Os ataques russos também mataram 893 milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e 1.141 rebeldes de outros grupos armados, entre eles a Jabhat al-Nusra (Frente para a Vitória), braço armado da rede Al Caeda no conflito sírio, Jaish al-Islam (Exército do Islã) e Ahrar al-Sham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante).
Do total de 3.049 mortes, cerca de 700 ocorreram nas últimas três semanas.
Horas antes da divulgação desses números, a Rússia anunciou ter realizado 6 mil missões aéreas na Síria. Nos últimos quatro dias, houve 157 partidas para atacar 579 alvos em seis regiões do país.
A intervenção militar russa mudou a relação de forças no campo de batalha. Com o apoio dos bombardeios aéreos e de seus aliados do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), o Exército da Síria retomou a iniciativa e está ganhando a guerra.
Um dos objetivos do presidente Vladimir Putin é enfraquecer os adversários de Assad para fortalecer a posição do regime na mesa de negociações. Já conseguiu. O governo sírio não parece disposto a fazer qualquer concessão.
As negociações deveriam começar na segunda-feira, 25 de janeiro de 2015, mas ainda não está cento quem representará a oposição. Nem o Estado Islâmico nem a Frente al-Nusra, braço d'al Caeda, participam.
Os outros grupos rebeldes com alguma força no campo de batalha, Jaish al-Islam e Ahrar al-Sham, apoiados pela Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, são acusados de terrorismo pela Rússia e por Assad. O Exército da Síria Livre, o grupo rebelde mais moderado apoiado pelos Estados Unidos e a Europa, não tem poder real.
Assad quer convidar apenas a oposição síria tradicional, os exilados que historicamente são contra seu governo mas não participam da guerra civil.
Assim, as negociações seriam apenas um jogo de cena para manter o status quo. A Arábia Saudita, o Catar e a Turquia provavelmente continuariam financiando e armando seus rebeldes, e os EUA continuariam bombardeando o Estado Islâmico.
Em duas tentativas anteriores da ONU, com Kofi Annan e Lakhdar Brahimi, as negociações esbarraram na mesma recusa do ditador Bachar Assad de fazer qualquer concessão. A única saída proposta pelo regime é realizar eleições que Assad vai ganhar.
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