A candidata da oposição, Tsai Ing-wen, foi eleita hoje presidente da República da China em Taiwan. Será a primeira mulher a governar a ilha que o regime comunista da autointitulada República Popular da China considera uma província renegada e ameaça invadir se proclamar a independência.
Com cerca de 60% dos votos, Tsai leva o Partido Progressista Democrático (PPD), favorável à independência, de volta ao poder depois de dois mandatos de quatro anos do atual presidente, Ma Ying-jeou, do Kuomintang (KMT), o partido nacionalista que fugiu para Taiwan depois da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung, em 1949.
Eric Chu, o candidato do KMT, que teve o apoio de 30% do eleitorado, reconheceu a derrota e cumprimentou Tsai. É um revés para as pretensões do regime comunista chinês para reunificar o país. A China continental não mantém relações com nenhum país que reconheça a independência de Taiwan.
Durante a campanha, Tsai, uma professora de direito de 59 anos, prometeu não provocar o regime comunista e cumprir todos os acordos existentes. O resultado das eleições parlamentares será conhecido hoje à noite. Há uma expectativa de que o KMT perca o controle do Poder Legislativo pela primeira vez desde 1949.
Antes da eleição de 1996, a primeira vencida pelo PPD, o governo de Beijim fez testes de mísseis para intimidar a pequena ilha, levando os Estados Unidos a enviar navios de guerra para o Estreito de Taiwan. Com o aumento do poderio militar chinês, hoje em dia isso seria impensável, mas os EUA têm o compromisso histórico de defender a ilha, o que pode criar problemas com Beijim.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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