A Bolsa de Valores de Xangai caiu 3,6% hoje, acumulando perdas de 20% desde o pico mais recente, em 22 de dezembro de 2015. Na Europa, a baixa superou os 2%, enquanto a Bolsa de Nova York tem desvalorização de 3,37% e a cotação do barril de petróleo está em nível mais baixo desde novembro de 2003. Em São Paulo, a queda é de 3,43% e o dólar vale R$ 4,058, com alta de 1,3% hoje.
O ano de 2016 começa com uma variada gama de desafios pairando sobre a economia mundial, a começar sobre até onde vai a desaceleração da China, um dos principais motores do crescimento desde o início do século 21.
A queda livre nos preços do petróleo, de 70% desde junho de 2014, é um sintoma e não uma causa da fraqueza da economia mundial, refletida no colapso dos preços dos produtos primários. Mas há ainda as guerras no Oriente Médio, o confronto cada vez maior entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita, a crescente ameaça terrorista do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o fraco crescimento da Europa, a renovada tensão entre a Rússia e o Ocidente, e a mais longa recessão da economia do Brasil num século.
Os Estados Unidos, com crescimento acima de 2% ao ano e o mais longo ciclo de geração de empregos de sua história, são a exceção. Mas, no mundo globalizado, só uma águia não basta.
Na China, a venda em massa foi atribuída a uma notícia publicada na mídia estatal dizendo que alguns bancos não estão mais aceitando ações como garantia para tomada de empréstimos. A expectativa de uma redução na oferta de crédito e na liquidez abalou ainda mais a confiança dos investidores.
Depois da terceira semana seguida de perdas nos mercados de ações, as bolsas europeias baixaram ao menor nível desde dezembro de 2014.
Com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) prestes a certificar que o Irã está cumprindo o acordo nuclear assinado em julho de 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança, o mercado de petróleo, já saturado, se prepara para um aumento da oferta.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo do tipo West Texas Intermediate (WTI), padrão para o mercado americano, caiu quase 6%. Depois de ser vendido a US$ 29,28, o menor preço desde novembro de 2003, está agora em US$ 29,39.
Em Londres, o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão de referência do mercado europeu, caiu 4% para US$ 29,62, depois de chegar durante o dia a US$ 29,30, a menor cotação em 12 anos, .
Diante do colapso dos preços, as companhias de petróleo adiaram no ano passado 68 grandes projetos com investimentos previstos em US$ 380 bilhões para produzir 27 bilhões de barris de petróleo e energia equivalente de gás natural, revelou ontem a empresa britânica de consultoria Wood Mackenzie, citada pelo jornal The Wall Street Journal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Bolsas desabam e petróleo cai abaixo de US$ 30 por barril
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