Um atentado terrorista suicida perto da Praça do Sultão Ahmet, da Basílica de Santa Sofia e da Mesquita Azul, algumas das atrações turísticas mais importantes de Istambul, matou hoje pelo menos dez pessoas, nove turistas alemães e um peruano, e deixou 15 feridos, entre eles seis turistas estrangeiros.
A Turquia enfrenta várias ameaças terroristas. As principais suspeitas recaem sobre o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Em entrevista coletiva em andamento agora, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, acusou o Estado Islâmico, pediu uma união internacional contra o terrorismo e eximiu de culpa os "refugiados sírios inocentes".
Até meados do ano passado, a Turquia apresentava uma posição ambígua em relação ao Estado Islâmico. Nunca fechou sua fronteira com a Síria para impedir o acesso de estrangeiros interessados em aderir ao grupo.
Quando os Estados Unidos declararam guerra ao Estado Islâmico, em agosto de 2014, a Turquia impôs a queda do ditador sírio, Bachar Assad, como condição para participar da aliança antiterrorista.
Ao entrar diretamente na guerra, depois de um atentado que matou 33 pessoas em Suruç em 20 de julho de 2015, a Força Aérea da Turquia atacou mais os guerrilheiros curdos do que o Estado Islâmico.
A Turquia também derrubou um avião de guerra da Rússia que bombardeava rebeldes sírios de origem turca apoiados por Ancara, dificultando a articulação de uma aliança internacional capaz de conseguir o apoio das cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 11 de outubro do ano passado, o EI cometeu o mais violento atentado da história recente da Turquia, com duas explosões que atingiram uma manifestação pacífica pela democracia na capital, Ancara, matando 103 pessoas.
Agora, mudou de estratégia, observa o professor Fawaz Gerges, especialista em Oriente Médio da London School of Economics, passando para uma guerra econômica, no caso, tendo como alvo o turismo.
O distrito Sultão Ahmet, acrescenta Gerges, é um ponto de encontro entre o Ocidente e o Oriente. Durante o Império Bizantino, o Império Romano do Oriente, era o centro histórico de Constantinopla, hoje Istambul, com a Basílica de Santa Sofia, construída no século 6, hoje convertida em museu, e a Mesquita Azul, erguida no início do século 17, considerada a mesquita mais linda do mundo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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