As potências econômicas emergentes, especialmente o Brasil e a Malásia, preocupam a organização não governamental anticorrupção Transparência Internacional, que divulgou hoje seu relatório anual sobre a percepção de corrupção no mundo, informou a Agência France Presse (AFP).
Mais de 6 bilhões de pessoas vivem em países com governos corruptos, 68% do total, que perdem US$ 1 trilhão por ano para a corrupção.
"Todos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), apontados como novas promessas da economia mundial, são preocupantes, com pontuação abaixo de 50 no nosso ranking", declarou em Berlim a diretora de pesquisas da ONG, Robin Hodess.
O Brasil caiu cinco pontos e sete posições, a maior queda. É o 76º país menos corrupto do mundo. Está atrás da África do Sul (61º), ao lado da Índia e à frente da China (83º) e da Rússia (119º).
A lista dos mais honestos é liderada por três países escandinavos: Dinamarca, Finlândia e Suécia. Os mais corruptos são a Coreia do Norte e a Somália, seguidos pelo Afeganistão e o Sudão.
Como é impossível avaliar a corrupção em termos de recursos públicos desviados, o relatório examina a percepção de corrupção por quem faz negócios nos países.
Assim, os escândalos do Mensalão e do Petrolão aumentaram a percepção de corrupção no Brasil. Tiveram "um impacto fenomenal", admite Hodess. Mas a corrupção se tornou mais visível justamente por estar sendo combatida. A expectativa é que as instituições brasileiras saiam fortalecidas.
O Brasil está na frente do México (95º), onde as instituições estão sob a ameaça da guerra do tráfico. Em várias cidades do interior do país, prefeitos foram assassinados pelo crime organizado. O traficante mais procurado do país, Joaquín El Chapo Guzmán, fugiu da prisão com ajuda de funcionários públicos e foi alvo de uma grande e custosa caçada para ser recapturado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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