O primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu, não vai nomear um novo embaixador no Brasil. Se o governo brasileiro não aceitar a indicação da Dani Dayan, um líder das colônias ilegais instaladas na Cisjordânia ocupada, o país não terá um embaixador em Brasília, noticiou ontem o Canal 2 da televisão israelense, citado pelo jornal The Times of Israel.
Para o Brasil, que reconheceu a independência da Palestina, a nomeação de Dayan é vista como uma provocação. Não houve consultas prévias entre os dois governos, como prevê a praxe diplomática. Sua presença no país seria uma contradição à política externa brasileira, como ressaltou um manifesto assinado por 40 embaixadores.
Na prática, a decisão de Netanyahu de não indicar outro embaixador degrada as relações bilaterais entre os dois países, que não são boas.
Em julho de 2014, durante a última guerra de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza, o governo brasileiro convocou seu embaixador no país para consultas e o porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, chamou o Brasil de "anão diplomático".
Dayan, nascido na Argentina, é contra a devolução da Cisjordânia. Quer a ocupação definitiva do território conquista na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o que viola o direito internacional, que veda a guerra de conquista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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