O ritmo de crescimento da China caiu para 6,8% ao ano no quarto trimestre de 2015. No ano como um todo, a segunda maior economia do mundo avançou oficialmente 6,9%, desacelerando em relação aos 7,3% de 2014.
Foi o quarto ano de desaceleração e o pior resultado desde 1990, quando o país estava sob o impacto das sanções internacionais por causa do Massacre na Praça da Paz Celestial em Beijim em 1989 - e muitos analistas duvidam dos dados oficiais chineses.
Se a economia estivesse realmente dentro da meta, o governo não faria as intervenções nos mercados financeiro e de câmbio realizadas ao longo do ano, e o Banco Popular da China não teria reduzido as taxas básicas de juros cinco vezes.
Em 2015, a produção de aço da China baixou 2,5%, a primeira queda em 30 anos. A produção industrial de valor agregado cresceu 5,9% num ano, abaixo da expectativa. A melhor notícia foi um avanço de 11,1% nas vendas no varejo na comparação anual.
As exportações e as importações diminuíram, as bolsas de valores e a moeda perderam valor. O governo interveio nos mercados financeiros sem resolver o problema, abalando sua reputação de administrador econômico competente.
Até onde vai a desaceleração da China é talvez a maior pergunta a intrigar o mercado neste início de ano. O regime comunista chinês parecia determinado a reorientar a economia do comércio exterior para o mercado interno, mas as desvalorizações do iuane indicam uma intenção de voltar ao modelo exportador para garantir o crescimento e a geração de empregos necessários para manter a estabilidade social.
Com excesso de capacidade instalada na indústria e um grande estoque de apartamentos desabitados, 2016 deve ser ainda mais difícil. Os instrumentos usados tradicionalmente pelo governo chinês para estimular a economia, investimento em infraestrutura, crédito fácil e incentivo às exportações, parecem cada vez menos eficazes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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