados Unidos, como Flórida, Louisiana e Texas, onde há enormes pântanos, devem ser afetados.
Na próxima semana, a OMS decide se vai declarar emergência de saúde pública. Na última grande epidemia, do vírus ebola, na África Ocidental, em 2014, a OMS vai acusada de hesitar antes de adotar a medida, que aumenta a ajuda internacional aos países infectados.
O vírus zika foi detectado pela primeira vez na África em 1947. Teria chegado ao Brasil no ano passado, onde é transmitido pelo mosquito-tigre, de nome científico Aedes aegypti.
Em novembro de 2015, uma médica de Campina Grande, na Paraíba, concluiu que o zika é responsável por uma explosão de casos de microcefalia, o subdesenvolvimento do cérebro de fetos de mães infectadas pelo vírus. Ele também pode provocar a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune em que as defesas do organismo atacam o sistema nervoso causando paralisia.
Com o carnaval e a Olimpíada do Rio, a notícia provocou alarme internacional e deve prejudicar o turismo no Brasil. O governo mobilizou 220 mil soldados das Forças Armadas para combater o mosquito.
Hoje, a epidemia de zika atinge 22 países da América Latina e do Mar do Caribe. Deve chegar a todo o continente, menos ao Canadá e ao Chile, depois do inverno no Hemisfério Norte. Os estados do Sul dos Estados Unidos, como Flórida, Louisiana e Texas, onde há enormes pântanos, devem ser afetados.
Na próxima semana, a OMS decide se vai declarar emergência de saúde pública. Na última grande epidemia, do vírus ebola, na África Ocidental, em 2014, a OMS vai acusada de hesitar antes de adotar a medida, que aumenta a ajuda internacional aos países infectados.
Venda de casas novas avançou 14,5% nos EUA em 2015
A venda de novas unidades habitacionais nos Estados Unidos cresceu 14,5% para 507 mil no ano passado, revelou ontem o Departamento do Comércio.
O preço médio das casas novas vendidas em dezembro ficou em US$ 288.900, uma queda de 4,3% em comparação com dezembro de 2014. No mês passado, havia 237 imóveis residenciais novos à venda, um estoque que deve durar pouco mais de cinco meses no atual ritmo de negócios.
A recuperação do setor habitacional do mercado imobiliário americano, onde começou a Grande Recessão de 2008-9, é considera essencial para a normalização da maior economia do mundo.
O preço médio das casas novas vendidas em dezembro ficou em US$ 288.900, uma queda de 4,3% em comparação com dezembro de 2014. No mês passado, havia 237 imóveis residenciais novos à venda, um estoque que deve durar pouco mais de cinco meses no atual ritmo de negócios.
A recuperação do setor habitacional do mercado imobiliário americano, onde começou a Grande Recessão de 2008-9, é considera essencial para a normalização da maior economia do mundo.
Corrupção derruba ministro da Economia do Japão
O ministro da Economia do Japão, Akira Amari, pediu demissão hoje em meio a acusações de corrupção, noticiou a televisão pública britânica BBC.
Amari nega ter recebido propina de uma empresa de engenharia, como alegou uma revista japonesa. Ele foi o principal negociar japonês no acordo de liberalização comercial conhecido como Parceria Transpacífica, que deve ser assinado na próxima semana na Nova Zelândia.
A queda é mais um golpe na abeconomia, as reformas do primeiro-ministro Shinzo Abe para tentar vencer a estagnação e a deflação que afetam a economia japonesa desde os anos 1990s. Amari era um dos aliados mais próximos de Abe.
Desde então, a China, inimiga histórica, ultrapassou o Japão, tornando-se a segunda maior economia do mundo. Abe está preocupado com a ascensão irresistível da China. Não quer deixar o Japão ficar para trás.
Amari nega ter recebido propina de uma empresa de engenharia, como alegou uma revista japonesa. Ele foi o principal negociar japonês no acordo de liberalização comercial conhecido como Parceria Transpacífica, que deve ser assinado na próxima semana na Nova Zelândia.
A queda é mais um golpe na abeconomia, as reformas do primeiro-ministro Shinzo Abe para tentar vencer a estagnação e a deflação que afetam a economia japonesa desde os anos 1990s. Amari era um dos aliados mais próximos de Abe.
Desde então, a China, inimiga histórica, ultrapassou o Japão, tornando-se a segunda maior economia do mundo. Abe está preocupado com a ascensão irresistível da China. Não quer deixar o Japão ficar para trás.
Banco central da China faz maior injeção de dinheiro em três anos
O Banco Popular da China fez a maior injeção de dinheiro no sistema financeiro do país em três anos, revelou hoje o jornal The Wall Street Journal.
Na expectativa de um aumento da demanda antes dos feriados do Ano Novo Lunar chinês, ofereceu ontem mais US$ 67 bilhões em empréstimos de curto prazo aos bancos. Hoje o banco central chinês ofereceu mais US$ 51,9 bilhões.
Os analistas entendem que a economia chinesa é sólida, apesar da desaceleração do crescimento, mas estão atentos às reações do regime comunista à forte queda nas bolsas de valores para avaliar a capacidade do governo de enfrentar os problemas da transição de uma economia voltada para o investimento e a exportação para uma orientada para o consumo e o mercado interno.
Na expectativa de um aumento da demanda antes dos feriados do Ano Novo Lunar chinês, ofereceu ontem mais US$ 67 bilhões em empréstimos de curto prazo aos bancos. Hoje o banco central chinês ofereceu mais US$ 51,9 bilhões.
Os analistas entendem que a economia chinesa é sólida, apesar da desaceleração do crescimento, mas estão atentos às reações do regime comunista à forte queda nas bolsas de valores para avaliar a capacidade do governo de enfrentar os problemas da transição de uma economia voltada para o investimento e a exportação para uma orientada para o consumo e o mercado interno.
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Tribunal Penal Internacional processa ex-presidente da Costa do Marfim
O ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo foi apresentado hoje ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, onde vai responder por quatro crimes contra a humanidade: assassinatos, violações sexuais, atos desumanos e perseguições políticas, noticiou a televisão pública britânica BBC. É o primeiro chefe de Estado julgado pelo tribunal.
Depois da eleição presidencial de 2010, Gbagbo, que estava no poder desde o ano 2000, se recusou a transferir o poder para Alassane Ouattara, reconhecido como vencedor pelos Estados Unidos e a União Europeia. Sua resistência deflarou uma guerra civil de cinco meses em que mais de 3 mil pessoas foram mortas.
Gbagbo foi preso em abril de 2011 pelo governo Ouattara, com o apoio das Forças Armadas da França. Seus partidários consideram o processo uma afronta e sua prisão "uma tomada de refém". Acusam o tribunal de ser um "instrumento de dominação neocolonial".
Na audiência de hoje, ele e seu ministro da Juventude, Charles Blé Goudé, acusado de chefiar milícias, negaram as acusações. A libertação de Gbagbo poderia desestabilizar a Costa do Marfim. Como a Constituição marfinense fixa em 75 anos a idade limite para concorrer à Presidência e o ex-presidente tem 70, poderia voltar a disputar o poder nas urnas.
O TPI sofre intensa pressão dos líderes da África, que rejeitam denúncias contra presidentes no exercício do cargo, alegando que têm direito à imunidade. No ano passado, o governo da África do Sul ignorou uma determinação da Suprema Corte para prender o ditador do Sudão, Omar Bachir, denunciado por crimes contra a humanidade.
A corte também foi alvo de críticas no processo contra o atual presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, acusado de comandar milícias da tribo kikuyo na onda de violência deflagrada pela contestação do resultado da eleição presidencial de dezembro de 2007. O caso entrou em colapso.
Para os líderes africanos, eles são os únicos alvos do TPI. Um presidente dos Estados Unidos ou da Rússia, países que não aderiram ao tribunal, jamais seria denunciado, alegam os africanos.
Por outro lado, se os chefes de Estado no exercício do poder tiverem imunidade, os ditadores vão resistir ainda mais a entregar o poder. Seria a "justiça dos vencedores". Só os derrotados como Gbagbo chegariam ao banco dos réus.
Está em jogo a credibilidade do TPI, criado justamente para evitar a impunidade de crimes não julgados nos países onde ocorreram. Desde sua instalação, em 2002, só condenou senhores da guerra da República Democrática do Congo.
O processo deve durar três ou quatro anos.
Depois da eleição presidencial de 2010, Gbagbo, que estava no poder desde o ano 2000, se recusou a transferir o poder para Alassane Ouattara, reconhecido como vencedor pelos Estados Unidos e a União Europeia. Sua resistência deflarou uma guerra civil de cinco meses em que mais de 3 mil pessoas foram mortas.
Gbagbo foi preso em abril de 2011 pelo governo Ouattara, com o apoio das Forças Armadas da França. Seus partidários consideram o processo uma afronta e sua prisão "uma tomada de refém". Acusam o tribunal de ser um "instrumento de dominação neocolonial".
Na audiência de hoje, ele e seu ministro da Juventude, Charles Blé Goudé, acusado de chefiar milícias, negaram as acusações. A libertação de Gbagbo poderia desestabilizar a Costa do Marfim. Como a Constituição marfinense fixa em 75 anos a idade limite para concorrer à Presidência e o ex-presidente tem 70, poderia voltar a disputar o poder nas urnas.
O TPI sofre intensa pressão dos líderes da África, que rejeitam denúncias contra presidentes no exercício do cargo, alegando que têm direito à imunidade. No ano passado, o governo da África do Sul ignorou uma determinação da Suprema Corte para prender o ditador do Sudão, Omar Bachir, denunciado por crimes contra a humanidade.
A corte também foi alvo de críticas no processo contra o atual presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, acusado de comandar milícias da tribo kikuyo na onda de violência deflagrada pela contestação do resultado da eleição presidencial de dezembro de 2007. O caso entrou em colapso.
Para os líderes africanos, eles são os únicos alvos do TPI. Um presidente dos Estados Unidos ou da Rússia, países que não aderiram ao tribunal, jamais seria denunciado, alegam os africanos.
Por outro lado, se os chefes de Estado no exercício do poder tiverem imunidade, os ditadores vão resistir ainda mais a entregar o poder. Seria a "justiça dos vencedores". Só os derrotados como Gbagbo chegariam ao banco dos réus.
Está em jogo a credibilidade do TPI, criado justamente para evitar a impunidade de crimes não julgados nos países onde ocorreram. Desde sua instalação, em 2002, só condenou senhores da guerra da República Democrática do Congo.
O processo deve durar três ou quatro anos.
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Satélite mostra Coreia do Norte preparando teste de míssil
O regime comunista da Coreia do Norte está preparando um novo teste de míssil balístico de longo alcance na sua base de lançamentos de Dongchang-ri, no Noroeste do país, indicam imagens de satélite, informou hoje a agência de notícias japonesa Kyodo citando fontes não identificadas do governo do Japão.
Em dezembro de 2012, a ditadura stalinista norte-coreana testou um míssil balístico alegando que era um lançamento de satélite. No ano passado, afirmou ter experimentado um míssil balístico lançado de submarino, mas analistas internacionais não acreditaram.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte não proibiu a circulação de barcos na região como costumava fazer antes de testar armas.
Desde o colapso da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte faz uma chantagem nuclear, barganhando ajuda em energia e alimentos em troca de promessas de não desenvolver armas e mísseis nucleares. Mas já realizou várias experiências com armas atômicas e ninguém tem interesse no colapso do regime norte-coreano, capaz de desestabilizar a região.
Em dezembro de 2012, a ditadura stalinista norte-coreana testou um míssil balístico alegando que era um lançamento de satélite. No ano passado, afirmou ter experimentado um míssil balístico lançado de submarino, mas analistas internacionais não acreditaram.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte não proibiu a circulação de barcos na região como costumava fazer antes de testar armas.
Desde o colapso da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte faz uma chantagem nuclear, barganhando ajuda em energia e alimentos em troca de promessas de não desenvolver armas e mísseis nucleares. Mas já realizou várias experiências com armas atômicas e ninguém tem interesse no colapso do regime norte-coreano, capaz de desestabilizar a região.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Corrupção nos emergentes inquieta Transparência Internacional
As potências econômicas emergentes, especialmente o Brasil e a Malásia, preocupam a organização não governamental anticorrupção Transparência Internacional, que divulgou hoje seu relatório anual sobre a percepção de corrupção no mundo, informou a Agência France Presse (AFP).
Mais de 6 bilhões de pessoas vivem em países com governos corruptos, 68% do total, que perdem US$ 1 trilhão por ano para a corrupção.
"Todos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), apontados como novas promessas da economia mundial, são preocupantes, com pontuação abaixo de 50 no nosso ranking", declarou em Berlim a diretora de pesquisas da ONG, Robin Hodess.
O Brasil caiu cinco pontos e sete posições, a maior queda. É o 76º país menos corrupto do mundo. Está atrás da África do Sul (61º), ao lado da Índia e à frente da China (83º) e da Rússia (119º).
A lista dos mais honestos é liderada por três países escandinavos: Dinamarca, Finlândia e Suécia. Os mais corruptos são a Coreia do Norte e a Somália, seguidos pelo Afeganistão e o Sudão.
Como é impossível avaliar a corrupção em termos de recursos públicos desviados, o relatório examina a percepção de corrupção por quem faz negócios nos países.
Assim, os escândalos do Mensalão e do Petrolão aumentaram a percepção de corrupção no Brasil. Tiveram "um impacto fenomenal", admite Hodess. Mas a corrupção se tornou mais visível justamente por estar sendo combatida. A expectativa é que as instituições brasileiras saiam fortalecidas.
O Brasil está na frente do México (95º), onde as instituições estão sob a ameaça da guerra do tráfico. Em várias cidades do interior do país, prefeitos foram assassinados pelo crime organizado. O traficante mais procurado do país, Joaquín El Chapo Guzmán, fugiu da prisão com ajuda de funcionários públicos e foi alvo de uma grande e custosa caçada para ser recapturado.
Mais de 6 bilhões de pessoas vivem em países com governos corruptos, 68% do total, que perdem US$ 1 trilhão por ano para a corrupção.
"Todos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), apontados como novas promessas da economia mundial, são preocupantes, com pontuação abaixo de 50 no nosso ranking", declarou em Berlim a diretora de pesquisas da ONG, Robin Hodess.
O Brasil caiu cinco pontos e sete posições, a maior queda. É o 76º país menos corrupto do mundo. Está atrás da África do Sul (61º), ao lado da Índia e à frente da China (83º) e da Rússia (119º).
A lista dos mais honestos é liderada por três países escandinavos: Dinamarca, Finlândia e Suécia. Os mais corruptos são a Coreia do Norte e a Somália, seguidos pelo Afeganistão e o Sudão.
Como é impossível avaliar a corrupção em termos de recursos públicos desviados, o relatório examina a percepção de corrupção por quem faz negócios nos países.
Assim, os escândalos do Mensalão e do Petrolão aumentaram a percepção de corrupção no Brasil. Tiveram "um impacto fenomenal", admite Hodess. Mas a corrupção se tornou mais visível justamente por estar sendo combatida. A expectativa é que as instituições brasileiras saiam fortalecidas.
O Brasil está na frente do México (95º), onde as instituições estão sob a ameaça da guerra do tráfico. Em várias cidades do interior do país, prefeitos foram assassinados pelo crime organizado. O traficante mais procurado do país, Joaquín El Chapo Guzmán, fugiu da prisão com ajuda de funcionários públicos e foi alvo de uma grande e custosa caçada para ser recapturado.
Massachusetts contesta preço de medicamentos contra hepatite C
Em carta ao laboratório Gilead, a procuradora-geral do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, pressionou a companhia farmacêutica a baixar o preços dos tratamentos contra a hepatite C com os medicamentos Sovaldi e Harvoni, que custam US$ 84 mil a US$ 94,5 mil, alegando que violam a lei estadual, revelou hoje a agência de notícias Reuters.
"Meu escritório está examinando se a estratégia de preços da Gilead em relação a Sovaldi e Harvoni pode constituir uma prática comercial desleal em violação à lei de Massachusetts", afirmou a procuradora-geral Maura Healey carta de 22 de janeiro.
Healey acusou a política de preços do laboratório de "permitir que a hepatite C continue se propagando entre populações vulneráveis, ao contrário de erradicar a doença, num grande dano ao público."
Ao se defender, a empresa concordou "com a procuradora-geral quanto à importância de ajudar todos os pacientes com hepatite C - e o advento de novos tratamentos seguros e efetivos nos permite agora considerar a possibilidade de erradicar a doença", declarou a porta-voz Amy Flood.
Os dois tratamentos permitem curar 90% dos casos de hepatite C, num grande avanço em relação ao tratamento mais usado atualmente, com base em injeções semanais de interferon peguilado e a ingestão diária de ribaverina durante um período de seis meses. É um tratado difícil, cheio de efeitos colaterais e às vezes ineficiente.
"Meu escritório está examinando se a estratégia de preços da Gilead em relação a Sovaldi e Harvoni pode constituir uma prática comercial desleal em violação à lei de Massachusetts", afirmou a procuradora-geral Maura Healey carta de 22 de janeiro.
Healey acusou a política de preços do laboratório de "permitir que a hepatite C continue se propagando entre populações vulneráveis, ao contrário de erradicar a doença, num grande dano ao público."
Ao se defender, a empresa concordou "com a procuradora-geral quanto à importância de ajudar todos os pacientes com hepatite C - e o advento de novos tratamentos seguros e efetivos nos permite agora considerar a possibilidade de erradicar a doença", declarou a porta-voz Amy Flood.
Os dois tratamentos permitem curar 90% dos casos de hepatite C, num grande avanço em relação ao tratamento mais usado atualmente, com base em injeções semanais de interferon peguilado e a ingestão diária de ribaverina durante um período de seis meses. É um tratado difícil, cheio de efeitos colaterais e às vezes ineficiente.
Bombardeio destrói Tribunal da Charia em Mossul
A coalizão internacional de forças aéreas liderada pelos Estados Unidos destruiu totalmente o Tribunal da Charia (Lei Islâmica) instalado pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na cidade de Mossul, no Norte do Iraque, noticiou hoje a agência iraquiana Shafaq News.
Na madrugada de hoje, os bombardeiros atacaram pelo menos 11 vezes o tribunal corânico, situado perto de uma ponte. Vários milicianos que estavam dentro do prédio devem ter sido mortos.
Em pânico, os líderes do Estado Islâmico fecharam todas as ruas que levam ao tribunal para evitar a aproximação de civis capazes de constatar os danos sofridos pelo grupo.
Segunda maior cidade do Iraque, Mossul foi tomada em dias pelo Estado Islâmico em junho de 2014. Na principal mesquita da cidade, o dirigente supremo do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou no fim daquele mês a criação de um califado, um império do terror com jurisdição sobre o mundo inteiro.
Mossul, no Iraque, e Rakka, na Síria, foram as principais conquistas do Estado Islâmico. Há fortes indicações de que os EUA e aliados planejam operações para retomar estas duas cidades. Sua queda provavelmente destruiria o proto-Estado terrorista e obrigaria o Estado Islâmico a voltar a ser um grupo terrorista.
Na madrugada de hoje, os bombardeiros atacaram pelo menos 11 vezes o tribunal corânico, situado perto de uma ponte. Vários milicianos que estavam dentro do prédio devem ter sido mortos.
Em pânico, os líderes do Estado Islâmico fecharam todas as ruas que levam ao tribunal para evitar a aproximação de civis capazes de constatar os danos sofridos pelo grupo.
Segunda maior cidade do Iraque, Mossul foi tomada em dias pelo Estado Islâmico em junho de 2014. Na principal mesquita da cidade, o dirigente supremo do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou no fim daquele mês a criação de um califado, um império do terror com jurisdição sobre o mundo inteiro.
Mossul, no Iraque, e Rakka, na Síria, foram as principais conquistas do Estado Islâmico. Há fortes indicações de que os EUA e aliados planejam operações para retomar estas duas cidades. Sua queda provavelmente destruiria o proto-Estado terrorista e obrigaria o Estado Islâmico a voltar a ser um grupo terrorista.
Comandos dos EUA atacam líderes do Estado Islâmico
Um comando de operações especiais das Forças Armadas dos Estados Unidos atacou uma base aérea perto de Mossul, no Norte do Iraque, matando três milicianos e prendendo sete, noticiou hoje a agência de notícias iraquiana Shafaq News.
A ação no aeroporto de Tal Afar foi baseada em informações sobre a presença de altos dirigentes da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Durou apenas meia hora. Nenhum soldado americano saiu ferido.
Ainda não está claro se os militantes mortos ou presos eram líderes importantes do Estado Islâmico. Os EUA confiscaram equipamentos eletrônicos em busca de informações valiosas. Washington ainda não confirmou a operação, que seria um duro golpe no Estado Islâmico.
Sob pressão dos bombardeios aéreos dos EUA e da Rússia, e de forças terrestres iraquianas, curdas e sírias, a milícia enfrenta duras perdas no Iraque e na Síria.
A ação no aeroporto de Tal Afar foi baseada em informações sobre a presença de altos dirigentes da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Durou apenas meia hora. Nenhum soldado americano saiu ferido.
Ainda não está claro se os militantes mortos ou presos eram líderes importantes do Estado Islâmico. Os EUA confiscaram equipamentos eletrônicos em busca de informações valiosas. Washington ainda não confirmou a operação, que seria um duro golpe no Estado Islâmico.
Sob pressão dos bombardeios aéreos dos EUA e da Rússia, e de forças terrestres iraquianas, curdas e sírias, a milícia enfrenta duras perdas no Iraque e na Síria.
Ministra da Justiça da França pede demissão
Em protesto contra a decisão do governo de cassar a nacionalidade de franceses com dupla cidadania condenados por terrorismo, a ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, pediu demissão hoje. Ela será substituída pelo deputado Jean-Jacques Urvoas, que presidia a Comissão de Justiça da Assembleia Nacional, noticiou o jornal Le Monde.
"Escolhi ser fiel a mim mesma, a meus engajamentos, a meus combates e a minhas relações com os outros", declarou Taubira, alegando ter um "desacordo político maior" em relação ao projeto defendido pelo primeiro-ministro Manuel Valls.
Ao fazer um balanço de sua atuação como ministra, ele citou avanços como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, as reformas penal e da justiça, e o aumento do orçamento do Ministério da Justiça. "Às vezes, resistir é ficar; às vezes, resistir é partir. Por fidelidade a si e a nós. Pela última palavra à ética e ao direito", escreveu Taubira no Twitter.
Sua saída fortalece a posição do primeiro-ministro Valls, considerado liberal demais pela ala mais à esquerda do Partido Socialista, à qual pertence Taubira. É mais um sinal da marcha do governo socialista para o centro em busca dos votos dos independentes e de barrar o avanço da neofascista Frente Nacional.
"Escolhi ser fiel a mim mesma, a meus engajamentos, a meus combates e a minhas relações com os outros", declarou Taubira, alegando ter um "desacordo político maior" em relação ao projeto defendido pelo primeiro-ministro Manuel Valls.
Ao fazer um balanço de sua atuação como ministra, ele citou avanços como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, as reformas penal e da justiça, e o aumento do orçamento do Ministério da Justiça. "Às vezes, resistir é ficar; às vezes, resistir é partir. Por fidelidade a si e a nós. Pela última palavra à ética e ao direito", escreveu Taubira no Twitter.
Sua saída fortalece a posição do primeiro-ministro Valls, considerado liberal demais pela ala mais à esquerda do Partido Socialista, à qual pertence Taubira. É mais um sinal da marcha do governo socialista para o centro em busca dos votos dos independentes e de barrar o avanço da neofascista Frente Nacional.
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Partido Comunista do Vietnã reelege líder
O secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, Nguyen Phu Trong, foi reeleito hoje para um segundo mandato de cinco anos, noticiou a agência Associated Press (AP).
Trong, de 71 anos, foi reeleito para o Politburo do Comitê Central do PC e recebeu uma segunda isenção da aposentadoria compulsória. Em seguida, foi reeleito para chefiar o partido, o mais alto cargo na hierarquia do regime comunista vietnamita.
No início da semana, o maior rival de Trong, o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung, desistiu de disputar a liderança do partido. Dung deve deixar a vida pública e Trong teria feito um acordo com os partidários do rival e deve ficar no cargo durante apenas parte do mandato.
O vice-primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc, também eleito para o Politburo, deve ser promovido a primeiro-ministro. O ministro da Segurança Pública, Tran Dai Quang, deve ser o próximo presidente do país, um cargo cerimonial menos importante do que a chefia do partido e do governo.
A disputa pelo poder foi descrita como um duelo entre um conservador a favor da China e um reformista pró-Estados Unidos, mas a expectativa é que não haja mudanças significativas na orientação econômica e estratégica do país.
O Vietnã enfrenta uma China cada vez mais agressiva na disputa territorial no Mar do Sul da China, onde Beijim procura petróleo em águas disputadas pelo país vizinho. Isso aproximou o Vietnã dos EUA, da Índia e do Japão numa tentativa de contrabalançar o crescente poderio militar chinês.
Trong, de 71 anos, foi reeleito para o Politburo do Comitê Central do PC e recebeu uma segunda isenção da aposentadoria compulsória. Em seguida, foi reeleito para chefiar o partido, o mais alto cargo na hierarquia do regime comunista vietnamita.
No início da semana, o maior rival de Trong, o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung, desistiu de disputar a liderança do partido. Dung deve deixar a vida pública e Trong teria feito um acordo com os partidários do rival e deve ficar no cargo durante apenas parte do mandato.
O vice-primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc, também eleito para o Politburo, deve ser promovido a primeiro-ministro. O ministro da Segurança Pública, Tran Dai Quang, deve ser o próximo presidente do país, um cargo cerimonial menos importante do que a chefia do partido e do governo.
A disputa pelo poder foi descrita como um duelo entre um conservador a favor da China e um reformista pró-Estados Unidos, mas a expectativa é que não haja mudanças significativas na orientação econômica e estratégica do país.
O Vietnã enfrenta uma China cada vez mais agressiva na disputa territorial no Mar do Sul da China, onde Beijim procura petróleo em águas disputadas pelo país vizinho. Isso aproximou o Vietnã dos EUA, da Índia e do Japão numa tentativa de contrabalançar o crescente poderio militar chinês.
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terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Putin acusa Lenin por federalismo e fim da URSS
Numa rara crítica aos dirigentes do passado comunista, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, condenou o pai da União Soviética, Vladimir Ilich Ulianov (Lenin) e o regime bolchevique pela repressão brutal e pelo modelo federalista, que responsabilizou pelo fim da União Soviética.
Durante um encontro de militantes de seu partido, Rússia Unida, na cidade de Sevastopol, Putin abandonou ontem uma cautela atribuída ao desejo de evitar críticas aos comunistas para não perder votos. O atual homem-forte do Kremlin condenou a execução do último czar e sua família, as mortes de milhares de padres e acusou Lenin de armar uma "bomba-relógio" sob o Estado, noticiou o jornal inglês The Guardian.
Ao traçar fronteiras administrativas e introduzir o federalismo ao criar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1922, o regime bolchevique deu a elas em tese o direito de se separar. Se isso era praticamente impossível no período stalinista, tornou-se uma possibilidade com a crise econômica do país e a tentativa de golpe contra o presidente Mikhail Gorbachev, em 1991.
Como exemplo desse federalismo destrutivo de Lenin, Putin citou o vale do Rio Don, no Leste da Ucrânia, onde Moscou fomentou uma guerra civil a partir de abril de 2014, um mês depois da anexação ilegal da Crimeia, com mais de 9 mil mortes desde então. Lenin teria incluído a região para aumentar a população proletária na Ucrânia.
Putin afirmou ainda que Lenin estava errado numa disputa com o futuro ditador Josef Vissarianovich Djugachvili (Stalin), que defendia um Estado unitário. No passado, o atual líder russo condenou as perseguições políticas e milhões de mortes do stalinismo, mas reconheceu seu papel na vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Outra crítica de Putin foi ao acordo de paz firmado pelos bolcheviques com a Alemanha na Primeira Guerra Mundial, cedendo parte do território russo meses antes da rendição alemã: "Perdemos para o lado derrotado, um caso único na história."
Na mesma ocasião, o presidente russo afastou a possibilidade de retirar a múmia embalsamada de Lenin de seu túmulo na Praça Vermelha, descartando "qualquer medida capaz de dividir a sociedade".
Ex-agente do Comitê de Defesa do Estado (KGB), a temida polícia política da URSS, Putin considerou o fim do país "a maior catástrofe geopolítica do século 20" e se empenha para restaurar pelo menos parte do poder imperial soviético.
O dirigente russo disse que acreditava na ideologia comunista e nas promessas de uma sociedade mais justa que "se assemelhava muito à Bíblia", mas admitiu que "o país não parecia a Cidade do Sol" idealizada pela utopia socialista.
Durante um encontro de militantes de seu partido, Rússia Unida, na cidade de Sevastopol, Putin abandonou ontem uma cautela atribuída ao desejo de evitar críticas aos comunistas para não perder votos. O atual homem-forte do Kremlin condenou a execução do último czar e sua família, as mortes de milhares de padres e acusou Lenin de armar uma "bomba-relógio" sob o Estado, noticiou o jornal inglês The Guardian.
Ao traçar fronteiras administrativas e introduzir o federalismo ao criar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1922, o regime bolchevique deu a elas em tese o direito de se separar. Se isso era praticamente impossível no período stalinista, tornou-se uma possibilidade com a crise econômica do país e a tentativa de golpe contra o presidente Mikhail Gorbachev, em 1991.
Como exemplo desse federalismo destrutivo de Lenin, Putin citou o vale do Rio Don, no Leste da Ucrânia, onde Moscou fomentou uma guerra civil a partir de abril de 2014, um mês depois da anexação ilegal da Crimeia, com mais de 9 mil mortes desde então. Lenin teria incluído a região para aumentar a população proletária na Ucrânia.
Putin afirmou ainda que Lenin estava errado numa disputa com o futuro ditador Josef Vissarianovich Djugachvili (Stalin), que defendia um Estado unitário. No passado, o atual líder russo condenou as perseguições políticas e milhões de mortes do stalinismo, mas reconheceu seu papel na vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Outra crítica de Putin foi ao acordo de paz firmado pelos bolcheviques com a Alemanha na Primeira Guerra Mundial, cedendo parte do território russo meses antes da rendição alemã: "Perdemos para o lado derrotado, um caso único na história."
Na mesma ocasião, o presidente russo afastou a possibilidade de retirar a múmia embalsamada de Lenin de seu túmulo na Praça Vermelha, descartando "qualquer medida capaz de dividir a sociedade".
Ex-agente do Comitê de Defesa do Estado (KGB), a temida polícia política da URSS, Putin considerou o fim do país "a maior catástrofe geopolítica do século 20" e se empenha para restaurar pelo menos parte do poder imperial soviético.
O dirigente russo disse que acreditava na ideologia comunista e nas promessas de uma sociedade mais justa que "se assemelhava muito à Bíblia", mas admitiu que "o país não parecia a Cidade do Sol" idealizada pela utopia socialista.
Suprema Corte dá chance a menores condenados à prisão perpétua
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que adolescentes condenados a penas mandatórias de prisão perpétua devem ter direito a um recurso para recuperar a liberdade. A medida é retroativa. Pode beneficiar até 1,5 mil no país inteiro, informou o jornal The Washington Post.
Por 6 a 3, o supremo tribunal americano ampliou uma decisão anterior de 2012 que dava direito a pedir liberdade condicional, declarando que ela deve ser aplicada retroativamente. Votaram a favor o relator, ministro Anthony Kennedy, o presidente John Roberts e os ministros liberais. Foram contra os ultraconservadores Antonin Scalia, Clarence Thomas e Samuel Alito.
Mais de 1,1 mil condenados com direito ao benefício se concentram em três estados que não aplicaram a retroatividade: Louisiana, Michigan e Pensilvânia.
Em 2005, a Suprema Corte havia proibido a pena de morte para adolescentes e estabelecido que eles só podem ser condenados à prisão perpétua por homicídio doloso, com a intenção de matar.
No voto vencedor, o juiz Kennedy reconheceu que "um juiz pode encontrar um raro delinquente juvenil com uma depravação tão irremediável que a reabilitação seja impossível e a prisão perpétua sem liberdade condicional se justifique".
Kennedy baseou sua decisão "na menor culpabilidade dos menores e na sua alta capacidade de mudar" e levantou dúvidas sobre sentenças mandatórias, em que o juiz não pode graduar a pena: "Aqueles prisioneiros que mostrarem incapacidade de mudar continuarão cumprindo prisão perpétua. A oportunidade de soltura será dada àqueles que demonstrarem que menores que cometeram crimes idiosos são capazes de mudar."
Ao discordar, o juiz Scalia alegou que a maioria do tribunal queria abolir a prisão perpétua para menores.
Para Christopher Slobogin, professor da Faculdade de Direito da Universidade Vanderbilt, de Nashville, no Tennessee, "o próximo passo será acabar com as sentenças mandatórias para todos os menores
Por 6 a 3, o supremo tribunal americano ampliou uma decisão anterior de 2012 que dava direito a pedir liberdade condicional, declarando que ela deve ser aplicada retroativamente. Votaram a favor o relator, ministro Anthony Kennedy, o presidente John Roberts e os ministros liberais. Foram contra os ultraconservadores Antonin Scalia, Clarence Thomas e Samuel Alito.
Mais de 1,1 mil condenados com direito ao benefício se concentram em três estados que não aplicaram a retroatividade: Louisiana, Michigan e Pensilvânia.
Em 2005, a Suprema Corte havia proibido a pena de morte para adolescentes e estabelecido que eles só podem ser condenados à prisão perpétua por homicídio doloso, com a intenção de matar.
No voto vencedor, o juiz Kennedy reconheceu que "um juiz pode encontrar um raro delinquente juvenil com uma depravação tão irremediável que a reabilitação seja impossível e a prisão perpétua sem liberdade condicional se justifique".
Kennedy baseou sua decisão "na menor culpabilidade dos menores e na sua alta capacidade de mudar" e levantou dúvidas sobre sentenças mandatórias, em que o juiz não pode graduar a pena: "Aqueles prisioneiros que mostrarem incapacidade de mudar continuarão cumprindo prisão perpétua. A oportunidade de soltura será dada àqueles que demonstrarem que menores que cometeram crimes idiosos são capazes de mudar."
Ao discordar, o juiz Scalia alegou que a maioria do tribunal queria abolir a prisão perpétua para menores.
Para Christopher Slobogin, professor da Faculdade de Direito da Universidade Vanderbilt, de Nashville, no Tennessee, "o próximo passo será acabar com as sentenças mandatórias para todos os menores
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Egito reprime homenagens à revolução traída
Cinco anos atrás, em 25 de janeiro de 2011, uma multidão se concentrou na Praça da Libertação, no centro do Cairo, e só saiu de lá em 11 de fevereiro, quando o então ditador do Egito, Hosni Mubarak, renunciou depois de quase 30 anos no poder.
Era o auge da chamada Primavera Árabe, que geraria o caos na Líbia e na Síria. Agora o governo surgido do golpe militar de 3 de julho de 2013 faz o possível para a data e as bandeiras de luta serem esquecidas.
Hoje o trânsito fluía sem problemas ao redor da praça onde o povo derrubou o regime que governava o Egito desde a Revolução dos Coronéis, que derrubou a monarquia 1952. Mais de 180 mil soldados e policiais foram mobilizados para que nada acontecesse.
A Irmandade Muçulmana, que liderou o breve governo democrático, governou autocraticamente, foi derrubada, declarada terrorista e proibida, convocou 35 marchas de protesto que na prática não aconteceram. Os liberais e esquerdistas que tomaram a praça e fizeram a Revolução de 25 de Janeiro em busca de democracia, liberdade e igualdade nem se mexeram. Foram os grandes derrotados.
Em 8 de janeiro, o Ministério da Religião incluiu no sermão oficial lido em todas as mesquitas um decreto religioso (fatwa) denunciando todos os que convocaram protestos de "implicar os egípcios em atos de violência e terrorismo em favor dos inimigos da pátria".
O sermão chamava a atenção para o caos nos países vizinhos "para que não se esqueçam as graças que os egípcios estão desfrutando no momento, inclusive segurança e estabilidade". Politiza as mesquitas, uma das acusações à Irmandade quando o grupo estava no poder.
Nas últimas semanas, a polícia deu buscas em 5 mil residências no Cairo para reprimir manifestações e revistou sistematicamente pessoas nos arredores da praça central da capital egípcia e seus cafés.
"Sempre há informantes nos cafés. Os pessoas sabem que estão sendo vigiadas e ouvidas", comentou o ativista Mohamed Abdel Rahman, condenado em 2014 por violar a lei que proíbe manifestações. "Agora, eles podem parar as pessoas nos cafés, no metrô, pedir identidade, o número do telefone e a senha no Facebook."
O serviço secreto também fez buscas e apreensões em centros culturais, considerados possíveis focos de dissenso. "Revistaram tudo: os computadores, as gavetas, tudo", contou Yasser Gerab, diretor da casa de exposições e espetáculos Townhouse, fechada desde 28 de fevereiro.
A advogada Yasmine Hossam al-Din está defendendo cerca de 800 pessoas acusadas genericamente: "A polícia abre um caso, dizendo que uma pessoas é acusada de terrorismo. Isso dá 10 a 15 anos de prisão. E não há como eu ou qualquer outro advogado provar o contrário porque os juízes são indicados politicamente - eles apoiam Sissi."
De uma cela na cadeia onde cumpre pena de cinco anos, o blogueiro Alaa Abdel Fattah resume a frustração dos revolucionários: "Tudo o que posso dizer é que perdi minhas palavras."
Ele reconhece agora que "o momento revolucionário era frágil e precário. No entanto, não posso me livrar desse sentimento puro de esperança, da impressão de que tudo é possível. Apesar das derrotas, nossos sonhos não param de crescer".
Na realidade, havia duas instituições organizadas no Egito em 2011: o regime das Forças Armadas, com suas amplas ramificações pela sociedade e a economia do país; e a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, fundado em 1928 por Hassan al-Bana para reislamizar os muçulmanos, que estariam corrompidos pelo secularismo e o colonialismo ocidental.
"Em 2013, começamos a perder a batalha em meio a uma polarização deletéria entre um Estado pseudo-laico furiosamente militarizado e uma forma de islamismo paranoica de um sectarismo brutal", analisa Alaa Abdel Fattah.
Na sua opinião, o massacre de pelo menos 630 pessoas fuziladas pela polícia de 14 a 16 de agosto de 2013 na Praça Rabia, depois do golpe de Al-Sissi, foi "o primeiro crime contra a humanidade da história da república".
Preso sem julgamento há dois anos e meio sob a alegação de usar violência contra a polícia na Praça Rabia em agosto de 2013, Dia Abdul Rahman, de 29 anos, sonha "em ir ao tribunal, mesmo que não tenhamos cometido nenhum crime, em vez de ficar jogado na cadeia sem processo. Não temos valor nenhum para as autoridades.
Três meses depois, o blogueiro estava de volta na prisão. Desde 2014, os revolucionários lançaram uma campanha de defesa dos direitos humanos, libertação de todos os presos políticos e revogação da lei antimanifestações. No fundo de sua cela, Fattah ainda acredita que "um outro mundo é possível".
De volta à ditadura militar, o Egito enfrenta uma inflação de 11% com desemprego de 35% entre os jovens. O custo da corrupção em 2015 foi estimado em US$ 77 bilhões. Mais de 1,1 mil greves paralisaram a produção em diversos setores no ano passado.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante representa uma nova ameaça terrorista na Península do Sinai, onde derrubou um avião de passageiros russo matando em 31 de outubro de 2015 as 224 pessoas a bordo, que voltavam do balneário de Charm al-Cheikh, no Mar Vermelho. Foi mais um duro golpe na indústria do turismo. As praias estão vazias.
Como o Egito é um líder do mundo árabe, o fracasso da chamada Primavera Árabe no país atrasa o processo de democratização do Oriente Médio. Pela primeira vez, o povo egípcio foi sujeito de sua própria história, mas o autoritarismo se impôs.
Desde sua eleição para a Presidência, em junho de 2014, com 96,4% dos votos, o marechal e líder golpista Abdel Fattah al-Sissi reprime toda forma de dissidência. No discurso oficial do governo, houve uma revolução em fevereiro de 2011 e outra em julho de 2013. Al-Sissi liderou o golpe chamado de segunda revolução.
A revolução é assim uma sombra sobre seu governo.
Era o auge da chamada Primavera Árabe, que geraria o caos na Líbia e na Síria. Agora o governo surgido do golpe militar de 3 de julho de 2013 faz o possível para a data e as bandeiras de luta serem esquecidas.
Hoje o trânsito fluía sem problemas ao redor da praça onde o povo derrubou o regime que governava o Egito desde a Revolução dos Coronéis, que derrubou a monarquia 1952. Mais de 180 mil soldados e policiais foram mobilizados para que nada acontecesse.
A Irmandade Muçulmana, que liderou o breve governo democrático, governou autocraticamente, foi derrubada, declarada terrorista e proibida, convocou 35 marchas de protesto que na prática não aconteceram. Os liberais e esquerdistas que tomaram a praça e fizeram a Revolução de 25 de Janeiro em busca de democracia, liberdade e igualdade nem se mexeram. Foram os grandes derrotados.
Em 8 de janeiro, o Ministério da Religião incluiu no sermão oficial lido em todas as mesquitas um decreto religioso (fatwa) denunciando todos os que convocaram protestos de "implicar os egípcios em atos de violência e terrorismo em favor dos inimigos da pátria".
O sermão chamava a atenção para o caos nos países vizinhos "para que não se esqueçam as graças que os egípcios estão desfrutando no momento, inclusive segurança e estabilidade". Politiza as mesquitas, uma das acusações à Irmandade quando o grupo estava no poder.
Nas últimas semanas, a polícia deu buscas em 5 mil residências no Cairo para reprimir manifestações e revistou sistematicamente pessoas nos arredores da praça central da capital egípcia e seus cafés.
"Sempre há informantes nos cafés. Os pessoas sabem que estão sendo vigiadas e ouvidas", comentou o ativista Mohamed Abdel Rahman, condenado em 2014 por violar a lei que proíbe manifestações. "Agora, eles podem parar as pessoas nos cafés, no metrô, pedir identidade, o número do telefone e a senha no Facebook."
O serviço secreto também fez buscas e apreensões em centros culturais, considerados possíveis focos de dissenso. "Revistaram tudo: os computadores, as gavetas, tudo", contou Yasser Gerab, diretor da casa de exposições e espetáculos Townhouse, fechada desde 28 de fevereiro.
A advogada Yasmine Hossam al-Din está defendendo cerca de 800 pessoas acusadas genericamente: "A polícia abre um caso, dizendo que uma pessoas é acusada de terrorismo. Isso dá 10 a 15 anos de prisão. E não há como eu ou qualquer outro advogado provar o contrário porque os juízes são indicados politicamente - eles apoiam Sissi."
De uma cela na cadeia onde cumpre pena de cinco anos, o blogueiro Alaa Abdel Fattah resume a frustração dos revolucionários: "Tudo o que posso dizer é que perdi minhas palavras."
Ele reconhece agora que "o momento revolucionário era frágil e precário. No entanto, não posso me livrar desse sentimento puro de esperança, da impressão de que tudo é possível. Apesar das derrotas, nossos sonhos não param de crescer".
Na realidade, havia duas instituições organizadas no Egito em 2011: o regime das Forças Armadas, com suas amplas ramificações pela sociedade e a economia do país; e a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, fundado em 1928 por Hassan al-Bana para reislamizar os muçulmanos, que estariam corrompidos pelo secularismo e o colonialismo ocidental.
"Em 2013, começamos a perder a batalha em meio a uma polarização deletéria entre um Estado pseudo-laico furiosamente militarizado e uma forma de islamismo paranoica de um sectarismo brutal", analisa Alaa Abdel Fattah.
Na sua opinião, o massacre de pelo menos 630 pessoas fuziladas pela polícia de 14 a 16 de agosto de 2013 na Praça Rabia, depois do golpe de Al-Sissi, foi "o primeiro crime contra a humanidade da história da república".
Preso sem julgamento há dois anos e meio sob a alegação de usar violência contra a polícia na Praça Rabia em agosto de 2013, Dia Abdul Rahman, de 29 anos, sonha "em ir ao tribunal, mesmo que não tenhamos cometido nenhum crime, em vez de ficar jogado na cadeia sem processo. Não temos valor nenhum para as autoridades.
Três meses depois, o blogueiro estava de volta na prisão. Desde 2014, os revolucionários lançaram uma campanha de defesa dos direitos humanos, libertação de todos os presos políticos e revogação da lei antimanifestações. No fundo de sua cela, Fattah ainda acredita que "um outro mundo é possível".
De volta à ditadura militar, o Egito enfrenta uma inflação de 11% com desemprego de 35% entre os jovens. O custo da corrupção em 2015 foi estimado em US$ 77 bilhões. Mais de 1,1 mil greves paralisaram a produção em diversos setores no ano passado.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante representa uma nova ameaça terrorista na Península do Sinai, onde derrubou um avião de passageiros russo matando em 31 de outubro de 2015 as 224 pessoas a bordo, que voltavam do balneário de Charm al-Cheikh, no Mar Vermelho. Foi mais um duro golpe na indústria do turismo. As praias estão vazias.
Como o Egito é um líder do mundo árabe, o fracasso da chamada Primavera Árabe no país atrasa o processo de democratização do Oriente Médio. Pela primeira vez, o povo egípcio foi sujeito de sua própria história, mas o autoritarismo se impôs.
Desde sua eleição para a Presidência, em junho de 2014, com 96,4% dos votos, o marechal e líder golpista Abdel Fattah al-Sissi reprime toda forma de dissidência. No discurso oficial do governo, houve uma revolução em fevereiro de 2011 e outra em julho de 2013. Al-Sissi liderou o golpe chamado de segunda revolução.
A revolução é assim uma sombra sobre seu governo.
Sobreviventes de câncer na infância têm maior risco cardiovascular
Os sobreviventes de câncer na infância correm maior risco de terem problemas como hipertensão, excesso de peso e obesidade. Em consequência da quimioterapia e da radioterapia, podem ter problemas cardiovasculares e metabólicos, indica uma pesquisa publicada hoje na revista científica Journal of Adolescent and Young Adult Oncology (JAYAO).
No artigo Saúde Metabólica em Sobreviventes de Câncer na Infância: um estudo longitudinal de longo prazo, os pesquisadores da Universidade de Sídnei, na Austrália, e da Universidade Linkoping, na Suécia, relatam que a hipertensão é comum em quem teve câncer na infância e está livre da doença há pelo menos cinco, afetando um em cada cinco sobreviventes. A proporção aumenta quando os homens chegam à idade adulta.
"A síndrome metabólica está se tornando cada vez mais relevante para jovens sobreviventes do câncer", acrescentou o editor, Leonard Sender, da Universidade da Califórnia em Irvine e do Hospital da Criança de Orange, na Califórnia.
O artigo é assinado por Harriet Gunn, Melissa Gabriel, Ann Maguire e Katherine Steinbeck, do Hospital da Criança em Westmead e da Universidade de Sídnei; e Hanna Emilsson, da Universidade Linkoping. Está disponível de graça somente hoje.
No artigo Saúde Metabólica em Sobreviventes de Câncer na Infância: um estudo longitudinal de longo prazo, os pesquisadores da Universidade de Sídnei, na Austrália, e da Universidade Linkoping, na Suécia, relatam que a hipertensão é comum em quem teve câncer na infância e está livre da doença há pelo menos cinco, afetando um em cada cinco sobreviventes. A proporção aumenta quando os homens chegam à idade adulta.
"A síndrome metabólica está se tornando cada vez mais relevante para jovens sobreviventes do câncer", acrescentou o editor, Leonard Sender, da Universidade da Califórnia em Irvine e do Hospital da Criança de Orange, na Califórnia.
O artigo é assinado por Harriet Gunn, Melissa Gabriel, Ann Maguire e Katherine Steinbeck, do Hospital da Criança em Westmead e da Universidade de Sídnei; e Hanna Emilsson, da Universidade Linkoping. Está disponível de graça somente hoje.
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ONU adia início das negociações sobre a paz na Síria
As negociações para acabar com a guerra civil na Síria começam em 29 de janeiro, anunciou hoje o enviado especial das Nações Unidas para mediação do conflito, Staffan de Mistura, citado pela Agência France Presse (AFP).
O diálogo pela paz deveria ter começado hoje em Genebra, na Suíça. Foi adiado por desentendimento sobre quem serão os representantes das oposições.
As negociações devem durar seis meses. Duas tentativas anteriores fracassaram porque a ditadura de Bachar Assad se negou a fazer qualquer concessão, desqualificando como terroristas todos os grupos de oposição.
Com as enormes divergências entre os diferentes atores, será difícil chegar a um acordo. O desgaste de todos numa guerra civil brutal que já dura 4 anos e 10 meses e a intervenção militar da Rússia em defesa do regime de Assad, que mudou a realidade no campo de batalha, favorecem o acordo.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Europa insistiram na saída de Assad, que nunca ofereceu mais do que novas eleições controladas pelo regime. Hoje, restam no campo de batalha as milícias jihadistas. Os rebeldes moderados apoiados pelo Ocidente como o Exército da Síria Livre não têm força real.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço armado da rede Al Caeda no conflito sírio, estão fora, mas a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia exigem a participação dos grupos Ahrar al-Sham e Jaish al-Islam, que têm a mesma ideologia salafista mas são apoiados por eles.
Do outro lado, o regime de Assad e seus aliados, a Rússia e o Irã, acusam esses dois grupos de terrorismo. Com as sucessivas vitórias do governo com o apoio dos bombardeios russos, Assad fortalace sua posição negociadora e não está disposto a deixar a Presidência da Síria, como disse ao presidente Vladimir Putin.
Os EUA e a Europa já estão dispostos a aceitar a manutenção de Assad no poder por um período de transição de um ano e meio. No fim do processo, haveria eleições. Nada indica que o atual ditador não pretenda se reeleger mais uma vez.
Por trágica ironia do destino, o ditador que iniciou uma guerra civil brutal e há quase cinco anos massacra seu próprio povo, deflagrando uma onda de refugiados que não se via na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, pode ganhar a parada e continuar no poder. As alternativas são ainda piores.
O diálogo pela paz deveria ter começado hoje em Genebra, na Suíça. Foi adiado por desentendimento sobre quem serão os representantes das oposições.
As negociações devem durar seis meses. Duas tentativas anteriores fracassaram porque a ditadura de Bachar Assad se negou a fazer qualquer concessão, desqualificando como terroristas todos os grupos de oposição.
Com as enormes divergências entre os diferentes atores, será difícil chegar a um acordo. O desgaste de todos numa guerra civil brutal que já dura 4 anos e 10 meses e a intervenção militar da Rússia em defesa do regime de Assad, que mudou a realidade no campo de batalha, favorecem o acordo.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Europa insistiram na saída de Assad, que nunca ofereceu mais do que novas eleições controladas pelo regime. Hoje, restam no campo de batalha as milícias jihadistas. Os rebeldes moderados apoiados pelo Ocidente como o Exército da Síria Livre não têm força real.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço armado da rede Al Caeda no conflito sírio, estão fora, mas a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia exigem a participação dos grupos Ahrar al-Sham e Jaish al-Islam, que têm a mesma ideologia salafista mas são apoiados por eles.
Do outro lado, o regime de Assad e seus aliados, a Rússia e o Irã, acusam esses dois grupos de terrorismo. Com as sucessivas vitórias do governo com o apoio dos bombardeios russos, Assad fortalace sua posição negociadora e não está disposto a deixar a Presidência da Síria, como disse ao presidente Vladimir Putin.
Os EUA e a Europa já estão dispostos a aceitar a manutenção de Assad no poder por um período de transição de um ano e meio. No fim do processo, haveria eleições. Nada indica que o atual ditador não pretenda se reeleger mais uma vez.
Por trágica ironia do destino, o ditador que iniciou uma guerra civil brutal e há quase cinco anos massacra seu próprio povo, deflagrando uma onda de refugiados que não se via na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, pode ganhar a parada e continuar no poder. As alternativas são ainda piores.
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Atentados suicidam matam 25 pessoas em Camarões
Quatro atentados terroristas suicidas mataram 25 pessoas numa vila do Norte da República de Camarões, na África Ocidental, reportou hoje a agência Reuters. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, atribuídos à milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como o Estado Islâmico da África Ocidental.
Ao lado do Chade e do Níger, Camarões participa da aliança regional para combater o terrorismo, liderada pela Nigéria, onde o presidente Muhammadu Buhari declarou vitória contra o Boko Haram no fim de 2015.
Embora não tenha conquistado mais territórios, sob a pressão combinada dos exércitos da região, o grupo recorre cada vez mais a ataques suicidas, muitas vezes cometidos por mulheres, contra alvos fáceis como mercados públicos e estações rodoviárias.
Ao lado do Chade e do Níger, Camarões participa da aliança regional para combater o terrorismo, liderada pela Nigéria, onde o presidente Muhammadu Buhari declarou vitória contra o Boko Haram no fim de 2015.
Embora não tenha conquistado mais territórios, sob a pressão combinada dos exércitos da região, o grupo recorre cada vez mais a ataques suicidas, muitas vezes cometidos por mulheres, contra alvos fáceis como mercados públicos e estações rodoviárias.
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Congresso reconhecido internacionalmente rejeita acordo na Líbia
O Congresso Nacional Geral, o parlamento reconhecido internacionalmente, rejeitou hoje um acordo de paz proposto pelas Nações Unidas para criar um governo de união nacional na Líbia, informou a agência Reuters.
Embora tenha sido assinado pelos líderes do CNG, com sede em Tobruk, e da Câmara dos Representates instalada em Trípoli, a capital líbia, o acordo não tem o apoio generalizado como esperava a ONU.
A Líbia não tem um governo estável desde a queda do ditador Muamar Kadafi, durante a chamada Primavera Árabe, em 2011. Desde então, milícias rivais disputam o poder.
Com um governo de união nacional, será mais fácil coordenar os esforços internacionais para combater a infiltração no país da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Sob intensa pressão dos bombardeios aéreos dos Estados Unidos e da Rússia, o Estado Islâmico vê seu território encolher no Oriente Médio. Já cogita a possibilidade de se reinstalar na Líbia, onde teria mais facilidade para realizar ações terroristas na Europa e no Norte da África.
Embora tenha sido assinado pelos líderes do CNG, com sede em Tobruk, e da Câmara dos Representates instalada em Trípoli, a capital líbia, o acordo não tem o apoio generalizado como esperava a ONU.
A Líbia não tem um governo estável desde a queda do ditador Muamar Kadafi, durante a chamada Primavera Árabe, em 2011. Desde então, milícias rivais disputam o poder.
Com um governo de união nacional, será mais fácil coordenar os esforços internacionais para combater a infiltração no país da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Sob intensa pressão dos bombardeios aéreos dos Estados Unidos e da Rússia, o Estado Islâmico vê seu território encolher no Oriente Médio. Já cogita a possibilidade de se reinstalar na Líbia, onde teria mais facilidade para realizar ações terroristas na Europa e no Norte da África.
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Um em sete doentes de câncer colorretal tem menos de 50 anos
Um em cada sete pacientes de câncer colorretal nos Estados Unidos tem menos de 50 anos, a idade indicada para começar a fazer exames de imagem preventivos, e corre risco de ser dignosticado quando a doença já está avançada, indica uma pesquisa da Universidade de Michigan publicada na revista acadêmica digital Cancer, da Sociedade Americana do Câncer.
O câncer colorretal é uma doença de velhos, mas a proporção de casos em pacientes mais jovens está aumentando. Por isso, a equipe da médica Samantha Hendren fez uma análise retrospectiva dos casos da doença notificados nos EUA entre 1998 e 2011.
Dos 258.024 casos registrados, 37.847 (15%) foram em menores de 50 anos, a idade a partir da qual as autoridades de saúde dos EUA recomendam fazer a colonoscopia. Os mais jovens foram submetidos a cirurgia para extirpar o tumor primário em 73%, em contraste com 63 dos mais velhos. A radioterapia foi usada em 53% dos pacientes mais jovens e 48% dos mais velhos.
"É um alerta para a comunidade médica", comentou a Dra. Hendren. "Na prática, significa que devemos procurar sinais de câncer colorretal como anemia, mudanças no funcionamento do intestino grosso e sangue nas fezes. Pessoas com histórico de câncer colorretal devem começar a fazer colonoscopia antes dos 50 anos."
O câncer colorretal é uma doença de velhos, mas a proporção de casos em pacientes mais jovens está aumentando. Por isso, a equipe da médica Samantha Hendren fez uma análise retrospectiva dos casos da doença notificados nos EUA entre 1998 e 2011.
Dos 258.024 casos registrados, 37.847 (15%) foram em menores de 50 anos, a idade a partir da qual as autoridades de saúde dos EUA recomendam fazer a colonoscopia. Os mais jovens foram submetidos a cirurgia para extirpar o tumor primário em 73%, em contraste com 63 dos mais velhos. A radioterapia foi usada em 53% dos pacientes mais jovens e 48% dos mais velhos.
"É um alerta para a comunidade médica", comentou a Dra. Hendren. "Na prática, significa que devemos procurar sinais de câncer colorretal como anemia, mudanças no funcionamento do intestino grosso e sangue nas fezes. Pessoas com histórico de câncer colorretal devem começar a fazer colonoscopia antes dos 50 anos."
Jogador de handebol do Afeganistão e família morrem no Mediterrâneo
Mais uma tragédia com nome e sobrenome em meio a tantos náufragos anônimos no Mar Mediterrâneo. Zubair Aziz, jogador da seleção de handebol do Afeganistão, a mulher e o filho de um ano morreram afogados quando tentavam ir da Turquia para a Grécia como tantos outros refugiados.
Aziz tinha 27 anos e jogava na seleção afegão de handebol há dez anos. Ele deixou Cabul no sábado, 17 de janeiro de 2015. Três dias depois, o barco onde ele e a família estavam afundou no Mar Mediterrâneo, revelou o presidente da Federação de Handebol do Afeganistão, Mohammad Youssaf Niazi, citado pela agência de notícias afegã Pajhwok.
Pelo menos 45 pessoas, sendo 17 crianças, morreram em naufrágios perto de duas ilhas da Grécia no leste do Mar Egeu nos últimos dias, tornando janeiro o mês com maior número de mortes de migrantes e refugiados no Mediterrâneo.
Um barco a vela de madeira afundou perto da ilha de Kalolymnos; 34 pessoas morreram, 26 foram salvas e há um número incerto de desaparecidos.
Outro barco de madeira, com 49 pessoas a bordo, naufragou depois de bater num rochedo perto da ilha de Farmakonisi; 41 pessoas se salvaram, mas seis crianças e duas mulheres morreram.
Em 2014, cerca de 160 mil afegãos pediram asilo na Europa. É o segundo país em número de refugiados, atrás apenas da Síria.
Zubair Aziz com o filho |
Pelo menos 45 pessoas, sendo 17 crianças, morreram em naufrágios perto de duas ilhas da Grécia no leste do Mar Egeu nos últimos dias, tornando janeiro o mês com maior número de mortes de migrantes e refugiados no Mediterrâneo.
Um barco a vela de madeira afundou perto da ilha de Kalolymnos; 34 pessoas morreram, 26 foram salvas e há um número incerto de desaparecidos.
Outro barco de madeira, com 49 pessoas a bordo, naufragou depois de bater num rochedo perto da ilha de Farmakonisi; 41 pessoas se salvaram, mas seis crianças e duas mulheres morreram.
Em 2014, cerca de 160 mil afegãos pediram asilo na Europa. É o segundo país em número de refugiados, atrás apenas da Síria.
domingo, 24 de janeiro de 2016
Marcelo Rebelo de Sousa é eleito presidente de Portugal
Com 52% dos votos válidos, o professor de direito conservador Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito hoje no primeiro turno presidente de Portugal por um mandato de cinco anos, informou a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP).
Rebelo de Sousa é do Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, que tem a maior bancada no parlamento, mas não conseguiu formar o novo governo depois das eleições de 4 de outubro. Isso obrigou o então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a ceder o poder a uma coalizão do Partido Socialista com grupos mais à esquerda e os verdes, sob a liderança do atual primeiro-ministro António Costa.
Como Portugal adota o regime parlamentarista, o presidente não tem poderes para governar, mas pode dissolver o governo e o parlamento. Um dos primeiros desafios de Rebelo de Sousa será convocar novas eleições, se o frágil governo de esquerda cair.
Sousa substitui Aníbal Cavaco Silva, que presidiu o país durante dez anos. Nos anos 1980s, quando era primeiro-ministro, Cavaco Silva ficou conhecido por perseguir os brasileiros que usavam Portugal para entrar na União Europeia.
Rebelo de Sousa é do Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, que tem a maior bancada no parlamento, mas não conseguiu formar o novo governo depois das eleições de 4 de outubro. Isso obrigou o então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a ceder o poder a uma coalizão do Partido Socialista com grupos mais à esquerda e os verdes, sob a liderança do atual primeiro-ministro António Costa.
Como Portugal adota o regime parlamentarista, o presidente não tem poderes para governar, mas pode dissolver o governo e o parlamento. Um dos primeiros desafios de Rebelo de Sousa será convocar novas eleições, se o frágil governo de esquerda cair.
Sousa substitui Aníbal Cavaco Silva, que presidiu o país durante dez anos. Nos anos 1980s, quando era primeiro-ministro, Cavaco Silva ficou conhecido por perseguir os brasileiros que usavam Portugal para entrar na União Europeia.
Afeganistão anuncia morte de dois comandantes Estado Islâmico
Com um ataque de drones na província de Nangarhar, o Afeganistão matou 16 milicianos do braço local do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, inclusive dois comandantes, declarou o porta-voz governamental, Attaullah Khogyani, à agência de notícias local Pajhwok.
Em sua concorrência estratégica com a rede terrorista Al Caeda, o Estado Islâmico tenta estender seus tentáculos ao Afeganistão. Essa infiltração foi um dos motivos para o presidente Barack Obama ter decidido deixar 9,8 mil soldados americanos no Afeganistão.
Por outro lado, em nota, a milícia extremista muçulmana dos Talibã impôs precondições para negociar a paz com o governo central de Cabul. Entre elas, está a retirada dos nomes dos seus líderes de uma lista negra de terroristas das Nações Unidas e o reconhecimento oficial do grupo como uma entidade política legítima.
Em sua concorrência estratégica com a rede terrorista Al Caeda, o Estado Islâmico tenta estender seus tentáculos ao Afeganistão. Essa infiltração foi um dos motivos para o presidente Barack Obama ter decidido deixar 9,8 mil soldados americanos no Afeganistão.
Por outro lado, em nota, a milícia extremista muçulmana dos Talibã impôs precondições para negociar a paz com o governo central de Cabul. Entre elas, está a retirada dos nomes dos seus líderes de uma lista negra de terroristas das Nações Unidas e o reconhecimento oficial do grupo como uma entidade política legítima.
sábado, 23 de janeiro de 2016
Irã e China fazem acordos para elevar comércio para US$ 600 bi
Durante a primeira viagem do presidente Xi Jinping ao Oriente Médio, a China e o Irã assinaram hoje 17 acordos para fortalecer a cooperação mútua e aumentar o comércio bilateral para US$ 600 bilhões nos próximos dez anos, reportou a agência Reuters.
Ao comentar a visita, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, o homem-forte do regime teocrático iraniano, declarou que o Irã não deve confiar no Ocidente, mas procurar fortalecer sua economia e segurança ampliando os laços com Beijim.
Entre os acordos assinados, um faz parte da Iniciativa Cinturão e Estradas, uma série de obras de infraestrutura para abrir rotas comerciais na Eurásia. O projeto inclui a reconstrução do Caminho da Seda, usado pelo italiano Marco Polo para ir à China no século 13.
Há uma semana, as potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas suspenderam as sanções internacionais contra o Irã, depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) certificou que o país está cumprindo o acordo para desarmar seu programa nuclear.
Além de desbloquear US$ 100 bilhões congelados no exterior, o acordo reintegra o Irã ao mercado internacional, deflagrando uma série de visitas a Teerã e viagens ao exterior de líderes e empresários iranianos tentando ganhar dinheiro com a nova realidade.
Será um alívio para o presidente Hassan Rouhani, o principal arquiteto do acordo do lado iraniano, mas talvez chegue tarde demais para os reformistas terem sucesso nas eleições parlamentares de fevereiro, que vai eleger o novo Parlamento (Majlis) e a Assembleia dos Sábios, órgão supremo, com poderes para eleger e destituir o Supremo Líder.
A linha-dura não só criticou o acordo, minimizando sua importância, como conseguiu vetar as candidaturas de vários candidatos reformistas para tentar manter sua maioria. Caberá à nova Assembleia dos Sábios provavelmente escolher o sucessor de Khamenei, o herdeiro do aiatolá Ruhollah Khomeini.
Ao comentar a visita, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, o homem-forte do regime teocrático iraniano, declarou que o Irã não deve confiar no Ocidente, mas procurar fortalecer sua economia e segurança ampliando os laços com Beijim.
Entre os acordos assinados, um faz parte da Iniciativa Cinturão e Estradas, uma série de obras de infraestrutura para abrir rotas comerciais na Eurásia. O projeto inclui a reconstrução do Caminho da Seda, usado pelo italiano Marco Polo para ir à China no século 13.
Há uma semana, as potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas suspenderam as sanções internacionais contra o Irã, depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) certificou que o país está cumprindo o acordo para desarmar seu programa nuclear.
Além de desbloquear US$ 100 bilhões congelados no exterior, o acordo reintegra o Irã ao mercado internacional, deflagrando uma série de visitas a Teerã e viagens ao exterior de líderes e empresários iranianos tentando ganhar dinheiro com a nova realidade.
Será um alívio para o presidente Hassan Rouhani, o principal arquiteto do acordo do lado iraniano, mas talvez chegue tarde demais para os reformistas terem sucesso nas eleições parlamentares de fevereiro, que vai eleger o novo Parlamento (Majlis) e a Assembleia dos Sábios, órgão supremo, com poderes para eleger e destituir o Supremo Líder.
A linha-dura não só criticou o acordo, minimizando sua importância, como conseguiu vetar as candidaturas de vários candidatos reformistas para tentar manter sua maioria. Caberá à nova Assembleia dos Sábios provavelmente escolher o sucessor de Khamenei, o herdeiro do aiatolá Ruhollah Khomeini.
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Pesquisa revela que alguns órgãos envelhecem mais depressa
Alguns órgãos do corpo humano envelhecem antes dos outros porque seus "relógios moleculares" têm um ritmo mais acelerado, e a observação destes relógios é um bom indicador desse envelhecimento, com o aparecimento de lesões celulares que podem evoluir para o câncer e outras doenças degenerativas. A conclusão, da equipe chefiada por Miguel Godinho Ferreira, do Instituto Gulbenkian de Ciência, de Portugal, foi publicada na revista acadêmica PLOS Genetics.
Os "relógios moleculares" das células se chamam telômeros. São estruturas protetoras localizadas nas extremidades dos cromossomas para garantir que não haja perda de material genético na divisão celular da reprodução das células.
Para manter um tamanho normal, os telômeros precisam ser alongados pela enzima telomerase. Como a maioria das células desativa esta enzima no nascimento, os telômeros encurtam e sua função protetora desaparece com o envelhecimento.
A hipótese dos pesquisadores era que o ritmo de reprodução celular de um tecido e a disponibilidade de telomerase determinassem o ritmo de encurtamento dos telômeros. "Usamos o peixe-zebra, um organismo com telômeros semelhantes aos humanos, para se testar se durante a vida de um indivíduo os órgãos que se proliferam mais têm envelhecimento mais rápido", explicou o Dr. Godinho Ferreira.
Em uma série de experiências, os pesquisadores mediram os telômeros de diferentes tecidos do peixe, do intestino, do sangue, dos testículos, dos músculos e dos rins do estado embrionário até o fim da vida.
"Nossos resultados mostraram que em condições normais de envelhecimento apenas tecidos específicos têm telômeros que encurtam para um tamanho crítico", declarou a principal autora do artigo, Madalena Carneiro. "É surpreendente que isto não seja inteiramente dependente da taxa de proliferação do tecido.
"O intestino, por exemplo, que é um tecido altamente proliferativo, acumula telômeros curtos. No entanto, o mesmo não acontece no sangue, um tecido igualmente proliferativo que mantém alguma atividade de telomerase. Também o músculo, um tecido pouco proliferativo, tem telômeros do mesmo tamanho que o intestino, provavelmente devido à presença de agentes que danificam o DNA", acrescentou a pesquisadora.
A conclusão, comentou Godinho Ferreira, é que "o ritmo do relógio molecular é mais rápido no intestino e consequentemente este envelhece mais rapidamente do que outros órgãos".
Assim, argumentou Madalena Carneiro, "o ritmo em que os telômeros encurtam é um bom indicador do envelhecimento local e possivelmente sistêmico do organismo.""
O chefe da equipe vê "um avanço muito grande no nosso conhecimento de como os telômeros curtos influenciam o envelhecimento. Identificamos agora tecidos-chaves onde o encurtamento dos telômeros se torna realmente limitante para o funcionamento dos órgãos numa idade avançada. Nossas experiências irão permitir saber se, ao observarmos em tempo a telomerase nestes órgãos específicos, conseguimos evitar a disfunção do tecido e reverter a incidência de doenças do envelhecimento, nomeadamente o cancro."
Os "relógios moleculares" das células se chamam telômeros. São estruturas protetoras localizadas nas extremidades dos cromossomas para garantir que não haja perda de material genético na divisão celular da reprodução das células.
Para manter um tamanho normal, os telômeros precisam ser alongados pela enzima telomerase. Como a maioria das células desativa esta enzima no nascimento, os telômeros encurtam e sua função protetora desaparece com o envelhecimento.
A hipótese dos pesquisadores era que o ritmo de reprodução celular de um tecido e a disponibilidade de telomerase determinassem o ritmo de encurtamento dos telômeros. "Usamos o peixe-zebra, um organismo com telômeros semelhantes aos humanos, para se testar se durante a vida de um indivíduo os órgãos que se proliferam mais têm envelhecimento mais rápido", explicou o Dr. Godinho Ferreira.
Em uma série de experiências, os pesquisadores mediram os telômeros de diferentes tecidos do peixe, do intestino, do sangue, dos testículos, dos músculos e dos rins do estado embrionário até o fim da vida.
"Nossos resultados mostraram que em condições normais de envelhecimento apenas tecidos específicos têm telômeros que encurtam para um tamanho crítico", declarou a principal autora do artigo, Madalena Carneiro. "É surpreendente que isto não seja inteiramente dependente da taxa de proliferação do tecido.
"O intestino, por exemplo, que é um tecido altamente proliferativo, acumula telômeros curtos. No entanto, o mesmo não acontece no sangue, um tecido igualmente proliferativo que mantém alguma atividade de telomerase. Também o músculo, um tecido pouco proliferativo, tem telômeros do mesmo tamanho que o intestino, provavelmente devido à presença de agentes que danificam o DNA", acrescentou a pesquisadora.
A conclusão, comentou Godinho Ferreira, é que "o ritmo do relógio molecular é mais rápido no intestino e consequentemente este envelhece mais rapidamente do que outros órgãos".
Assim, argumentou Madalena Carneiro, "o ritmo em que os telômeros encurtam é um bom indicador do envelhecimento local e possivelmente sistêmico do organismo.""
O chefe da equipe vê "um avanço muito grande no nosso conhecimento de como os telômeros curtos influenciam o envelhecimento. Identificamos agora tecidos-chaves onde o encurtamento dos telômeros se torna realmente limitante para o funcionamento dos órgãos numa idade avançada. Nossas experiências irão permitir saber se, ao observarmos em tempo a telomerase nestes órgãos específicos, conseguimos evitar a disfunção do tecido e reverter a incidência de doenças do envelhecimento, nomeadamente o cancro."
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Centro-direita pode conquistar Presidência de Portugal amanhã
Com mais de 50% das intenções de voto em todas as pesquisas, Marcelo Rebelo de Sousa, do Partido Social Democrata, é o favorito para vencer a eleição presidencial de amanhã em Portugal no primeiro turno. As sondagens lhe dão entre 51,5% a 55% das preferências.
Em segundo lugar, com 17% a 23% das intenções de voto, está António Sampaio da Nóvoa, apoiado pelo Partido Comunista dos Trabalhadores, seguido de Maria de Belém Roseira, ex-presidente do Partido Socialista, com 9% a 13,3%; Marisa Matias, da esquerda verde, com 5,3% a 7,9%; e Edgar Bruno da Silva, do Partido Comunista Português, com 3,7% a 5,2%.
Como Portugal adota o regime parlamentarista, a Presidência é um cargo cerimonial, sem poder legislativo. Cabe ao chefe de Estado presidir a formação de novos governos depois das eleições nacionais.
Quando a coalizão de centro-direita do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho obteve a maioria relativa nas eleições parlamentares de 4 de outubro de 2015, o presidente Aníbal Cavaco Silva o indicou para formar o novo governo.
Sem conseguir articular uma maioria absoluta, Passos Coelho cedeu o poder a uma coalizão esquerdista liderada pelo atual primeiro-ministro socialista, António Costa, com o apoio do PS, do PCP e do Bloco de Esquerda.
O novo governo enfrenta problemas relativos à falência do Banco Espírito Santo, que era um dos maiores de Portugal. Em 2014, Passos Coelho decidiu dividir a empresa num banco bom, que ficou com os ativos bons, e um banco ruim, que acumulou as dívidas incobráveis.
No fim do ano passado, o governo esquerdista descobriu que havia ativos problemáticos no banco bom e os transferiu para o banco ruim prejudicando investidores estrangeiros. Isso violou o princípio fundamental da União Europeia que exige tratamento igual para todos os investidores.
A consequência foi uma retração dos investidores. Desde o início do ano, Portugal foi obrigado a aumentar de 2,5% para 3% os juros que paga para refinanciar sua dívida pública.
Outro problema envolve o orçamento português. A esquerda chegou ao poder fazendo campanha contra as políticas de austeridade fiscal, contra aumentos de impostos e cortes nos gastos públicos, adotadas pelo governo Passos Coelho para enfrentar a crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro.
O PS, o PCP e o Bloco de Esquerda concordam que o governo anterior de centro-direita cortou demais os gastos públicos, mas não se entendem quanto ao que fazer. Como um partido pró-europeu, o PS quer manter o orçamento dentro dos limites de gastos previstos pelo pacto de sustentabilidade da união monetária, que restringe os déficits orçamentários a no máximo 3% do produto interno bruto.
Seus aliados são mais eurocéticos. Veem a UE como favorável ao neoliberalismo que abominam. Querem um amplo programa de gastos públicos para compensar a dureza dos anos de austeridade fiscal. Assim, o orçamento apresentado por Portugal à Comissão Europeia, órgão executivo da UE, em 18 de janeiro de 2016 vai muito além do que foi acertado pelo governo anterior.
O governo de Lisboa terá de negociar com a burocracia de Bruxelas. Qualquer que seja o resultado desta queda de braço, um aumento dos gastos do governo vai elevar a dívida pública de Portugal, de 130% do PIB, percentualmente a terceira maior do bloco europeu.
Pela Constituição de Portugal, não pode haver novas eleições antes de se passarem pelo menos seis meses das eleições anteriores. Isto garante a sobrevivência do atual governo até abril. A tensão com Bruxelas e a desconfiança do mercado tendem a abalar a frágil aliança.
Em tese, o presidente pode dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, se julgar necessário. Talvez seja o primeiro grande desafio do próximo presidente português.
Em segundo lugar, com 17% a 23% das intenções de voto, está António Sampaio da Nóvoa, apoiado pelo Partido Comunista dos Trabalhadores, seguido de Maria de Belém Roseira, ex-presidente do Partido Socialista, com 9% a 13,3%; Marisa Matias, da esquerda verde, com 5,3% a 7,9%; e Edgar Bruno da Silva, do Partido Comunista Português, com 3,7% a 5,2%.
Como Portugal adota o regime parlamentarista, a Presidência é um cargo cerimonial, sem poder legislativo. Cabe ao chefe de Estado presidir a formação de novos governos depois das eleições nacionais.
Quando a coalizão de centro-direita do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho obteve a maioria relativa nas eleições parlamentares de 4 de outubro de 2015, o presidente Aníbal Cavaco Silva o indicou para formar o novo governo.
Sem conseguir articular uma maioria absoluta, Passos Coelho cedeu o poder a uma coalizão esquerdista liderada pelo atual primeiro-ministro socialista, António Costa, com o apoio do PS, do PCP e do Bloco de Esquerda.
O novo governo enfrenta problemas relativos à falência do Banco Espírito Santo, que era um dos maiores de Portugal. Em 2014, Passos Coelho decidiu dividir a empresa num banco bom, que ficou com os ativos bons, e um banco ruim, que acumulou as dívidas incobráveis.
No fim do ano passado, o governo esquerdista descobriu que havia ativos problemáticos no banco bom e os transferiu para o banco ruim prejudicando investidores estrangeiros. Isso violou o princípio fundamental da União Europeia que exige tratamento igual para todos os investidores.
A consequência foi uma retração dos investidores. Desde o início do ano, Portugal foi obrigado a aumentar de 2,5% para 3% os juros que paga para refinanciar sua dívida pública.
Outro problema envolve o orçamento português. A esquerda chegou ao poder fazendo campanha contra as políticas de austeridade fiscal, contra aumentos de impostos e cortes nos gastos públicos, adotadas pelo governo Passos Coelho para enfrentar a crise das dívidas públicas dos países da periferia da Zona do Euro.
O PS, o PCP e o Bloco de Esquerda concordam que o governo anterior de centro-direita cortou demais os gastos públicos, mas não se entendem quanto ao que fazer. Como um partido pró-europeu, o PS quer manter o orçamento dentro dos limites de gastos previstos pelo pacto de sustentabilidade da união monetária, que restringe os déficits orçamentários a no máximo 3% do produto interno bruto.
Seus aliados são mais eurocéticos. Veem a UE como favorável ao neoliberalismo que abominam. Querem um amplo programa de gastos públicos para compensar a dureza dos anos de austeridade fiscal. Assim, o orçamento apresentado por Portugal à Comissão Europeia, órgão executivo da UE, em 18 de janeiro de 2016 vai muito além do que foi acertado pelo governo anterior.
O governo de Lisboa terá de negociar com a burocracia de Bruxelas. Qualquer que seja o resultado desta queda de braço, um aumento dos gastos do governo vai elevar a dívida pública de Portugal, de 130% do PIB, percentualmente a terceira maior do bloco europeu.
Pela Constituição de Portugal, não pode haver novas eleições antes de se passarem pelo menos seis meses das eleições anteriores. Isto garante a sobrevivência do atual governo até abril. A tensão com Bruxelas e a desconfiança do mercado tendem a abalar a frágil aliança.
Em tese, o presidente pode dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, se julgar necessário. Talvez seja o primeiro grande desafio do próximo presidente português.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Regime comunista do Laos anuncia mudança de liderança
O Partido Comunista do Laos, no poder desde 1975, anunciou hoje a composição do novo Comitê Central. Tanto o atual o presidente do país e secretário-geral do partido, Choummaly Sayasone, nestes cargos desde 2006, quanto o primeiro-ministro Thongsing Thammavong, estão fora. Isso indica uma mudança de liderança, informou a agência Reuters.
A expectativa é que o atual vice-presidente, Bounnhang Vorachit, seja o novo líder do partido, enquanto a presidente da Assembleia Nacional e ex-presidente do Banco Central, Pany Yathotu, é a favorita para chefiar o governo. A troca de liderança do PC a cada dez anos, a exemplo do que adotou a China, cria uma certa ordem na luta interna pelo poder.
Com o apoio da cada vez mais rica e poderosa vizinha China, o Laos, um dos países mais pobres do Sudeste Asiático, investe na modernização da infraestrutura e na construção de barragens.
Nos últimos anos, o país se apresenta como um corredor entre a China e o Sudeste Asiático para aproveitar o desenvolvimento econômico dos vizinhos. A competição entre China, EUA, Índia e Japão por influência na região aumenta o poder de barganha do Laos, historicamente tratado como uma quase colônia ou zona de segurança, contribuindo para seu isolamento e subdesenvolvimento.
Cercado por montanhas e vizinhos poderosos como a China, o Vietnã, o Camboja, Mianmar e a Tailândia, desde que se tornou independente no século 14, foi objeto de invasões do Vietnã, a leste; do reino de Mianmar, ao norte; do Sião (hoje Tailândia), a oeste; e do colonialismo francês de 1893 a 1954. Sempre dependeu dos vizinhos para proteção, acesso ao mar e comércio.
Do fim da Indochina Francesa até o fim dos anos 1980s, o Vietnã foi essa potência regional. A partir de então, o governo de Vientiane tenta diversificar a economia e ter uma política externa mais independente.
A expectativa é que o atual vice-presidente, Bounnhang Vorachit, seja o novo líder do partido, enquanto a presidente da Assembleia Nacional e ex-presidente do Banco Central, Pany Yathotu, é a favorita para chefiar o governo. A troca de liderança do PC a cada dez anos, a exemplo do que adotou a China, cria uma certa ordem na luta interna pelo poder.
Com o apoio da cada vez mais rica e poderosa vizinha China, o Laos, um dos países mais pobres do Sudeste Asiático, investe na modernização da infraestrutura e na construção de barragens.
Nos últimos anos, o país se apresenta como um corredor entre a China e o Sudeste Asiático para aproveitar o desenvolvimento econômico dos vizinhos. A competição entre China, EUA, Índia e Japão por influência na região aumenta o poder de barganha do Laos, historicamente tratado como uma quase colônia ou zona de segurança, contribuindo para seu isolamento e subdesenvolvimento.
Cercado por montanhas e vizinhos poderosos como a China, o Vietnã, o Camboja, Mianmar e a Tailândia, desde que se tornou independente no século 14, foi objeto de invasões do Vietnã, a leste; do reino de Mianmar, ao norte; do Sião (hoje Tailândia), a oeste; e do colonialismo francês de 1893 a 1954. Sempre dependeu dos vizinhos para proteção, acesso ao mar e comércio.
Do fim da Indochina Francesa até o fim dos anos 1980s, o Vietnã foi essa potência regional. A partir de então, o governo de Vientiane tenta diversificar a economia e ter uma política externa mais independente.
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Coreia do Norte prende estudante dos EUA
Sob a acusação de cometer um "ato hostil" com a intenção de "destruir a unidade nacional", o regime comunista da Coreia do Norte prendeu no início do ano um estudante universitário dos Estados Unidos, noticiou hoje a televisão pública britânica BBC citando a agência oficial norte-coreana.
O estudante Otto Frederick Warmbier, de 21 anos, da Universidade da Virgínia, é o terceiro cidadão ocidental detido atualmente pela ditadura stalinista norte-coreana. Foi preso em 2 de janeiro no aeroporto de Pionguiangue quando se preparava para embarcar para a China.
Hoje a presidente da Coreia do Sul, Park Geun Hye, pediu o reinício das negociações de paz na região. Convocou EUA, China, Japão e Rússia, mas excluiu a Coreia do Norte.
O estudante Otto Frederick Warmbier, de 21 anos, da Universidade da Virgínia, é o terceiro cidadão ocidental detido atualmente pela ditadura stalinista norte-coreana. Foi preso em 2 de janeiro no aeroporto de Pionguiangue quando se preparava para embarcar para a China.
Hoje a presidente da Coreia do Sul, Park Geun Hye, pediu o reinício das negociações de paz na região. Convocou EUA, China, Japão e Rússia, mas excluiu a Coreia do Norte.
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Inflação venezuelana vai a 720% ao ano, prevê FMI
O índice de preços ao consumidor da Venezuela já é o maior do mundo e vai mais do que dobrar em 2016, superando as piores expectativas dos analistas para chegar a 720% ao ano, adverte o Fundo Monetário Internacional (FMI), citado pela agência de notícias Bloomberg.
Esse número foi citado em nota do diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner. Como a inflação de 2015 foi estimada pelo Fundo em 275%, 720% representam uma alta de preços 2,6 vezes maior.
Isso é quatro vezes mais do que a mediana de 184% estimada por 12 economistas entrevistados pela Bloomberg. Bate a previsão mais pessimista do mercado, de 700% ao ano, da corretora japonesa Nomura.
A crise econômica, com hiperinflação e escassez de produtos básicos, recessão de 10% no ano passada e expectativa de queda de mais 8% neste ano, foi decisiva para a primeira derrota eleitoral do chavismo desde a vitória de Hugo Chávez na eleição presidencial de 1998. Em 6 de dezembro de 2015, pela primeira vez em 17 anos, a oposição elegeu a maioria da Assembleia Nacional.
O presidente Nicolás Maduro reagiu baixando um decreto de "emergência econômica" que deve ser rejeitado hoje pela Assembleia Nacional. Já foi rejeitado na comissão especial que o examinou. Na prática, a medida tira poderes do Poder Legislativo, cassando a maioria parlamentar oposicionista.
Apesar de ter faturado cerca de US$ 1 trilhão com as exportações de petróleo durante o regime chavista, com os controles de câmbio e de preços, faltam dólares para bancar as importações e honrar dívidas. Com a queda de 70% nos preços do petróleo desde junho de 2014, a Venezuela está à beira do colapso.
"A falta de moeda forte levou a uma escassez de bens intermediários e a uma falta generalizada de bens essenciais, inclusive de alimentos, que cobra um preço trágico", observou o diretor do FMI. "Os preços continuam numa espiral fora de controle."
Depois de mais de um ano sem divulgar estatísticas oficias, o Banco Central da Venezuela anunciou na semana passada que a inflação anual chegou a 141,5% ao ano no fim do terceiro trimestre de 2015. O dado anterior, de dezembro de 2014, apontava um crescimento de preços de 68,5% ao ano.
O BC acusou sítios de Internet que monitoram os preços do dólar no mercado negro de "destruir os preços" e instalar um "capitalismo selvagem" no país, atribuindo 60% da inflação à especulação. No mercado paralelo, são necessários hoje 927 bolívares para comprar um dólar e 1004 bolívares para comprar um euro.
Esse número foi citado em nota do diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner. Como a inflação de 2015 foi estimada pelo Fundo em 275%, 720% representam uma alta de preços 2,6 vezes maior.
Isso é quatro vezes mais do que a mediana de 184% estimada por 12 economistas entrevistados pela Bloomberg. Bate a previsão mais pessimista do mercado, de 700% ao ano, da corretora japonesa Nomura.
A crise econômica, com hiperinflação e escassez de produtos básicos, recessão de 10% no ano passada e expectativa de queda de mais 8% neste ano, foi decisiva para a primeira derrota eleitoral do chavismo desde a vitória de Hugo Chávez na eleição presidencial de 1998. Em 6 de dezembro de 2015, pela primeira vez em 17 anos, a oposição elegeu a maioria da Assembleia Nacional.
O presidente Nicolás Maduro reagiu baixando um decreto de "emergência econômica" que deve ser rejeitado hoje pela Assembleia Nacional. Já foi rejeitado na comissão especial que o examinou. Na prática, a medida tira poderes do Poder Legislativo, cassando a maioria parlamentar oposicionista.
Apesar de ter faturado cerca de US$ 1 trilhão com as exportações de petróleo durante o regime chavista, com os controles de câmbio e de preços, faltam dólares para bancar as importações e honrar dívidas. Com a queda de 70% nos preços do petróleo desde junho de 2014, a Venezuela está à beira do colapso.
"A falta de moeda forte levou a uma escassez de bens intermediários e a uma falta generalizada de bens essenciais, inclusive de alimentos, que cobra um preço trágico", observou o diretor do FMI. "Os preços continuam numa espiral fora de controle."
Depois de mais de um ano sem divulgar estatísticas oficias, o Banco Central da Venezuela anunciou na semana passada que a inflação anual chegou a 141,5% ao ano no fim do terceiro trimestre de 2015. O dado anterior, de dezembro de 2014, apontava um crescimento de preços de 68,5% ao ano.
O BC acusou sítios de Internet que monitoram os preços do dólar no mercado negro de "destruir os preços" e instalar um "capitalismo selvagem" no país, atribuindo 60% da inflação à especulação. No mercado paralelo, são necessários hoje 927 bolívares para comprar um dólar e 1004 bolívares para comprar um euro.
Assembleia Nacional da Venezuela rejeita emergência econômica
A Assembleia Nacional da Venezuela, sob o controle da oposição depois de 17 anos de maioria chavista, deve rejeitar hoje o decreto do presidente Nicolás Maduro declarando estado de emergência econômica por 60 dias, o que lhe permitiria governar por decreto sem a necessidade de aprovação parlamentar, declarou o presidente da AN, deputado Henry Ramos Allup.
Maduro afirma que a medida é necessária para estabilizar a economia do país, que sofreu uma recessão de 10% no ano passado, enfrenta a maior inflação do mundo, de 270% ao ano de acordo com informações vazadas do Banco Central, e desabastecimento de 87% dos produtos básicos.
Além das políticas equivocadas do "socialismo do século 21" herdadas do finado caudilho Hugo Chávez, a economia venezuelana, totalmente dependente do petróleo, sofre com a queda de 70% nos preços internacionais do produto desde junho de 2014.
O decreto de Maduro foi considerado legal pelo Tribunal Supremo de Justiça, dominado pelo chavismo.
NOTA: Por 108 a 54, a Assembleia Nacional rejeitou o decreto. Para o líder da bancada oposicionista da Unidade Democrática, deputado Julio Borges, "lamentavelmente o decreto era mais do mesmo", uma repetição das políticas econômicas fracassadas que geraram a crise.
Maduro afirma que a medida é necessária para estabilizar a economia do país, que sofreu uma recessão de 10% no ano passado, enfrenta a maior inflação do mundo, de 270% ao ano de acordo com informações vazadas do Banco Central, e desabastecimento de 87% dos produtos básicos.
Além das políticas equivocadas do "socialismo do século 21" herdadas do finado caudilho Hugo Chávez, a economia venezuelana, totalmente dependente do petróleo, sofre com a queda de 70% nos preços internacionais do produto desde junho de 2014.
O decreto de Maduro foi considerado legal pelo Tribunal Supremo de Justiça, dominado pelo chavismo.
NOTA: Por 108 a 54, a Assembleia Nacional rejeitou o decreto. Para o líder da bancada oposicionista da Unidade Democrática, deputado Julio Borges, "lamentavelmente o decreto era mais do mesmo", uma repetição das políticas econômicas fracassadas que geraram a crise.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Iraque também vai aumentar produção de petróleo
Num momento em que os preços do petróleo caem ao menor nível em 12 anos por causa da desaceleração da economia mundial e do excesso de oferta, o ministro do Petróleo do Iraque, Adil Abdul Mahdi, anunciou hoje planos para aumentar a produção em 400 mil barris por dia em 2016, informou a agência Reuters.
Ao voltar ao mercado depois da suspensão das sanções internacionais contra seu programa nuclear, a República Islâmica do Irã prometeu aumentar sua produção em 1 milhão de barris por dia até o fim do ano.
Com 140 bilhões de barris em reservas comprovadas, as quintas maiores do mundo, o Iraque não quer ficar atrás. Espera bater recorde nas exportações de janeiro e atingir uma média de produção neste ano de 4 milhões de barris por dia.
Tanto o governo central em Bagdá quanto o governo regional autônomo do Curdistão iraquiano, com sede em Erbil, enfrentam sérias dificuldades financeiras por causa da queda de 70% nos preços do petróleo desde junho de 2014. A maior ameaça é a segurança por causa de necessidade de financiar a guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Ao voltar ao mercado depois da suspensão das sanções internacionais contra seu programa nuclear, a República Islâmica do Irã prometeu aumentar sua produção em 1 milhão de barris por dia até o fim do ano.
Com 140 bilhões de barris em reservas comprovadas, as quintas maiores do mundo, o Iraque não quer ficar atrás. Espera bater recorde nas exportações de janeiro e atingir uma média de produção neste ano de 4 milhões de barris por dia.
Tanto o governo central em Bagdá quanto o governo regional autônomo do Curdistão iraquiano, com sede em Erbil, enfrentam sérias dificuldades financeiras por causa da queda de 70% nos preços do petróleo desde junho de 2014. A maior ameaça é a segurança por causa de necessidade de financiar a guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Justiça britânica acusa Kremlin por morte de ex-agente em Londres
O governo da Rússia é responsável pela morte do ex-agente secreto Alexander Litvinenko em Londres em novembro de 2006, que provavelmente foi aprovada pessoalmente pelo presidente Vladimir Putin, concluiu o juiz Robert Owen, que presidiu o inquérito sobre o assassinato.
Owen está certo de que Litvinenko foi envenenado por um chá com o elemento radioativo Polônio-210 que tomou com dois agentes russos num hotel de luxo da capital do Reino Unido, onde estava asilado. Os suspeitos são Andrei Lugovoi, hoje deputado do Parlamento da Rússia, e Dimitri Kovtun.
O juiz vê uma "forte probabilidade" de que o crime tenha sido cometido pelo Serviço Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política da União Soviética, onde Putin fez carreira.
Em Moscou, o governo russo negou qualquer responsabilidade. O porta-voz do Kremlin acusou o inquérito de ter sido "distorcido politicamente" e afastou qualquer chance de extraditar os suspeitos.
A viúva do ex-agente, Marina Litvinenko, elogiou o resultado da investigação e pediu ao governo britânico que adote sanções contra a Rússia e proíba a entrada de Putin no Reino Unido.
Durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o primeiro-ministro David Cameron disse que "foi um crime cometido pelo Estado russo", mas não anunciou nenhuma medida retaliatória.
No seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin. O ex-agente era ligado ao oligarca Boris Berezovski, que se mudou para o Reino Unido depois de cair em desgraça com o homem-forte do Kremlin.
Owen está certo de que Litvinenko foi envenenado por um chá com o elemento radioativo Polônio-210 que tomou com dois agentes russos num hotel de luxo da capital do Reino Unido, onde estava asilado. Os suspeitos são Andrei Lugovoi, hoje deputado do Parlamento da Rússia, e Dimitri Kovtun.
O juiz vê uma "forte probabilidade" de que o crime tenha sido cometido pelo Serviço Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política da União Soviética, onde Putin fez carreira.
Em Moscou, o governo russo negou qualquer responsabilidade. O porta-voz do Kremlin acusou o inquérito de ter sido "distorcido politicamente" e afastou qualquer chance de extraditar os suspeitos.
A viúva do ex-agente, Marina Litvinenko, elogiou o resultado da investigação e pediu ao governo britânico que adote sanções contra a Rússia e proíba a entrada de Putin no Reino Unido.
Durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o primeiro-ministro David Cameron disse que "foi um crime cometido pelo Estado russo", mas não anunciou nenhuma medida retaliatória.
No seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin. O ex-agente era ligado ao oligarca Boris Berezovski, que se mudou para o Reino Unido depois de cair em desgraça com o homem-forte do Kremlin.
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Número oficial de russos com HIV passa de mil
A epidemia da síndrome de deficiência imunológica adquirida (aids) se alastra na Rússia. O número oficial de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) chegou a 1 milhão, revelou em Moscou o diretor do Centro Federal de Combate à Aids, Vadim Pokrovski, citado pela agência de notícias Interfax.
Só no ano passado, foram registrados 93 mil novos casos. Por causa da subnotificação, os especialistas em saúde pública estimam que o total esteja perto de 1,4 milhão, quase 1% da população da Rússia, estimada em 143 milhões de habitantes. Cerca de 70% dos casos ocorrem na faixa de 20 a 39 anos, idade mais produtiva para a maioria dos trabalhadores.
As tradições culturais, o machismo arraigado, a homofobia, o abuso de drogas e fraqueza da economia russa, agravada pela crise do petróleo e as sanções impostas pelo Ocidente contra a intervenção militar na Ucrânia, dificultam o combate à aids.
Há dez anos, havia 170 mil casos registrados. Até o ano 2000, 87% dos casos atingiam usuários de drogas injetáveis. Hoje, 53% das infecções pelo HIV são atribuídas a seringas e agulhas contaminadas e 42% a relações sexuais. O sexo antes do casamento se tornou mais aceitável e a inflação aumentou o preço das camisinhas.
Em sua campanha contra o Ocidente e o homossexualismo, o governo e a mídia oficial acusam os homossexuais e estilos de vida alternativos pela propagação do HIV, mas, de acordo com o centro de combate só 1,5% dos casos são atribuídos a relações homossexuais.
A incidência da doença em mulheres aumentou de 10% em 2005 para 37% em 2015, corroborando a hipótese de que a maior parte das infecções pelo sexo acontecem em relações heterossexuais.
Com o estigma associado à aids como uma doença de homossexuais, o preconceito é grande na Rússia. Cerca de 25% dos HIV positivos tiveram tratamento negado e 11% perderam o emprego. Por medo da discriminação, muita gente em situação de risco não faz o exame.
Os setores mais conservadores do governo e a Igreja Ortodoxa Russa pressionam o Kremlin a proibir a educação sexual e programas de prevenção da aids em escolas e universidades. O Ministério da Saúde chegou a alegar que a educação sexual causaria um aumento da atividade sexual e da transmissão da doença.
Pela cartilha da Igreja, "castidade, fé e patriotismo" são as soluções para combater a aids, em linha com a promoção dos valores tradicionais da família pelo Kremlin.
A onda de manifestações contra o governo, no fim de 2011, suscitou temores no Kremlin de que uma revolta inspirada pelo Ocidente no estilo da Primavera Árabe visava a derrubar o homem-forte do país, o atual presidente Vladimir Putin.
Em resposta, o Parlamento aprovou em 2012 a Lei contra Agentes Estrangeiros para dificultar a atuação de organizações não governamentais que recebem financiamento do exterior, acabando com vários programas de ajuda.
O Fundo Global de Combate à Aids distribuía medicamentos retrovirais para 66 mil pacientes em 2009; no ano passado, foram apenas 4,3 mil. Moscou também vetou o Programa de Agulhas Limpas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que distribui seringas a usuários de drogas injetáveis.
A Rússia importa 90% dos medicamentos que consome e a produção doméstica depende de importações em 99% dos casos. Em 2014, diante das sanções da Europa e dos Estados Unidos contra a intervenção na Ucrânia, o Kremlin resolveu apostar no fortalecimento da indústria local do setor, que cresceu 27% naquele ano e 7,5% no ano passado. Mas as restrições a investimentos e a obrigação de companhias estrangeiras de fazer parcerias com universidades russas fez com que 77% das empresas farmacêuticas estrangeiras estejam com problemas financeiros.
Juntos, esses fatores limitam a 3% o total da população com HIV que toma medicamentos antirretrovirais.
Só no ano passado, foram registrados 93 mil novos casos. Por causa da subnotificação, os especialistas em saúde pública estimam que o total esteja perto de 1,4 milhão, quase 1% da população da Rússia, estimada em 143 milhões de habitantes. Cerca de 70% dos casos ocorrem na faixa de 20 a 39 anos, idade mais produtiva para a maioria dos trabalhadores.
As tradições culturais, o machismo arraigado, a homofobia, o abuso de drogas e fraqueza da economia russa, agravada pela crise do petróleo e as sanções impostas pelo Ocidente contra a intervenção militar na Ucrânia, dificultam o combate à aids.
Há dez anos, havia 170 mil casos registrados. Até o ano 2000, 87% dos casos atingiam usuários de drogas injetáveis. Hoje, 53% das infecções pelo HIV são atribuídas a seringas e agulhas contaminadas e 42% a relações sexuais. O sexo antes do casamento se tornou mais aceitável e a inflação aumentou o preço das camisinhas.
Em sua campanha contra o Ocidente e o homossexualismo, o governo e a mídia oficial acusam os homossexuais e estilos de vida alternativos pela propagação do HIV, mas, de acordo com o centro de combate só 1,5% dos casos são atribuídos a relações homossexuais.
A incidência da doença em mulheres aumentou de 10% em 2005 para 37% em 2015, corroborando a hipótese de que a maior parte das infecções pelo sexo acontecem em relações heterossexuais.
Com o estigma associado à aids como uma doença de homossexuais, o preconceito é grande na Rússia. Cerca de 25% dos HIV positivos tiveram tratamento negado e 11% perderam o emprego. Por medo da discriminação, muita gente em situação de risco não faz o exame.
Os setores mais conservadores do governo e a Igreja Ortodoxa Russa pressionam o Kremlin a proibir a educação sexual e programas de prevenção da aids em escolas e universidades. O Ministério da Saúde chegou a alegar que a educação sexual causaria um aumento da atividade sexual e da transmissão da doença.
Pela cartilha da Igreja, "castidade, fé e patriotismo" são as soluções para combater a aids, em linha com a promoção dos valores tradicionais da família pelo Kremlin.
A onda de manifestações contra o governo, no fim de 2011, suscitou temores no Kremlin de que uma revolta inspirada pelo Ocidente no estilo da Primavera Árabe visava a derrubar o homem-forte do país, o atual presidente Vladimir Putin.
Em resposta, o Parlamento aprovou em 2012 a Lei contra Agentes Estrangeiros para dificultar a atuação de organizações não governamentais que recebem financiamento do exterior, acabando com vários programas de ajuda.
O Fundo Global de Combate à Aids distribuía medicamentos retrovirais para 66 mil pacientes em 2009; no ano passado, foram apenas 4,3 mil. Moscou também vetou o Programa de Agulhas Limpas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que distribui seringas a usuários de drogas injetáveis.
A Rússia importa 90% dos medicamentos que consome e a produção doméstica depende de importações em 99% dos casos. Em 2014, diante das sanções da Europa e dos Estados Unidos contra a intervenção na Ucrânia, o Kremlin resolveu apostar no fortalecimento da indústria local do setor, que cresceu 27% naquele ano e 7,5% no ano passado. Mas as restrições a investimentos e a obrigação de companhias estrangeiras de fazer parcerias com universidades russas fez com que 77% das empresas farmacêuticas estrangeiras estejam com problemas financeiros.
Juntos, esses fatores limitam a 3% o total da população com HIV que toma medicamentos antirretrovirais.
Assange será interrogado na embaixada do Equador em Londres
Depois de mais de três anos asilado na Embaixada do Equador no Reino Unido, o australiano Julian Assange, fundador do sítio WikiLeaks, será interrogado, revelou o presidente equatoriano, Rafael Correa. O Equador fez um acordo com a procuradoria da Suécia para ele ser questionado sobre as acusações de abuso sexual.
Correa esclareceu que as autoridades suecas vão encaminhar as perguntas aos funcionários equatorianos, que farão o interrogatório, revelou o jornal britânico The Independent.
Assange vive desde agosto de 2012 na embaixada, situada no bairro londrino de Knightsbridge, onde se refugiou para não ser preso e extraditado para a Suécia com base num mandato de prisão europeu, que foi aceito pelas autoridades britânicas porque em princípio toda pessoa tem direito a um julgamento justo em qualquer país da União Europeia.
Ele é acusado por duas mulheres de abusos sexuais, que nega. Alega que tudo não passa de uma manobra para extraditá-lo para os Estados Unidos, onde é acusado de roubar documentos e revelar segredos de Estado através do WikiLeaks.
Correa esclareceu que as autoridades suecas vão encaminhar as perguntas aos funcionários equatorianos, que farão o interrogatório, revelou o jornal britânico The Independent.
Assange vive desde agosto de 2012 na embaixada, situada no bairro londrino de Knightsbridge, onde se refugiou para não ser preso e extraditado para a Suécia com base num mandato de prisão europeu, que foi aceito pelas autoridades britânicas porque em princípio toda pessoa tem direito a um julgamento justo em qualquer país da União Europeia.
Ele é acusado por duas mulheres de abusos sexuais, que nega. Alega que tudo não passa de uma manobra para extraditá-lo para os Estados Unidos, onde é acusado de roubar documentos e revelar segredos de Estado através do WikiLeaks.
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Estado Islâmico arrasa mais antigo mosteiro cristão do Iraque
Em mais um atentado contra o patrimônio histórico e cultural da humanidade, a organização
terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante destruiu o mais antigo mosteiro cristão do Iraque, que tinha 1.400 anos.
Como a fortaleza que foi no passado, o Mosteiro de Santo Elias, de 2.500 metros quadrados, ficava sob uma colina próxima de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, ocupada pelo Estado Islâmico desde junho de 2014. Estava parcialmente restaurado.
Embora o teto estivesse destruído, o mosteiro tinha 26 salas distintas, entre elas um santuário e uma capela. Foi usado como local de oração por soldados dos Estados Unidos durante a invasão do Iraque.
As imagens de satélite mostram hoje apenas um monte de poeira cinza. "As paredes de pedra foram literalmente pulverizadas", observou o analista de imagens Stephen Wood, diretor-presidente da empresa Allsource Analysis. "Retroescavadeiras, equipamento pesado e possivelmente explosivos transformaram aquelas paredes de pedra nesta poeira cinzenta. Eles o destruíram completamente."
Antes do mosteiro, o Estado Islâmico atacou outras cidades históricas, como Nimrod e Hatra, e as ruínas de Nínive, no Iraque; e Pamira, na Síria. Além de destruir templos e imagens consideradas profanas por sua versão radical do Islã, os jihadistas vendem relíquias históricas no mercado negro de antiguidades.
terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante destruiu o mais antigo mosteiro cristão do Iraque, que tinha 1.400 anos.
Como a fortaleza que foi no passado, o Mosteiro de Santo Elias, de 2.500 metros quadrados, ficava sob uma colina próxima de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, ocupada pelo Estado Islâmico desde junho de 2014. Estava parcialmente restaurado.
Embora o teto estivesse destruído, o mosteiro tinha 26 salas distintas, entre elas um santuário e uma capela. Foi usado como local de oração por soldados dos Estados Unidos durante a invasão do Iraque.
As imagens de satélite mostram hoje apenas um monte de poeira cinza. "As paredes de pedra foram literalmente pulverizadas", observou o analista de imagens Stephen Wood, diretor-presidente da empresa Allsource Analysis. "Retroescavadeiras, equipamento pesado e possivelmente explosivos transformaram aquelas paredes de pedra nesta poeira cinzenta. Eles o destruíram completamente."
Antes do mosteiro, o Estado Islâmico atacou outras cidades históricas, como Nimrod e Hatra, e as ruínas de Nínive, no Iraque; e Pamira, na Síria. Além de destruir templos e imagens consideradas profanas por sua versão radical do Islã, os jihadistas vendem relíquias históricas no mercado negro de antiguidades.
Rússia matou mais de mil civis em bombardeios na Síria
Mais de mil civis, inclusive 200 crianças, foram mortos pelos bombardeios da Força Aérea da Rússia desde o início da intervenção na guerra civil da Síria, em 30 de setembro de 2015, em apoio à ditadura de Bachar Assad, afirmou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição.
Os ataques russos também mataram 893 milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e 1.141 rebeldes de outros grupos armados, entre eles a Jabhat al-Nusra (Frente para a Vitória), braço armado da rede Al Caeda no conflito sírio, Jaish al-Islam (Exército do Islã) e Ahrar al-Sham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante).
Do total de 3.049 mortes, cerca de 700 ocorreram nas últimas três semanas.
Horas antes da divulgação desses números, a Rússia anunciou ter realizado 6 mil missões aéreas na Síria. Nos últimos quatro dias, houve 157 partidas para atacar 579 alvos em seis regiões do país.
A intervenção militar russa mudou a relação de forças no campo de batalha. Com o apoio dos bombardeios aéreos e de seus aliados do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), o Exército da Síria retomou a iniciativa e está ganhando a guerra.
Um dos objetivos do presidente Vladimir Putin é enfraquecer os adversários de Assad para fortalecer a posição do regime na mesa de negociações. Já conseguiu. O governo sírio não parece disposto a fazer qualquer concessão.
As negociações deveriam começar na segunda-feira, 25 de janeiro de 2015, mas ainda não está cento quem representará a oposição. Nem o Estado Islâmico nem a Frente al-Nusra, braço d'al Caeda, participam.
Os outros grupos rebeldes com alguma força no campo de batalha, Jaish al-Islam e Ahrar al-Sham, apoiados pela Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, são acusados de terrorismo pela Rússia e por Assad. O Exército da Síria Livre, o grupo rebelde mais moderado apoiado pelos Estados Unidos e a Europa, não tem poder real.
Assad quer convidar apenas a oposição síria tradicional, os exilados que historicamente são contra seu governo mas não participam da guerra civil.
Assim, as negociações seriam apenas um jogo de cena para manter o status quo. A Arábia Saudita, o Catar e a Turquia provavelmente continuariam financiando e armando seus rebeldes, e os EUA continuariam bombardeando o Estado Islâmico.
Em duas tentativas anteriores da ONU, com Kofi Annan e Lakhdar Brahimi, as negociações esbarraram na mesma recusa do ditador Bachar Assad de fazer qualquer concessão. A única saída proposta pelo regime é realizar eleições que Assad vai ganhar.
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Vietnã denuncia exploração de petróleo pela China em mar disputado
A China levou uma plataforma de exploração de petróleo de volta a áreas do Mar do Sul da China, denunciou ontem o Ministério do Exterior do Vietnã, noticiou a agência Associated Press (AP).
De acordo com um porta-voz da chancelaria vietnamita, o regime comunista chinês instalou a plataforma perto do Golfo de Tonquim, onde as plataformas continentais dos dois países se sobrepõem. O Vietnã pediu oficialmente à China que não faça prospecção na área e retire a plataforma, que havia funcionado na região de maio a julho de 2014.
O protesto acontece na véspera de um Congresso do Partido Comunista do Vietnã que deve escolher os novos líderes do país. Há uma divisão interna entre os que defendem a aliança com a China e os que preferem uma aproximação com os Estados Unidos, o Japão e a Índia numa tentativa de neutralizar o crescente poderio militar chinês.
De acordo com um porta-voz da chancelaria vietnamita, o regime comunista chinês instalou a plataforma perto do Golfo de Tonquim, onde as plataformas continentais dos dois países se sobrepõem. O Vietnã pediu oficialmente à China que não faça prospecção na área e retire a plataforma, que havia funcionado na região de maio a julho de 2014.
O protesto acontece na véspera de um Congresso do Partido Comunista do Vietnã que deve escolher os novos líderes do país. Há uma divisão interna entre os que defendem a aliança com a China e os que preferem uma aproximação com os Estados Unidos, o Japão e a Índia numa tentativa de neutralizar o crescente poderio militar chinês.
EUA tomam medidas contra microcefalia causada pelo vírus zika
Depois de advertir as mulheres grávidas na sexta-feira a não viajar a 14 países atingidos pelo vírus zika, o Centro de Controle de Doenças (CDC, do inglês) dos Estados Unidos anunciou ontem uma série de medidas para evitar a propagação da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que provoca microcefalia, o subdesenvolvimento e má formação do cérebro, noticiou a agência Reuters.
Não há vacina para impedir o contágio pelo vírus zika e 80% das pessoas contaminadas não têm sintoma algum, dificultando o controle. O alerta sobre o surto de microcefalia começou no Nordeste do Brasil, onde a incidência do problema aumentou 24 vezes.
O CDC aconselha os médicos a perguntarem para as mulheres grávidas se viajaram ao exterior. Quem esteve em países infectados e apresentou sintomas deve fazer um teste para infecção pelo zika. Quem tiver resultado positivo será encaminhada para fazer uma ultrassonografia para examinar o tamanho do cérebro e um exame para conferir a presença de cálcio na caixa craniana do feto, dois indicadores de microencefalia.
Se as suspeitas persistirem, as grávidas devem fazer uma amniocentese, uma punção do líquido amniótico para confirmar a presença do vírus. A ultrassonografia deve ser repetida a cada três ou quatro semanas para monitorar a evolução da caixa craniana.
Como não há tratamento para microcefalia e os EUA permitem o aborto, quem detectar o problema nos estágios iniciais da gestação tem a opção de interromper a gravidez, observou a médica Laura Riley, presidente da Sociedade para a Medicina Maternal e Fetal.
Não há vacina para impedir o contágio pelo vírus zika e 80% das pessoas contaminadas não têm sintoma algum, dificultando o controle. O alerta sobre o surto de microcefalia começou no Nordeste do Brasil, onde a incidência do problema aumentou 24 vezes.
O CDC aconselha os médicos a perguntarem para as mulheres grávidas se viajaram ao exterior. Quem esteve em países infectados e apresentou sintomas deve fazer um teste para infecção pelo zika. Quem tiver resultado positivo será encaminhada para fazer uma ultrassonografia para examinar o tamanho do cérebro e um exame para conferir a presença de cálcio na caixa craniana do feto, dois indicadores de microencefalia.
Se as suspeitas persistirem, as grávidas devem fazer uma amniocentese, uma punção do líquido amniótico para confirmar a presença do vírus. A ultrassonografia deve ser repetida a cada três ou quatro semanas para monitorar a evolução da caixa craniana.
Como não há tratamento para microcefalia e os EUA permitem o aborto, quem detectar o problema nos estágios iniciais da gestação tem a opção de interromper a gravidez, observou a médica Laura Riley, presidente da Sociedade para a Medicina Maternal e Fetal.
Parlamento aprova novo governo da Moldova
Com os votos de 57 dos 101 deputados, o Parlamento da ex-república soviética da Moldova (antiga Moldávia) aprovou o governo liderado pelo primeiro-ministro Pavel Filip, acabando com um impasse político que vinha desde outubro de 2015, quando caiu o governo anterior em meio a um escândalo de corrupção, informou a Rádio Europa Livre.
Filip pertence ao Partido Democrático e era ministro das Telecomunicações desde 2011.
Do lado de fora do Parlamento, grupos políticos rivais como uma aliança oposicionista apoiada pela Rússia e o movimento pela adesão à União Europeia protestaram contra o novo governo exigindo a realização de novas eleições.
A Moldova tem uma população com a maioria de origem romena que gostaria de se juntar à Romênia, mas, como na maior parte das ex-repúblicas soviéticas, há um enclave de maioria russa, no caso a região da Transnístria, que prefere reforçar os laços com Moscou.
Filip pertence ao Partido Democrático e era ministro das Telecomunicações desde 2011.
Do lado de fora do Parlamento, grupos políticos rivais como uma aliança oposicionista apoiada pela Rússia e o movimento pela adesão à União Europeia protestaram contra o novo governo exigindo a realização de novas eleições.
A Moldova tem uma população com a maioria de origem romena que gostaria de se juntar à Romênia, mas, como na maior parte das ex-repúblicas soviéticas, há um enclave de maioria russa, no caso a região da Transnístria, que prefere reforçar os laços com Moscou.
ONU precisa de US$ 885 milhões para fome na Somália
A Organização das Nações Unidas fez um apelo urgente ontem para arrecadar US$ 885 milhões para ajudar 3,5 milhões de pessoas ameaçadas pela fome na Somália, informou o boletim África 21 Digital.
Em entrevista em Mogadíscio, o coordenador da ONU para ajuda humanitária à Somália, Peter de Clercq, disse que o Plano de Resposta Humanitária de 2016 representa a visão coletiva das agências do setor. Cerca de 4,9 milhões precisam de ajuda alimentar.
Com a guerra civil e a situação de anarquia em vive a Somália desde 1991, mais de 1,1 milhão fugiram de casa mas não saíram do país e "aguardam há tempo uma solução duradoura". Cerca de 308 mil menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. Mais de 56 mil podem morrer se não receberem socorro imediato.
Além da guerra civil e da violência terrorista da milícia Al Chababe (A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda, o fenômeno climático El Niño causou problemas à agricultura frustrando as expectativas de colheita.
Em entrevista em Mogadíscio, o coordenador da ONU para ajuda humanitária à Somália, Peter de Clercq, disse que o Plano de Resposta Humanitária de 2016 representa a visão coletiva das agências do setor. Cerca de 4,9 milhões precisam de ajuda alimentar.
Com a guerra civil e a situação de anarquia em vive a Somália desde 1991, mais de 1,1 milhão fugiram de casa mas não saíram do país e "aguardam há tempo uma solução duradoura". Cerca de 308 mil menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. Mais de 56 mil podem morrer se não receberem socorro imediato.
Além da guerra civil e da violência terrorista da milícia Al Chababe (A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda, o fenômeno climático El Niño causou problemas à agricultura frustrando as expectativas de colheita.
Moeda da Rússia cai a mais de 80 por dólar
A cotação da moeda da Rússia registrou hoje um novo recorde de baixa, com o dólar sendo vendido a mais de 80 rublos, noticiou hoje a Agência France Presse (AFP). Um assessor do presidente Vladimir Putin afirmou que o Banco Central tomará medidas para sustentar a moeda nacional.
O BC russo usaria as reservas cambias em moedas fortes, estimadas em US$ 320 bilhões no fim de 2015, para estabilizar o mercado de câmbio, acrescentou o assessor, esclarecendo que cabe o banco decidir como fazer isso para não "desperdiçar reservas".
Do início de 2014 a meados de 2015, o governo russo injetou US$ 144 bilhões das reservas do país na Bolsa de Valores de Moscou e nos mercados de câmbio sem conseguir conter a crise, causada principalmente pela queda nos preços internacionais do petróleo e as sanções internacionais contra a intervenção militar da Rússia na ex-república soviética da Ucrânia.
O BC russo usaria as reservas cambias em moedas fortes, estimadas em US$ 320 bilhões no fim de 2015, para estabilizar o mercado de câmbio, acrescentou o assessor, esclarecendo que cabe o banco decidir como fazer isso para não "desperdiçar reservas".
Do início de 2014 a meados de 2015, o governo russo injetou US$ 144 bilhões das reservas do país na Bolsa de Valores de Moscou e nos mercados de câmbio sem conseguir conter a crise, causada principalmente pela queda nos preços internacionais do petróleo e as sanções internacionais contra a intervenção militar da Rússia na ex-república soviética da Ucrânia.
Supremo Líder condena ataque à embaixada da Arábia Saudita no Irã
O Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, o homem-forte do regime teocrático do Irã, aiatolá Ali Khamenei, condenou hoje na Internet o ataque à embaixada da Arábia Saudita em Teerã, noticiou a agência Reuters.
Com pedras e bombas incendiárias, manifestantes alvejaram a embaixada saudita no Irã em 2 de janeiro durante um protesto contra a execução na Arábia Saudita do clérigo xiita Nimir al-Nimir. O aiatolá chamou o ataque de "realmente ruim".
Khamenei também condenou a detenção na semana passada de 10 marinheiros americanos pelas forças navais da Guarda Revolucionária do Irã depois que dois barcos-patrulha invadiram aparentemente sem saber águas territoriais iranianas no Golfo Pérsico.
A crise diplomática entre a Arábia Saudita e do Irã é um reflexo de uma disputa pelo poder regional no Oriente Médio e do crescente conflito entre sunitas, apoiados pelos sauditas, e xiitas, apoiados pelos iranianos, em vários países da região.
Com pedras e bombas incendiárias, manifestantes alvejaram a embaixada saudita no Irã em 2 de janeiro durante um protesto contra a execução na Arábia Saudita do clérigo xiita Nimir al-Nimir. O aiatolá chamou o ataque de "realmente ruim".
Khamenei também condenou a detenção na semana passada de 10 marinheiros americanos pelas forças navais da Guarda Revolucionária do Irã depois que dois barcos-patrulha invadiram aparentemente sem saber águas territoriais iranianas no Golfo Pérsico.
A crise diplomática entre a Arábia Saudita e do Irã é um reflexo de uma disputa pelo poder regional no Oriente Médio e do crescente conflito entre sunitas, apoiados pelos sauditas, e xiitas, apoiados pelos iranianos, em vários países da região.
Petróleo cai abaixo de US$ 27 e arrasta bolsas do mundo inteiro
O Índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York caiu mais 500 pontos hoje, mas se recuperou parcialmente e fechou em baixa de 249 pontos (1,6%), enquanto o barril de petróleo tipo West Texas Intermediate, padrão do mercado americano, recuou mais 6% para US$ 26,76, arrastando as bolsas do mundo inteiro.
A queda nos preços do barril de petróleo iniciada em junho de 2014 ganhou novo ímpeto no começo deste ano com as dúvidas sobre a desaceleração da economia da China, a segunda maior do mundo, e nesta semana com a volta do Irã ao mercado depois do fim das sanções a seu programa nuclear. Até o fim do ano, o Irã deve ofertar mais um milhão de barris por dia.
Em 20 dias de 2015, a baixa acumula 10%. Hoje o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão do mercado europeu, foi vendido a um mínimo de US$ 27,19 e fechou cotado a US$ 27,98, o menor valor em 12 anos.
Na Ásia, a Bolsa de Valores de Tóquio caiu 3,7%, entrando no "mercado do urso", quando o preço médio das ações baixa 20% em relação ao pico anterior. Em Xangai, na China, a desvalorização média foi de apenas 1%, mas Hong Kong perdeu 3,8%.
Na Europa, a baixa ficou na média de 3,5%, com fortes perdas em Londres (-3,5%), Frankfurt (-2,8%), Paris (3,4%) e Milão (-4,8%).
Em São Paulo, o Índice Bovespa perde mais 1,4%, puxado pela queda da Petrobrás. O dólar subiu 1,24% para R$ 4,10.
A queda nos preços do barril de petróleo iniciada em junho de 2014 ganhou novo ímpeto no começo deste ano com as dúvidas sobre a desaceleração da economia da China, a segunda maior do mundo, e nesta semana com a volta do Irã ao mercado depois do fim das sanções a seu programa nuclear. Até o fim do ano, o Irã deve ofertar mais um milhão de barris por dia.
Em 20 dias de 2015, a baixa acumula 10%. Hoje o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão do mercado europeu, foi vendido a um mínimo de US$ 27,19 e fechou cotado a US$ 27,98, o menor valor em 12 anos.
Na Ásia, a Bolsa de Valores de Tóquio caiu 3,7%, entrando no "mercado do urso", quando o preço médio das ações baixa 20% em relação ao pico anterior. Em Xangai, na China, a desvalorização média foi de apenas 1%, mas Hong Kong perdeu 3,8%.
Na Europa, a baixa ficou na média de 3,5%, com fortes perdas em Londres (-3,5%), Frankfurt (-2,8%), Paris (3,4%) e Milão (-4,8%).
Em São Paulo, o Índice Bovespa perde mais 1,4%, puxado pela queda da Petrobrás. O dólar subiu 1,24% para R$ 4,10.
2015 foi o ano mais quente da história
O ano passado bateu 2014 e foi o ano mais quente desde que os dados começaram a ser compilados, em 1880, anunciaram hoje duas agências do governo dos Estados Unidos, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e a Administração Nacional de Atmosfera e Oceanos (NOAA), informou o jornal The Washington Post.
"2015 é de longe o ano recordista de todos os conjuntos de dados sobre temperatura", declarou o diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA. "Isso sublinha o fato de que o planeta está realmente se aquecendo, não há mudança no ritmo de aquecimento a longo prazo e nós sabemos por quê."
De acordo com inúmeras pesquisas corroboradas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês), formado pelas Nações Unidas com cientistas do mundo inteiro, a atividade humana e o aumento das emissões de gás carbônico são responsáveis pelo aquecimento global.
Pelos cálculos da NASA, 2015 foi 0,13 graus centígrados mais quente do que 2014. A NOAA considerou a situação ainda pior, com aumento de temperatura de 0,16º C. Dos 16 anos mais quentes da história, 15 são do século 21, observou a NASA.
"Muitas vezes, quando você olha esses números e quebra um recorde, você quebra por centésimos de grau", comentou o diretor do Centro Nacional para Informação Ambiental da NOAA, Thomas Karl. "Mas esse recorde foi literalmente esmagado. É mais de um quarto de grau Fahrenheit e isso é muito para a temperatura global."
O IPCC já constatou um aumento de 0,85ºC na temperatura média do planeta desde o início da Revolução Industrial, na segunda metade do século 18. Com o recorde do ano passado, esse número estaria perto de um grau centígrado.
Para evitar efeitos catastróficos do clima do planeta, como mais fenômenos meteorológicos radicais, furacões, tornados, secas e enchentes mais violentos, o IPCC recomenda redução de emissões dos gases que agravam o efeito estufa para conter o aquecimento em 2ºC.
Na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima realizada em Paris em dezembro de 2015, pela primeira vez, quase todos os países do mundo apresentaram metas voluntárias de redução de emissões. Ainda é muito pouco.
"2015 é de longe o ano recordista de todos os conjuntos de dados sobre temperatura", declarou o diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA. "Isso sublinha o fato de que o planeta está realmente se aquecendo, não há mudança no ritmo de aquecimento a longo prazo e nós sabemos por quê."
De acordo com inúmeras pesquisas corroboradas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês), formado pelas Nações Unidas com cientistas do mundo inteiro, a atividade humana e o aumento das emissões de gás carbônico são responsáveis pelo aquecimento global.
Pelos cálculos da NASA, 2015 foi 0,13 graus centígrados mais quente do que 2014. A NOAA considerou a situação ainda pior, com aumento de temperatura de 0,16º C. Dos 16 anos mais quentes da história, 15 são do século 21, observou a NASA.
"Muitas vezes, quando você olha esses números e quebra um recorde, você quebra por centésimos de grau", comentou o diretor do Centro Nacional para Informação Ambiental da NOAA, Thomas Karl. "Mas esse recorde foi literalmente esmagado. É mais de um quarto de grau Fahrenheit e isso é muito para a temperatura global."
O IPCC já constatou um aumento de 0,85ºC na temperatura média do planeta desde o início da Revolução Industrial, na segunda metade do século 18. Com o recorde do ano passado, esse número estaria perto de um grau centígrado.
Para evitar efeitos catastróficos do clima do planeta, como mais fenômenos meteorológicos radicais, furacões, tornados, secas e enchentes mais violentos, o IPCC recomenda redução de emissões dos gases que agravam o efeito estufa para conter o aquecimento em 2ºC.
Na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima realizada em Paris em dezembro de 2015, pela primeira vez, quase todos os países do mundo apresentaram metas voluntárias de redução de emissões. Ainda é muito pouco.
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Ataque a universidade deixa 21 mortos no Paquistão
Pelo menos 21 pessoas morreram num ataque de homens armados à Univerdade Bacha Khan, em Charsada, a 50 quilômetros de Peshawar, no Noroeste do Paquistão, região de grande atividade de milícias jihadistas, noticiou o jornal paquistanês Dawn. A ação terrorista foi reivindicada pelos Talebã (Estudantes) do Paquistão.
Quatro homens armados escalaram os muros da universidade e dispararam em salas de aula e num dormitório do campus. Eles tinham cinturões de explosivos, mas foram mortos pelas forças de segurança antes de se detonar.
Entre os mortos, já foram identificados dois estudantes, um professor e quatro guardas da universidade.
Em nota no Facebook, Omar Mansur, do grupo Gidar dos Talebã do Paquistão, assumiu a responsabilidade pelo ataque. Mas um porta-voz oficial dos Talebã paquistaneses, Muhammad Khorassani, condenou a ação, declarando-a contrária à "lei islâmica", e ameaçou "levar à Justiça quem está usando o nome dos Talebã".
Um ataque à Escola Pública do Exército em Peshawar, na mesma região deixou 144 mortos em 16 de dezembro de 2014.
Quatro homens armados escalaram os muros da universidade e dispararam em salas de aula e num dormitório do campus. Eles tinham cinturões de explosivos, mas foram mortos pelas forças de segurança antes de se detonar.
Entre os mortos, já foram identificados dois estudantes, um professor e quatro guardas da universidade.
Em nota no Facebook, Omar Mansur, do grupo Gidar dos Talebã do Paquistão, assumiu a responsabilidade pelo ataque. Mas um porta-voz oficial dos Talebã paquistaneses, Muhammad Khorassani, condenou a ação, declarando-a contrária à "lei islâmica", e ameaçou "levar à Justiça quem está usando o nome dos Talebã".
Um ataque à Escola Pública do Exército em Peshawar, na mesma região deixou 144 mortos em 16 de dezembro de 2014.
Turquia parece planejar invasão da Síria
Além do bombardeio constante das poderosas forças aéreas da Rússia e dos Estados Unidos, da pressão dos guerrilheiros curdos e do Exército da Síria e milícias aliadas, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante pode enfrentar uma invasão terrestre da Turquia, adverte a empresa americana de análise estratégica Strafor.
O governo turco atribuiu à milícia jihadista um atentado que matou 11 pessoas há uma semana no centro histórico de Istambul, além de ataques anteriores em Ancara e Suruç com mais de cem mortes. Desde então, o Exército da Turquia intensificou as operações de remoção de minas e os bombardeios de artilharia ao longo da fronteira com a Síria para ajudar rebeldes aliados e atingir posições do Estado Islâmico.
Pode ser uma estratégia para enfraquecer as defesas do inimigo antes de uma operação terrestre para desalojar o Estado Islâmico e tomar a capital do califado proclamado pelo seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, em 29 de junho de 2014.
O Estado Islâmico se aproveitou do caos gerado pela guerra civil na Síria e pela fraqueza do novo Exército do Iraque criado depois da invasão americana de 2003 para tomar uma região do Oriente Médio do tamanho da Grã-Bretanha com uma população estimada em 8 milhões de habitantes.
Neste vasto cenário de guerra, misturam-se grupos rebeldes sunitas apoiados por vários países do Oriente Médio, tribos sunitas, guerrilheiros curdos sob o controle geral do EI. Mas, depois de uma ofensiva impressionante em que tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em 10 de junho de 2014, o EI está sendo atacado em várias frentes.
A desminagem na fronteira perto da cidade síria de Jarabulus, controlada pelo Estado Islâmico, é um bom indicador da probabilidade de invasão. O plano foi discutido pelos EUA e a Rússia.
A Rússia concordou em não obstruir a operação desde que a Turquia não estenda a zona de segurança que pretende criar em território sírio para proteger sua fronteira e assentar ao menos parte dos 2,5 milhões de refugiados. Esta zona de segurança a ser criada ao norte da cidade de Alepo afastaria da fronteira turca tanto o EI quanto os guerrilheiros curdos, que lutam pela independência do Curdistão e reivindicam parte do território turco.
Os EUA, a Rússia e a Turquia estão coordenando as operações na Síria para evitar incidentes como a derrubada de um avião de guerra russo que o governo turco acusou de invadir seu espaço aéreo em 24 de novembro de 2015.
Assim, o Estado Islâmico enfrenta o risco de ataques terrestres em três frentes. No Norte, da Turquia. A Leste, das Forças Democráticas Sírias, dominadas pelos curdos, que cruzaram o Rio Eufrates com rumo oeste. No Sul, o Exército sírio avança com o apoio da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
Sob intensa pressão por terra e ar nos campos de batalha do Oriente Médio, perdendo territórios do califado, resta ao Estado Islâmico a opção do terrorismo para mostrar que está vivo e atuante, pronto para acolher novos voluntários do martírio.
O governo turco atribuiu à milícia jihadista um atentado que matou 11 pessoas há uma semana no centro histórico de Istambul, além de ataques anteriores em Ancara e Suruç com mais de cem mortes. Desde então, o Exército da Turquia intensificou as operações de remoção de minas e os bombardeios de artilharia ao longo da fronteira com a Síria para ajudar rebeldes aliados e atingir posições do Estado Islâmico.
Pode ser uma estratégia para enfraquecer as defesas do inimigo antes de uma operação terrestre para desalojar o Estado Islâmico e tomar a capital do califado proclamado pelo seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, em 29 de junho de 2014.
O Estado Islâmico se aproveitou do caos gerado pela guerra civil na Síria e pela fraqueza do novo Exército do Iraque criado depois da invasão americana de 2003 para tomar uma região do Oriente Médio do tamanho da Grã-Bretanha com uma população estimada em 8 milhões de habitantes.
Neste vasto cenário de guerra, misturam-se grupos rebeldes sunitas apoiados por vários países do Oriente Médio, tribos sunitas, guerrilheiros curdos sob o controle geral do EI. Mas, depois de uma ofensiva impressionante em que tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em 10 de junho de 2014, o EI está sendo atacado em várias frentes.
A desminagem na fronteira perto da cidade síria de Jarabulus, controlada pelo Estado Islâmico, é um bom indicador da probabilidade de invasão. O plano foi discutido pelos EUA e a Rússia.
A Rússia concordou em não obstruir a operação desde que a Turquia não estenda a zona de segurança que pretende criar em território sírio para proteger sua fronteira e assentar ao menos parte dos 2,5 milhões de refugiados. Esta zona de segurança a ser criada ao norte da cidade de Alepo afastaria da fronteira turca tanto o EI quanto os guerrilheiros curdos, que lutam pela independência do Curdistão e reivindicam parte do território turco.
Os EUA, a Rússia e a Turquia estão coordenando as operações na Síria para evitar incidentes como a derrubada de um avião de guerra russo que o governo turco acusou de invadir seu espaço aéreo em 24 de novembro de 2015.
Assim, o Estado Islâmico enfrenta o risco de ataques terrestres em três frentes. No Norte, da Turquia. A Leste, das Forças Democráticas Sírias, dominadas pelos curdos, que cruzaram o Rio Eufrates com rumo oeste. No Sul, o Exército sírio avança com o apoio da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
Sob intensa pressão por terra e ar nos campos de batalha do Oriente Médio, perdendo territórios do califado, resta ao Estado Islâmico a opção do terrorismo para mostrar que está vivo e atuante, pronto para acolher novos voluntários do martírio.
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