Com o fraco crescimento da economia mundial e a vulnerabilidade de economias emergentes como o Brasil, o desemprego global tende a aumentar nos próximos cinco anos, atingindo mais de 200 milhões de pessoas em 2017, alerta um novo relatório divulgado hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em 2015, o total de desempregados no mundo foi estimado em 197,1 milhões, 27 milhões a mais do que em 2007, antes da Grande Recessão de 2008-9.
Para 2016, a previsão é de um aumento de 2,3 milhões, elevando o total para 199,4 milhões de trabalhadores. No ano seguinte, mais 1,1 milhão entram na fila e o total chega a 200,5 milhões, prevê o relatório Emprego Mundial e Perspectiva Social - Tendências para 2016.
"A significativa desaceleração das economias emergentes, aliadas a um declínio acentuado nos preços dos produtos primários, está tendo um efeito dramático sobre o mercado de trabalho", declarou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
O diretor da OIT comentou ainda: "Muitos trabalhadores estão tendo de aceitar empregos de baixa remuneração em economias emergentes e em desenvolvimento, e também cada vez mais em países desenvolvidos. Apesar da queda no número de desempregados em alguns países da União Europeia e dos Estados Unidos, muito trabalhar ainda está sem emprego. Precisamos tomar medidas urgentes para aumentar o número de oportunidades de trabalho decente ou corremos o risco de intensificar as tensões sociais."
A taxa de desemprego nos países ricos caiu de 7,4% em 2014 para 6,7% em 2015, mas a recuperação do mercado de trabalho não foi suficiente para recriar muitos empregos de qualidade destruídos pela crise mundial.
Com a desaceleração da China, o Brasil na mais longa recessão em cem anos e o impacto da queda de mais de 70% nos preços do petróleo desde junho de 2014 sobre os países exportadores, as perspectivas de emprego nas economias emergentes e em desenvolvimento se deterioraram.
Na metade dos países em desenvolvimento e emergentes, mais de 50% do trabalho é informal, com baixa produtividade, baixa remuneração e nenhuma proteção social. Em um terço desses países, a informalidade passa de 65%. No Sul da Ásia (Índia, Bangladesh, Paquistão e Afeganistão), chega a 74% e, na África Subsaariana, a 70%.
Pior ainda: a Quarta Revolução Industrial, que inclui inteligência artificial, robótica, impressão em três dimensões, nanotecnologia e biotecnologia, vai destruir quase a metade dos empregos existentes hoje, adverte o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. A expectativa é que robôs passem a fazer trabalhos intelectuais repetitivos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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