domingo, 31 de maio de 2015

Grandes potências vão reimpor sanções se Irã violar acordo

As cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidos (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha chegaram a um acordo hoje para reinstaurar as sanções aprovadas pela ONU contra o programa nuclear do Irã, se a República Islâmica violar o acordo que está sendo negociado, informou neste domingo a agência Reuters.

Em troca do congelamento do programa nuclear por dez anos e de um regime de inspeções rigorosas, as sanções internacionais serão suspensas gradualmente. Se algum aspecto do acordo não for cumprido, elas voltarão a ser impostas. O objetivo é impedir o regime dos aiatolás de fabricar armas atômicas.

O regime de inspeções é maior obstáculo ao acordo, que deve ser concluído até 30 de junho de 2015. Como o Irã alega que seu programa nuclear é pacífico, nega-se a permitir a fiscalização de suas instalações militares.

A França já advertiu que não assinará nenhum acordo que não inclua a possibilidade de inspeções rigorosas e sem aviso prévio a todas as instalações nucleares e militares do Irã. O governo iraniano argumenta que uma abertura irrestrita violaria segredos militares, ameaçando a segurança nacional.

Senado dos EUA deixa expirar a lei de megacoleta de dados

A autoridade legal usada pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos para coletar em massa dados sobre comunicações telefônicas e via Internet acaba à meia-noite de hoje pelo horário de Washington, 1h da madrugada desta segunda-feira em Brasília.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, a favor da espionagem em massa, não conseguiu evitar a obstrução do senador libertário Rand Paul, um dos mais de dez aspirantes à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos EUA em 2016.

Apesar da votação de 77 a 17 a favor da coleta de dados, Paul conseguiu adiar a aprovação da medida e cantou vitória porque um projeto da Câmara dos Representantes conhecido como Lei da Liberdade dos EUA vai proibir a coleta de dados em massa.

Alguns poderes da NSA vão caducar, noticiou o jornal The Washington Post. Será a primeira redução nos poderes do Estado para espionar os cidades desde a Lei de Vigilância e Inteligência Externa, de 1978. Os poderes foram ampliados pela Lei Patriótica, aprovada depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A nova lei limita a autoridade dada ao FBI, a polícia federal americana, para coletar "dados econômicos" como uso da Internet, pernoite em hotéis, aluguel de carros e faturas de cartão de crédito

"O ponto que eu quero destacar é que podemos pegar os terroristas usando a Constituição", declarou Paul. "Apoio a parte que acaba com a megacoleta de dados. Temo que a gente passe de megacoleta do governo para megacoleta das empresas."

A espionagem do cidadão comum americano em larga escala foi denunciada há dois anos pelo analista de sistemas Edward Snowden, que trabalhava como funcionário subcontratado da NSA. Ele está exilado na Rússia sob acusação de traição e espionagem.

Outro pré-candidato republicano, o senador Marco Rubio, filho de exilados cubanos, defendeu o programa de megacoleta de dados alegando que foi um instrumento importante na luta dos EUA contra o terrorismo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, "sob rigorosa supervisão judicial e do Congresso".

"Depois desta noite, não há garantia de que as agências policiais e de inteligência dos EUA terão todos os instrumentos de que necessitam para proteger o povo americano diante da crescente ameaça terrorista", declarou Rubio em nota. "Permitir que qualquer destes programas expire é um erro, mas o que está acontecendo é uma consequência da difusão irresponsável de desinformação e de uma postura dissimulada. Nosso país está fadado a ser menos seguro e os americanos sob um risco de maior de ameaças terroristas crescentes."

Iraque bombardeia Estado Islâmico em Faluja por terra e ar

Pelo menos 31 pessoas foram mortas e 82 feridas em três dias de bombardeio e terrestre das forças do governo do Iraque contra posições da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na cidade de Faluja, noticiou a televisão americana CNN.

O ataque foi mais intenso neste domingo. A Força Aérea bombardeou o mercado público, um depósito e a mesquita de al-Dahl, atingindo indiscriminadamente civis, mulheres e crianças em Faluja, alegou o Estado Islâmico em vídeos divulgados na Internet.

Desde que o EI tomou Faluja e as vilas ao redor, em janeiro de 2014, 2.839 pessoas foram mortas, sendo 211 mulheres e 360 crianças, informaram os serviços de saúde da cidade. Outras 4.704 foram feridas.

Cerca de 100 mil civis vivem em Faluja e arredores - e estão proibidos de sair da cidade pela milícia jihadista. Só os idosos e pessoas com problemas de saúde recebem autorização.

Na semana passada, as forças governistas lançaram uma grande operação para retomar o controle das províncias de Ambar e Saladino, regiões de maioria sunita onde o EI tenta se estabelecer.

Com o apoio de milícias aliadas e da Força Aérea, o Exército do Iraque também atacou o Estado Islâmico na cidade Karma, a nordeste de Faluja. Em vídeo, o Ministério da Defesa mostra tropas na recém-liberada cidade de Sied Ghrabi, na província de Saladino, próxima a Dujail, que fica a 70 quilômetros ao norte de Bagdá.

sábado, 30 de maio de 2015

Atentado terrorista muçulmano deixa 18 feridos nas Filipinas

Duas bombas explodiram hoje diante de uma mesquita em Camp Kassim, perto da chefiatura de polícia da cidade de Jolo, nas Filipinas, ferindo 18 pessoas, informaram autoridades filipinas citadas pela agência oficial de notícias chinesa Nova China.

O Exército e a polícia suspeitam do grupo terrorista muçulmano Abu Sayyaf (Grupo Portador da Espada), fundado nos anos 1990s, que ataca na região de Bangsamoro. É um dos muitos movimentos separatistas islâmicos armados do Sul das Filipinas.

Boko Haram volta a atacar no Nordeste da Nigéria

Alvo de uma ofensiva do Exército da Nigéria com o apoio de países vizinhos, a milícia terrorista Boko Haram atacou ontem uma pequena cidade perto de Maiduguri, capital do estado de Borno, no Nordeste do país, reportou hoje a televisão catarina Al Jazira.

A ação foi realizada pouco antes da posse do presidente Muhamadu Buhari na primeira transferência democrática do poder para a oposição da história do mais rico e mais populoso país africano. Buhari, ex-ditador de 1983-85, promete jogar dura com os rebeldes.

Desde que aderiu à luta armada para tentar impor a lei islâmica na África Ocidental, o grupo Boko Haram, cujo nome significa "não à educação ocidental", deflagrou uma guerra civil em que morreram cerca de 15 mil pessoas.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Estado Islâmico reivindica atentados terroristas a hotéis em Bagdá

A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou hoje a autoria de atentados a bomba que deixaram pelo menos 15 mortos e 42 feridos em dois hotéis de cinco estrelas de Bagdá.

De acordo com a declaração do Estado Islâmico, um terrorista suicida estacionou um carro-bomba no Hotel Ishtar e em seguida dirigiu o segundo carro-bomba até o Hotel Babylon, detonando os dois simultaneamente.

Os ataques à capital do Iraque são uma reação do EI no momento em que o Exército do Iraque e milícias aliadas contra-atacam Ramadi, capital da província de Ambar, tomada pela organização terrorista na sua maior vitória desde a queda de Mossul, em junho de 2014. Ramadi fica a 130 quilômetros da capital

Economia dos EUA recuou no primeiro trimestre de 2015

Sob o impacto do inverno rigoroso, que reduziu a produção e o consumo interno, da alta do dólar, que freou as exportações, e da queda nos preços do petróleo, que reduziu investimentos, a economia dos Estados Unidos encolheu no primeiro trimestre de 2015 num ritmo de 0,7% ao ano, revelou hoje o Departamento do Comércio na sua segunda estimativa. A primeira apontara crescimento de 0,2% ao ano.

A revisão do produto interno bruto ficou acima da expectativa dos economistas, que era de uma queda de 1%. Mostra que a maior economia do mundo permanece vulnerável a choques.

Foi o terceiro trimestre de redução do PIB desde que o país saiu da Grande Recessão, no segundo trimestre de 2009, depois de recuar 5,1% e perder 8,7 milhões de empregos, observou o jornal The Washington Post.

O resultado negativo era esperado na segunda estimativa por causa do aumento do déficit comercial decorrente da alta do dólar. Sem o déficit comercial, a economia americana teria avançado em ritmo de 1,2% de janeiro a março de 2015. Desde 1985, o comércio exterior não pesava tanto negativamente sobre o PIB dos EUA.

Em 2014, o PIB americano caiu em ritmo de 2,4% ao ano no primeiro trimestre, mas se recuperou com 4,6% no segundo e 5% no terceiro. Agora, a expectativa é de cerca de crescimento de 2% de abril a junho deste ano.

EUA retiram Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo

O Departamento de Estado retirou hoje oficialmente Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, abrindo caminho para que o país possa manter contas bancárias nos Estados Unidos e assim reabrir sua embaixada em Washington selando o reatamento diplomático entre os dois países depois de 54 anos. O boicote econômico à ilha continua.

A normalização total das relações EUA-Cuba depende do fim do embargo, que se baseia em leis aprovadas pelo Congresso e só pode ser revogado por deputados e senadores. Como o Partido Republicano tem maioria absoluta tanto na Câmara como no Senado, o fim do embargo terá de esperar mais um pouco.

Na prática, o número de americanos que visitam a ilha aumentou seus vezes desde o anúncio do reatamento, em 17 de dezembro de 2014. Há um novo dinamismo no mercado imobiliário na ilha, com restauração de prédios históricos na Velha Havana à espera das crescentes oportunidades de negócios. Mas é evidente que o regime comunista não pretende promover nenhuma abertura política.

Cuba foi incluída na lista em 1982, no governo Ronald Reagan (1981-89), sob a alegação de fornecer treinamento, armas e refúgio para grupos guerrilheiros em atividade na América Latina. Em 14 de abril de 2015, o presidente Barack Obama anunciou a intenção de remover Cuba da lista negra.

Sepp Blatter é reeleito presidente da FIFA em meio a escândalo

Apesar das denúncias de corrupção que pesam sobre a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associativo), o presidente da entidade, Joseph Blatter, foi reeleito hoje com a desistência do único desafiante, o príncipe jordaniano Ali ben Hussein.

Na primeira votação, Blatter, chefão da FIFA desde 1998, obteve 133 votos, menos do que os dois terços das 209 federações associadas. Sua vitória é mais uma página sombria na história do futebol mundial.

Há dois dias, sete dirigentes da FIFA foram presos em Genebra, na Suíça, a pedido do governo dos Estados Unidos, inclusive o ex-presidente da CBF José Maria Marin, sob a acusação de corrupção e fraude nas votações para escolha dos países organizadores das Copas do Mundo de 2010, 2018 e 2022 e na venda dos direitos de transmissão de torneios.

Na ocasião, a ministra da Justiça dos EUA, Loretta Lynch, prometeu "acabar com a corrupção no futebol mundial". Só lá o desvio de recursos para enriquecimento ilícito de dirigentes esportivos já comprovado chega a US$ 150 milhões, quase R$ 500 milhões.

Aqui no Brasil, a Polícia Federal abriu inquérito e o Senado deve criar uma Comissão Parlamento de Inquérito a pedido do agora senador Romário, marcando mais um gol de placa para a cartolagem. É uma oportunidade única para iniciar uma profunda reforma do futebol brasileiro e evitar novas humilhações como os 7-1 contra a Alemanha.

Índia cresceu 7,3% no ano fiscal encerrado em março

A economia da Índia cresceu 7,3% no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2015, anunciou hoje o ministério de estatísticas do país, superando os 6,9% registrados no ano anterior. Foi o maior avanço desde o ano fiscal que acabou em março de 2011.

Tudo indica que a Índia esteja ultrapassando a China como a grande economia emergente que mais cresce no mundo. No primeiro trimestre de 2014, a economia chinesa avançou em ritmo de 7% ao ano.

"Neste horizonte global nebuloso, a Índia é um ponto brilhante", comentou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, em palestra recente a estudantes em Nova Déli, a capital indiana.

O resultado é atribuído às políticas de estímulo ao investimento do primeiro-ministro nacionalista e conservador Narendra Modi, no poder há um ano. A produção industrial cresceu 7,1% e o setor de serviços, 11,5%. O pior desempenho foi no setor primário. Com a falta de chuva no ano passado, a produção agrícola avançou apenas 0,2%, o contrário do que aconteceu no Brasil.

Pelos dados do produto interno bruto do primeiro trimestre de 2015, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura brasileira se expandiu em 4,7%, enquanto os serviços recuaram 0,7% e a indústria, 0,3%. A geração de riqueza recuou 0,2%.

Com a crise nos países ricos e a desaceleração do crescimento na China, a economia mundial precisa de um novo polo de forte crescimento. A Índia, com PIB de cerca de US$ 2,3 trilhões, ainda é cinco vezes menor do que a China, que tem um PIB de US$ 11,2 trilhões, mas ultrapassou o Brasil, estagnado em US$ 1,9 trilhão, para se tornar a sétima maior economia do mundo.

O Brasil cai para o oitavo lugar. Ainda é o sétimo pelo critério de paridade do poder de compra, mas nesta lista a Índia fica em terceiro, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Irã lança prêmio para charges contra o Estado Islâmico

A Casa do Cartum do Irã está convidando cartunistas do mundo inteiro a participar de um concurso patrocinado pela Prefeitura de Teerã de charges e cartuns denunciando os "crimes cometidos pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante", anunciou a Agência de Notícias República Islâmica.

Já foram recebidos 800 cartuns de 40 países. Cerca de 280 passaram pela primeira seleção, declarou o organizador do concurso, Mohamad Habibi, ao jornal Tehran Times.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Iraque exuma restos mortais de 470 vítimas do Estado Islâmico

Os restos mortais de 470 pessoas foram descobertos num cemitério clandestino perto da cidade de Tikrit, anunciou hoje o Ministério da Saúde do Iraque, noticiou a Agência France Presse.

A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante é acusada pelas mortes de pelo menos 1.566 cadetes da Força Aérea iraquiana no Massacre do Campo Speicher, em 12 de junho de 2014. Os restos mortais seriam de parte dessas vítimas.

Colômbia alerta para risco de ataques das FARC

O comando militar da Colômbia advertiu hoje que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) podem atacar em 70 cidades do país, noticiou o jornal El Espectador.

A Polícia e o Exército reforçaram a segurança, especialmente nos departamentos de Cauca e Nariño. De acordo com serviços secretos militares, dois batalhões das FARC planejam realizar atentados nos departamentos de Caquetá e Putumayo.

Esse aumento da tensão reflete uma crise nas negociações de paz em andamento há dois anos em Havana, a capital cubana. As FARC romperam uma trégua unilateral declarada em dezembro e o presidente Juan Manuel Santos voltou a autorizar bombardeios aéreos a posições da guerrilha, que mataram na semana passada um comandante rebelde.

As negociações estão estagnadas na questão referente a anistia ou julgamento dos guerrilheiros que cometeram crimes de sangue. Os rebeldes entendem que não faz sentido entregar as armas para se integrar ao processo político e ser preso e processado por isso.

França rejeita acordo nuclear sem inspeção de todas instalações do Irã

A França vai se opor a um acordo nuclear com a República Islâmica do Irã se os inspetores internacionais não tiverem acesso irrestrito a todas as instalações nucleares do país, inclusive militares, advertiu ontem o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, em depoimento na Assembleia Nacional.

Como o Irã alega que seu programa nuclear é pacífico e não tem objetivos militares, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, o ditador que manda de fato no país descartou a possibilidade de inspeções a instalações militares.

Na terça-feira, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou à Agência France Presse que o Irã concordou em aplicar o protocolo adicional ao Tratado de Não Proliferação Nuclear que autoriza inspeções sem aviso prévio.

Além de Khamenei, o ministro do Exterior iraniano, Mohamed Javad Zarif, admitiu "algum acesso", mas não inspeções irrestritas, para "proteger nossos segredos econômicos e militares".

O Irã, as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha têm até 30 de junho de 2015 para chegar a um acordo definitivo que impeça o programa nuclear iraniano de fabricar a bomba atômica. Em troca, as sanções internacionais ao Irã seriam levantadas gradualmente.

França tenta ressuscitar negociações entre Israel e os palestinos

Em mais uma tentativa de salvar o moribundo processo de paz no Oriente Médio, o ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, viaja no mês que vem para o Egito, Israel e os territórios árabes ocupados, noticiou hoje a agência Reuters. O objetivo é ressuscitar a proposta de dois países, Israel e a Palestina, convivendo lado a lado.

A diplomacia francesa já negocia com a Liga Árabe a elaboração de uma resolução a ser apresentada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas estabelecendo um cronograma para o processo de paz. Diante da declaração do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu às vésperas das eleições israelenses de que jamais permitiria a criação de um Estado Nacional palestino, os Estados Unidos podem não usar seu poder de veto para proteger Israel.

O processo de paz está estagnado desde a guerra de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza. Antes disso, quando o Hamas se reconciliou com a Fatah (Luta), partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Netanyahu já havia descartado qualquer possibilidade de acordo, sob a alegação de seu líder, Mohamed Abbas, estava mais interessado num acordo com o Hamas do que com Israel.

Diante do sequestro e morte de três adolescentes palestinos na Cisjordânia ocupada, em junho de 2014, o governo linha-dura israelense aproveitou a oportunidade para iniciar uma nova guerra contra o Hamas. As ações deste grupo na Faixa de Gaza levaram à tese de que, se Israel se retirar da Cisjordânia, como fez em Gaza, sofrerá ainda mais ataques de radicais palestinos.

Depois de uma surpreendente vitória nas eleições de 17 de março de 2015, Netanyahu formou governo com o ultradireitista Naftali Bennett, que quer simplesmente anexar a Cisjordânia, ignorando o povo palestino.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ministra da Justiça dos EUA promete acabar com corrupção no futebol mundial

Depois da prisão de sete dirigentes da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associativo) no melhor hotel de Zurique, uma das mais caras e sofisticadas cidades do mundo, a ministra da Justiça e procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, prometeu "acabar com a corrupção no futebol mundial". Entre os presos, está o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin. O escândalo é de meio bilhão de reais.

"Durante duas décadas, estas pessoas usaram suas posições de dirigentes de organizações para desviar centenas de milhões de dólares em contratos de venda de direitos de transmissão de eventos com empresas de marketing esportivo para enriquecer pessoalmente. Fizeram isso várias e várias vezes, ano após ano, torneio após torneio", acusou Loretta Lynch.

Para o chefe da investigação da Receita Federal dos EUA, "esta é a Copa do Mundo da fraude e hoje demos um cartão vermelho para a Fifa". A pedido dos americanos, que investigam a corrupção no futebol mundial desde 1991, há três meses as autoridades da Suíça abriram inquérito para ver se os bancos do país lavaram dinheiro sujo de propinas recebidas para comprar votos nas eleições decidir quem vai organizar a Copa.

Entre os eventos investigados, estão a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e as escolhas da Rússia para sediar a Copa de 2018 e do Catar para 2022. Em Moscou, o arquicorrupto governo Vladimir Putin protestou, alegando que os EUA tentam aplicar suas leis fora do território americano.

A União Europeia de Futebol Associativo (UEFA) pediu o adiamento da eleição para presidente da FIFA, marcada para daqui a dois dias. O atual presidente, Sepp Blatter, no cargo desde 1998, quando substituiu o brasileiro João Havelange, é o favorito. Votam as federações acumpliciadas com a cúpula mafiosa do futebol internacional.

Em nota, Blatter declarou que "é um momento difícil para o futebol" e prometeu colaborar com a investigação. É um grande momento para o futebol, que dentro de campo vai muito bem. É um mau momento para os dirigentes corruptos e ladrões.

Marin foi vice-governador do notório Paulo Maluf e governador biônico de São Paulo (1982-83) durante a ditadura militar. Antes, como deputado estadual, fez o discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo denunciando uma suposta infiltração comunista na TV Cultura que levou à prisão, tortura e morte do diretor de jornalismo, Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975.

O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que fugiu para Boca Ratón, na Flórida, não foi citado, mas também estaria sendo investigado.

A presidente Dilma Rousseff, que sempre expressou descontentamento com dirigentes esportivos sinistros como Marin, prometeu a total colaboração do Brasil com as autoridades da Suíça e dos EUA. É uma chance inédita de reformar radicalmente o futebol brasileiro e evitar novos 7-1.

Turquia quer zona de proibição de voo na Síria para derrubar Assad

A Turquia, a Arábia Saudita e o Catar querem tornar a Síria numa zona de exclusão aérea, proibindo a ditadura de Bachar Assad de usar a Força Aérea na guerra civil que arrasa o país, mas não conseguiram o apoio dos Estados Unidos, disse ontem o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, citado hoje pelo jornal Hürriyet Daily News.

Os EUA e a Turquia começaram ontem a treinar rebeldes sírios moderados em território turco para a guerra contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a ditadura de Assad, a exemplo do que já acontece na Arábia Saudita, no Catar e na Jordânia.

Erdogan foi mais além. Afirmou que como país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os EUA têm a obrigação de dar ajuda militar à Turquia e protegê-la da Síria.

Quando os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico com sua Força Aérea depois da degola de americanos, a Turquia se negou a participar da coalizão se não houvesse o objetivo explícito de derrubar o regime sírio, que Erdogan considera responsável pela guerra civil e a instabilidade na região.

Iraque lança contraofensiva em Ramadi

O Exército do Iraque e milícias sunitas e xiitas aliadas iniciaram ontem uma ofensiva para reconquistar a cidade de Ramadi, a capital da província de Ambar, a maior do país, tomada pela milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante em 17 de maio de 2015.

As forças governistas conseguiram penetrar num setor da cidade e assumir o controle de uma universidade.

Ao tomar Ramadi, o Estado Islâmico conquistou sua maior vitória desde a queda de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, em junho de 2014. O grupo extremista sunita já controla cerca de metade do território sírio, mas analistas militares que não tenham como sustentar estas conquistas e administrar a vida cotidiana dos territórios ocupados como um verdadeiro Estado, como pretende ser.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Cargueiro iraniano termina viagem no Djibúti

Depois de se desviar de sua rota, o navio iraniano Chahed desembarcou sua carga no porto de Djibúti em 23 de maio de 2015 e entregou a ajuda humanitária destinada ao Iêmen ao Crescente Vermelho do Irã, que a enviou ao país em guerra em cargueiros fretados pelas Nações Unidas.

Enquanto o navio está ancorado no Djibúti, sua carga chega ao destino. A tripulação do Chahed disse que o cargueiro mudou seu destino por razões de segurança. A aliança liderada pela Arábia Saudita que intervém militarmente no Iêmen há dois meses bombardeou o porto de Hudaida e impôs um bloqueio naval ao país.

Os iranianos alegaram que já havia um grupo armado apoiado pelos sauditas preparado para atacar o Chahed em Hudaida. A suspeita é que o navio estivesse levando ajuda militar e não somente ajuda humanitária aos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã.

EUA e Turquia começam a treinar rebeldes sírios moderados

Os Estados Unidos e a Turquia começaram a treinar rebeldes moderados da Síria para enfrentar o Estado Islâmico do Iraque e Levante, que já controla a metade do país, anunciou hoje a Agência France Presse.

A proposta é formar pequenos grupos de combate preparados por militares turcos e americanos para a missão, inclusive equipamentos militares a cobertura da Força Aérea dos EUA e seus aliados.

O programa de treinamento de rebeldes sírios começou em maio na Arábia Saudita, no Catar e na Jordânia.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Bolsa de Madri cai com avanço dos partidos indignados

A Bolsa de Valores de Madri caiu 1,2% hoje com a queda no percentual de votação do conservador Partido Popular nas eleições municipais e regionais de ontem na Espanha e o crescimento dos novos partidos formados pelos indignados com a crise financeira que abalou o país nos últimos anos. 

O PP teve 27% dos votos e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) 25%, mas tiveram os piores resultados da história. A formação da maioria dos governos, especialmente nas grandes cidades, vai depender dos partidos Podemos e Cidadãos.

"A vitória do PP é inquestionável. Foi a lista mais votada", declarou o primeiro-ministro Mariano Rajoy, citado pelo jornal El País, negando-se a promover uma ampla reforma ministerial.

Em Madri, o PP elegeu 21 vereadores, mas o novo partido de esquerda Podemos, contrário às políticas de austeridade fiscal adotadas para combater a crise, tem agora 20 vereadores, o que o coloca em boas condições para formar o novo governo. O mesmo pode ocorrer em La Rioja, Múrcia e Valência.

A queda da bolsa se deve à perspectiva de que nenhum partido tradicional vá conseguir maioria absoluta as eleições nacionais marcadas para 20 de dezembro.

domingo, 24 de maio de 2015

Desafiante conservador é eleito presidente da Polônia

Diante das pesquisas de boca de urna e dos primeiros resultados, o presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, reconheceu hoje a derrota para o desafiante conservador Andrzej Dida, noticiou a televisão pública britânica BBC.

Pela pesquisa com eleitores que saíam das seções eleitorais no segundo turno, Duda teve 53% dos votos válidos contra 47% para o presidente, que era o favorito nas pesquisas pré-eleitorais.

As próximas eleições parlamentares estão marcadas para outubro de 2015.

Estado Islâmico executa 400 pessoas em Palmira

Desde a queda da cidade histórica de Palmira, em 20 de maio de 2015, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante executou pelo menos 400 pessoas, informou hoje a agência Reuters citando como fonte a mídia estatal da Síria. A notícia não foi confirmada.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede em Londres que faz a contagem de mortos, feridos e refugiados na guerra civil síria, disse que várias pessoas foram degoladas, mas não fez uma estimativa do número total de mortos.

As tomadas de Ramadi, no Iraque, e Palmira, na Síria, foram importantes avanços do Estado Islâmico. O Exército do Iraque e milícias aliadas lançaram uma ofensiva para reconquistar Ramadi, capital de Ambar, a maior província iraquiana. As milícias sunitas pediram mais armas.

sábado, 23 de maio de 2015

Irlanda aprova casamento gay em referendo

Um dos países mais católicos do mundo, a República da Irlanda aprovou hoje em referendo o casamento de pessoas do mesmo sexo. A votação ainda está em andamento, mas a única dúvida nas duas campanhas é a dimensão da vitória do sim.

"Somos o primeiro país do mundo a introduzir a igualdade em nossa Constituição através de uma consulta popular", festejou o ministro Leo Varadkar, que assumiu publicamente sua homossexualidade no início da campanha.

Mesmo em zonas rurais conservadoras, a expectativa é de uma vitória do sim.

"Vai haver uma grande maioria a favor do sim", previu o senador Ronan Mullen, um dos poucos políticos que se arriscou a defender o voto no não. "Para ser honesto, não estou nada surpreso."

Nota: no fim da apuração, horas mais tarde, o casamento gay foi aprovado com 62,1% dos votos.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Terrorista suicida ataca mesquita xiita na Arábia Saudita

Um homem-bomba matou 19 pessoas hoje num atentado terrorista contra uma mesquita xiita na Província Oriental da Arábia Saudita, onde se contra a maior parte da minoria xiita, de cerca de 20% do total da população do país. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do ataque.

A Província Oriental é uma grande região produtora de petróleo que seria afetada por uma luta permanente contra o terrorismo. Isso deve atrair grande parte de agentes nos próximos dias, mas será uma operação permeada pela marginalização histórica dos xiitas na Arábia Saudita, dominada pelo wahabismo, uma seita radical do sunismo.

O terrorista entrou na mesquita situada na cidade de Katife e se autodetonou durante a oração do meio-dia, a mais importante da sexta-feira, dia da folga religiosa semanal dos muçulmanos.

Nos últimos meses, o governo saudita criou tribunais especiais antiterrorismo para examinar milhares de casos de prisão. O número de execuções aumentou bastante. Um anúncio do governo abrindo empregos para carrascos foi motivo da piada na Internet. O número de decapitações reflete a insegurança do regime.

Vários ataques realizados ou inspirados pelo Estado Islâmico visaram a região central da Arábia Saudita, de maioria sunita. O novo príncipe herdeiro nomeado pelo sultão Salman, Mohamed ben Nayef, há muito tempo ministro do Exterior e chefe do combate ao terrorismo, tem força renovada para aplicar a linha dura.

FARC suspendem trégua unilateral na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciaram hoje em Havana o fim do cessar-fogo unilateral iniciado em 20 de dezembro de 2014 como um gesto de conciliação dentro das negociações de paz com o governo colombiano para pôr fim a uma guerra civil que já dura mais de 50 anos.

O fim da trégua foi uma decisão tomada depois de um ataque aéreo que matou ontem 26 guerrilheiros da 29ª Frente das FARC, em Guapi, no Departamento de Cauca, que fica num dos dois vales centrais da Colômbia. 

Com a morte de 11 soldados colombianos na localidade de Buenos Aires, em Cauca, numa emboscada da guerra, o presidente Juan Manuel Santos autorizou em 15 de abril o reinício dos bombardeios às FARC, que estavam suspensos desde 10 de março de 2015.

Se as FARC vão mesmo romper a trégua e retomar as operações militares ainda é uma incógnita. Além das forças de segurança, seus principais alvos devem ser oleodutos situados nas regiões produtoras de petróleo da Colômbia, nos departamentos de Arauca, Nariño, Putumayo e Santander.

Apesar de ataques esporádicos contra soldados e policiais, a violência política diminuiu muito. De 20 de dezembro de 2014 a 20 de maio de 2015, houve apenas 22 ações das FARC, 85% menos do que no mesmo período no ano passado.

Mesmo que a guerrilha esquerdista retome a luta armada, é improvável que isso venha a acabar com as negociações de paz realizadas na capital cubana. Há questões difíceis como anistia ampla, geral e irrestrita ou se os rebeldes serão processados por abusos e violações.

O líder do segundo maior grupo guerrilheiro colombiano, o Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez Bautista, declarou que não faz sentido abandonar a luta e ser processado por isso.

A decisão de acabar com o cessar-fogo é mais uma jogada no xadrez político do processo de paz. Desde a ascensão do presidente Álvaro Uribe, em 2002, a guerrilha sofreu perdas pesadas que a levaram à mesa de negociações.

A paz permitiria ao governo colombiano concentrar esforços na luta contra a criminalidade.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Navio do Irã chega a Djibúti para inspeção antes de ir para o Iêmen

O navio cargueiro iraniano Chahed está parado a pouco mais de cinco quilômetros do principal porto de Djibúti, um pequeno país do Nordeste da África onde estão sendo concentrados os esforços de ajuda humanitária na guerra civil do Iêmen, para ser inspecionado.

A tripulação espera espaço para receber autorização para atracar ou que uma equipe das Nações Unidas ou da Cruz Vermelha Internacional vão a bordo e verifiquem se o navio leva apenas ajuda humanitária e não ajuda militar para os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã que derrubaram em fevereiro o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi.

Se o navio iraniano tivesse decidido ir diretamente para o porto iemenita de Hudaida, como seria seu plano inicial, poderia ser abordo por navios de guerra dos Estados Unidos e da Arábia Saudita que patrulham a região.

Iraque retoma parte de Beiji e liberta 300 soldados

O Exército do Iraque e milícias aliados reconquistaram hoje o setor oeste da cidade de Beiji, na província de Saladino, que estava em poder da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e libertaram 300 soldados presos na refinaria da cidade, anunciou o secretário-geral da milícia xiita Exército dos Justos.

Nos últimos dias, o Estado Islâmico obteve importantes vitórias. Tomou Ramadi, capital da província de Ambar, a maior do Iraque, e Palmira, no centro da Síria, o que o coloca na rota para Homs, o berço da revolução síria, e de lá para a capital, Damasco.

Apesar das vitórias, analistas militares acreditam que o grupo está indo longe demais e não terá condições de manter e administrar os territórios conquistados.

Grandes parques nacionais da África Oriental estão ameaçados

Todos os anos 2 a 3 milhões de gnus cruzam a fronteira entre o Quênia e a Tanzânia, na maior migração de animais superiores do planeta, entre zebras, gazelas, antílopes, elefantes e crocodilos que os atacam na travessia dos rios. 

Um dos ambientes característicos da África está ameaçado, advertem cientista da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (UNCT). Sob pressão do crescimento populacional e da caça ilegal, o parque nacional do Serenguéti, na Tanzânia, corre risco de desaparecer.


Serenguéti signica planície sem fim na língua do povo massai e continua na Quênia com o nome de Massai Mara. Com os limites do parque sendo violados, a União Europeia está financiando um projeto para fazer uma avaliação clara dos problemas.

No Quênia, o parque vai até até a Floresta Mau, a maior floresta virgem de montanha de todo o continente africano. O Rio Mara, que nasce na floresta, é a artéria que irriga todo o ecossistema do Massai Mara e do Serenguéti.

Juntos, o rio, a floresta e o parque nacional formam um dos ecossistemas mais complexos da Terra, que sustenta uma enorme variedade de formas de vida, de grandes mamíferos como leões, elefantes, búfalos, rinocerontes, hipopótamos e girafas até plantas raras e especiais.

"O Serenguéti é em muitos sentidos uma imagem icônica da África e será o centro do nosso projeto de pesquisa", comentou o biólogo Eivin Roskaft professor da UNCT. "Tudo o que tiramos da natureza são serviços que o ecossistema presta. Estes recursos estão se deteriorando pouco a pouco. O que nós vemos no Serenguéti são pressões tão grandes que o ecossisema pode deixar de ser sustentável. Na pior das hipóteses, o Serenguéti pode desaparecer em poucas décadas."

Em 1961, a Tanzânia tinha 8 milhões de habitantes. Hoje, são 50 milhões. Esta população pode dobrar em 20 anos aumentando a caça ilegal para garantir a subsistência, com o cultivo de pastagens. A maior parte da comida é cozinhada em fogueiras a céu aberto com lenha tirada das florestas.

A região tem problemas com malária e a doença do sono que podem se agravar com o aquecimento global. Os especialistas em saúde temem que a abertura, a melhoria e o aumento do tráfego nas estradas aumente a incidência de aids.

Cerca de 100 cientistas de 13 instituições do Quênia, Tanzânia, Alemanha, Dinamarca, Escócia e Noruega estão envolvidos no projeto Relacionando a biodiversidade e os serviços e funções do ecossistema na região do Serenguéti-Mara, na África Oriental. Mais mestrandos e doutorandos devem se juntar ao grupo.

"O mais importante é fortalecer a especialização na Tanzânia. Minha maior meta e motivação é formar bons especialistas e profissionais tanzanianos", observou Roskaft. "Especialmente em países como o Quênia e a Tanzânia, que têm recursos naturais abundantes, é importante que os cidadãos locais tenham o conhecimento necessário para fazer suas próprias avaliações e julgamentos profissionais."

Desde pequeno, o professor tinha uma fascinação pela África, colecionava cartões postais e lia livros sobre o Serenguéti. É uma "honra indescritível", disse ele, poder fazer esta pesquisa financiada pela UE.

Venezuela deve mudar regime de câmbio

Em meio à sua pior crise desde a ascensão à Presidência do coronel Hugo Chávez, o governo da Venezuela deve anunciar em breve uma mudança nos mecanismos de câmbio, acabando com a taxa absolutamente irreal de 6,30 bolívares por dólar quando a cotação no mercado paralelo chegou hoje a 392,24, informou hoje o jornal venezuelano Panorama.

Desde novembro, não há leilões do Sistema Complementar de Administração de Divisas (Sicad) e o Sistema Marginal de Divisas (Simadi), que pretende seguir a cotação do mercado paralelo, só vendeu US$ 100 milhões mensais. Sua cotação atual está em quase 200 bolívares por dólar.

A escassez de moedas fortes ampliou o mercado negro levando o dólar a valor quase duas vezes isso e o euro 435,32 bolívares.

Há um ano e meio, o coordenador do curso de graduação em economia política da Universidade Bolivarista da Venezuela, Pablo Giménez ouve o presidente Nicolás Maduro falar em mudar o sistema de câmbio: "Quanto mais mecanismos haja, mais efeitos negativos vai haver. Qualquer coisa que o Executivo venha a fazer deve ser o mais simples possível."

A irracionalidade econômica do "socialismo do século 21" levou um dos maiores produtores de petróleo do mundo a ficar sem dinheiro para importar produtos básicos. Falta tudo na Venezuela: carne, leite, óleo comestível, farinha de trigo, medicamentos, camisinha, papel higiênico. A lista é muito maior.

O câmbio é apenas um dos problemas gerados pelo caos econômico implantado pelo "socialismo do século 21".

Reino Unido vai prender imigrantes ilegais

A nova Lei de Imigração do Reino Unido a ser proposta pelo primeiro-ministro David Cameron vai endurecer a vida para os imigrantes ilegais. Quem trabalhar poderá ser preso, expulso do país e ter de devolver o dinheiro dos salários recebidos.

O projeto deve ser apresentado na Fala do Trono, o discurso preparado pelo primeiro-ministro que a rainha Elizabeth II lê na abertura da sessão do Parlamento Britânico anunciando as prioridades do governo para o ano legislativo.

Com a crise econômica e a ascensão na Europa de uma ultradireita nacionalista representada no país pelo Partido da Independência do Reino Unido, a favor da saída da União Europeia, os governos conservadores estão abraçando a luta anti-imigração. Para não perder votos para a extrema direita, acabam assumindo suas bandeiras. Afinal, imigrante não vota e estrangeiro é sempre um bom bode expiatório.

Mas um continente que envelhece rapidamente como a Europa precisa de imigrantes. Eles costumam ser jovens empreendedores e arrojando em busca de um lugar para reconstruir suas vidas. São uma força econômica positiva.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Estado Islâmico volta a entrar em Palmira

Milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante entraram de novo hoje na cidade histórica de Palmira, no centro da Síria, noticiou a Agência France Presse (AFP). Os jihadistas tomaram a chefiatura de polícia antes de se infiltrar pelos bairros da Zona Norte da cidade, que tinham tomado em 16 abril e perdido em menos de 24 horas.

Cidade histórica ameaçada
Se o Estado Islâmico tomar o Sudoeste da cidade, há o temor de que destrua as ruínas de uma cidade histórica de mais de 2 mil anos, uma encruzilhada importante das culturas romana, árabe, persa e turca, considerada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).

Os terroristas já destruíram monumentos históricos que consideram profanos em Mossul, Nimrod, Nínive e Hatra.

Apesar das recentes vitórias na Síria e no Iraque, onde tomou Ramadi, capital da maior província iraquiana, analistas militares acreditam que o combate em duas frentes debilita o Estado Islâmico. No Iraque, milícias xiitas iraquianas financiadas e treinadas pelo Irã preparam uma contraofensiva.

Ontem, o Estado Islâmico anunciou na Internet que vai marchar rumo a Bagdá. Embora ainda pareça improvável que consiga tomar a capital do Iraque, pode aumentar sua capacidade de atacar a cidade com atos terroristas.

No fim do dia de hoje, o EI tomou toda a cidade de Palmira, onde fica uma das prisões da ditadura da Bachar Assad.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Japão cresce em ritmo de 2,4% ao ano

O Japão, terceira maior economia do mundo, acelerou o crescimento no primeiro trimestre de 2015 para um ritmo de 2,4% ao ano, o mais forte dos últimos 12 meses, por conta do aumento do consumo doméstico e dos investimentos das empresas. No fim do ano passado, o avanço foi de 1,1% por cento ao ano.

Na comparação trimestral, a alta foi de 0,6%. Esse resultado superou as expectativas de economistas entrevistados pelo jornal The Wall Street Journal, que era de 1,5% ao ano, confirmando as expectativas positivas do governo e do Banco do Japão.

Desde que chegou ao poder, em dezembro de 2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe adotou políticas agressivas para combater a estagnação e a deflação crônicas da economia japonesa há duas décadas, com aumento de gastos públicos e colocação de mais dinheiro em circulação para atingir a meta de inflação de 2% ao ano. É a chamada abeconomia.

Como a dívida pública japonesa passa de 230% do produto interno bruto, Abe elevou a alíquota do imposto sobre consumo de 5% para 8% em 1º de abril de 2014, derrubando a recuperação da economia, que só agora retoma um ritmo mais forte.

A desvalorização do iene fez algumas companhias transnacionais japonesas como a Canon e a Panasonic aumentar a produção no país. As exportações avançaram 2,4% no trimestre.

UE tem plano para evitar calote da Grécia

A Comissão Europeia já tem um plano para evitar um calote da Grécia. O documento vazado hoje pelo jornal grego To Vima revela que a União Europeia deve liberar uma parcela de 7,2 bilhões de euros que o governo grego espera desde fevereiro. A UE não confirmou.

Com esse dinheiro, equivalente a mais de R$ 24 bilhões, o governo radical de esquerda da Grécia poderá honrar os pagamentos devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em junho e ao Banco Central Europeu (BCE) em julho e agosto.

Na proposta encaminhada ontem ao primeiro-ministro Alexis Tsipras, o presidente da CE, Jean-Claude Juncker, exige em troca que a Grécia realize reformas econômicas e fiscais a partir de junho para poupar 5 bilhões de euros por ano, reduzindo a pressão por um ajuste fiscal mais rigoroso..

Desde que se tornou incapaz de pagar sua dívida pública, em 2009, a Grécia recebeu uma ajuda de 240 bilhões de euros (R$ 813 bilhões), da qual a parcela de 7,2 bilhões faz parte. Em troca, a UE, o FMI e o BCE impuseram um rigoroso programa de ajuste de contas. A economia entrou em depressão e o PIB caiu 25%. Tinha voltado a crescer, mas encolheu de novo no primeiro trimestre de 2015.

O governo da Coligação de Esquerda Radical (Syriza) foi eleito em janeiro de 2015 com a promessa de abandonar o programa de austeridade fiscal. Até hoje, não apresentou um plano de aumento de arrecadação e cortes nos gastos públicos capaz de convencer seus 18 parceiros na Zona do Euro.

Rebeldes tomam campo e refinaria de petróleo no Sudão do Sul

Numa tentativa de atingir financeiramente o governo, o Exército de Libertação do Sudão do Sul conquistou um campo de exploração de petróleo e uma refinaria no estado do Alto Nilo, anunciou um porta-voz rebelde citado pelo sítio de notícias turco World Bulletin.

O grupo rebelde advertiu as companhias de petróleo que operam no Alto Nilo para parar suas atividades e remover seu pessoal da área imediatamente para escapar do fogo cruzado.

"Em resposta à ofensiva governamental em grande escala contra nossas posições em três estados da região do Alto Nilo, decidimos assumir o controle dos campos petrolíferos para impedir [o presidente] Salva Kiir de usar os recursos do petróleo para perpetuar a guerra", declarou o porta-voz James Dak.

O Sudão era o maior país da África depois da independência e enfrentou duas longas guerras civis entre Norte e Sul, de 1955 a 1972 e de 1983 a 2005. O país foi dividido no acordo de paz, com a criação, em 9 de julho de 2011, do Sudão do Sul.

A guerra civil no Sudão do Sul começou em 15 de dezembro de 2013 com a ruptura entre o presidente Salva Kiir e o vice-presidente Riek Machar. O total de mortos desde então é estimado em pelo menos 10 mil pessoas.

Estado Islâmico anuncia ofensiva rumo a Bagdá

Em novo vídeo divulgado na Internet, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante festeja a conquista de Ramadi, capital da maior província iraquiana, e anuncia a continuação da ofensiva rumo a Bagdá e Carbalá.

O vídeo chamado Estado Islâmico controla Ramadi mostra milicianos festejando na cidade tomada dois dias atrás, quando as forças de segurança do Iraque fugiram. Impotente, o primeiro-ministro Heidar al-Abadi convocou milícias xiitas iraquianas coordenadas pelo Irã para tentar reconquistar Ramadi.

As forças governistas se concentram num quartel a 30 quilômetros de Ramadi para lançar o contra-ataque. O primeiro-ministro saiu enfraquecido.

Na prática, numa situação esdrúxula, os Estados Unidos vão ser a força aérea de milícias xiitas comandadas por generais iranianos. Pelo menos 500 pessoas morreram na queda de Ramadi.

Polícia ataca manifestantes no Burúndi

Com cassetetes e gás lacrimogênio, a polícia atacou hoje uma multidão que protestava contra a tentativa do presidente Pierre Nkurunziza de concorrer a um terceiro mandato, noticiou a agência Reuters. Pelo menos oito pessoas foram presas.

A oposição acusa o presidente de violar a Constituição e o acordo de paz de 2005, que pôs fim a uma guerra civil iniciada em 1993 entre a maioria hutu e a minoria tútsi, que historicamente dominou o Exército.

Pelo menos 20 pessoas morreram nas últimas três semanas em confrontos com a polícia e na frustrada tentativa de golpe militar da semana passada. O governo advertiu ontem que vai tratar os manifestantes como cúmplices do golpe, mas a oposição civil afirma não ter nada a ver com a conspiração.

Americanos fazem primeira regata EUA-Cuba em 50 anos

Doze iatistas dos Estados Unidos chegaram no sábado, 16 de maior de 2015, a Cuba em quatro catamarãs no Desafio de Havana, a primeira regata autorizada oficialmente entre os dois países em mais de 50 anos, noticiou o jornal peruano El Comercio.

"Este é um momento histórico", declarou George Bellenger pouco depois de chegar ao Clube Náutico Internacional Ernest Hemingway. "Pela primeira vez em 50 anos, recebemos permissão do governo dos EUA para viajar a Cuba."

O catamarã Wolbem, de Bellenger, foi o primeiro dos quatro Hobie-Cats 16 a cruzar a linha de chegada. Mas, desta vez, mais importante do que vencer a prova era participar do momento histórico, enfrentando o calor, o sol forte e o mar agitado.

Quatorze barcos de apoio acompanharam a regata, inclusive duas réplicas de escunas do século 18. Um quinto catamarã abandonou a prova.

Ao todo, 50 americanos chegaram a Havana, inclusive o prefeito da cidade da cidade de Cayo Hueso, Craig Cates. Ele fez questão de participar de mais esta celebração do reatamento das relações entre os EUA e Cuba, rompidos desde 1961, anunciado em dezembro pelo presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro.

"Esta regata tem um significado de esperança e otimismo com as futuras relações que estão sendo construídas entre os dois países", declarou à Agência France Presse (AFP) o comodoro do clube Hemingway, José Miguel Díaz. Ele acrescentou que "dez barcos americanos já obtiveram permissão para participar do próximo Torneio Internacional de Pesca Ernest Hemingway", a ser realizado de 25 a 30 de maio. Dois netos do escritor, John e Patrick, foam convidados.

O 1º Desafio de Havana foi realizado em 2000 sem autorização do governo dos EUA, quatro anos antes do presidente George W. Bush proibir expressamente viagens de barcos de passeio a Cuba.

Amanhã, os Hobie-Cats participam de uma regata com iatistas cubano diante do Malecón, em Havana. Na quinta-feira, voltam para a Flórida.

Arábia Saudita reinicia bombardeios após cessar-fogo no Iêmen

Depois de cinco dias de cessar-fogo, a Arábia Saudita voltou a bombardear ontem posição da milícia rebelde xiita huti na região do porto de Áden, noticiou o jornal libanês The Daily Star.

De acordo com o ministro do Exterior do Iêmen, Reyad Yassin Abdulla, a Arábia Saudita decidiu não prorrogar a trégua porque os milicianos hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, a teriam violado. O cessar-fogo tinha como objetivos prestar ajuda humanitária aos civis e criar um ambiente propício a negociações de paz.

Em setembro de 2014, os hutis tomaram a capital iemenita, Saná. Em fevereiro de 2015, dissolveram o governo. O presidente Abed Rabbo Mansur Hadi fugiu para a Arábia Saudita e pediu a intervenção militar iniciada em 25 de março.

Nos últimos dias, houve uma tentativa de negociar a paz na Arábia Saudita, mas os hutis não participaram por não concordar com o local, já que os sauditas são parte do conflito, nem com a exigência de que Hadi volte à Presidência.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Estado Islâmico toma maiores campos de gás de Homs

Em mais uma importante vitória, desta vez na Síria, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu hoje o controle total dos campos de exploração de gás natural de Al-Hail e Arak, os maiores da província de Homs, situados a 40 e 25 quilômetros a nordeste da cidade de Palmira, noticiou a Agência France Presse (AFP).

Foi mais um duro golpe na ditadura de Bachar Assad, que vê sua base se poder em erosão. Os dois de campos eram fontes de energia vitais para as áreas controladas pelo regime sírio.

É mais uma vitória importante para o EI, que acaba de tomar Ramadi, capital da província de Ambar, a maior do Iraque.

Desde 13 de maio de 2015, o Estado Islâmico combate forças do governo da Síria junto às ruínas da cidade histórica de Palmira, patrimônio cultural da humanidade. Chegou a dominar o Norte da cidade até ser expulso por tropas sírias.

Pelo menos 364 pessoas foram mortas em Palmira, inclusive 62 civis, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental ligada à oposição com sede em Londres que faz a contagem de mortos, feridos e refugiados na guerra civil da Síria.

Desde o início do conflito, em 18 de maio de 2015, mais de 220 mil pessoas foram mortas na Síria. Quase 5 milhões fugiram do país.

Milícias xiitas preparam contraofensiva em Ramadi

Milícias xiitas estão se concentrando no quartel de Al Habânia, situado a cerca de 30 quilômetros de Ramadi, capital da maior província do Iraque, para lançar uma contraofensiva contra o grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que tomou a cidade no fim de semana, informou a agência Reuters.

A queda de Ramadi foi a maior vitória militar do Estado Islâmico desde a conquista de Mossul, em junho de 2014. Os Estados Unidos e seus aliados bombardearam 19 vezes posições do EI na capital da província de Ambar, mas não impediram os terroristas de tomar a cidade.

Há relatos de que o Estado Islâmico avança em direção à base militar para atacar as milícias xiitas e abortar o contra-ataque.

As milícias xiitas, coordenadas por generais da Guarda Revolucionária do Irã, lutaram ao lado do Exército do Iraque para retomar a cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e executado pela invasão americana de 2003. Como a província de Ambar é um reduto sunita, havia o temor de que as milícias xiitas fossem vistas como invasoras, levando a população local a aderir aos jihadistas. Sem elas, as forças de segurança iraquianas perderam mais uma batalha contra o Estado Islâmico.

Na prática, os EUA serviram de força aérea para milícias xiitas iraquianas comandadas por generais do Irã.

domingo, 17 de maio de 2015

Estado Islâmico toma capital da maior província do Iraque

As últimas forças do governo do Iraque abandonaram hoje a cidade de Ramadi, capital da província da Ambar, a maior do Iraque, entregando-o à milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que saqueou o quartel da cidade, roubando grande quantidade de armas e munição, noticiou o jornal The New York Times. Pelo menos 500 civis, militares e líderes tribais foram mortos.

O primeiro-ministro Heidar al-Abadi convocou as milícias xiitas, que até agora não tinham sido chamadas porque a população majoritariamente sunita poderia tomar sua ofensiva por uma invasão e ficar ao lado do Estado Islâmico.

Ramadi caiu apesar dos intensos bombardeios dos Estados Unidos nas últimas semanas, desmoralizando a estratégia anunciada no mês passado pelo governo iraquiano para reassumir o controle de toda a província.

Foi a maior vitória militar do Estado Islâmico desde a conquista de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014.

"Os corpos de homens, mulheres, crianças e guerreiros estão jogados pelo chão", admitiu o xeque Rafi al-Fahdaui, um líder tribal de Ramadi que estava hoje em Bagdá. "Todas as forças de segurança e líderes tribais fugiram ou foram mortos. É uma grande perda."

Dezenas de milhares exigem queda do governo da Macedônia

Cerca de 20 mil pessoas tomaram as ruas de Skopje hoje para exigir a queda do primeiro-ministro macedônio, Nikola Gruevski, informou a televisão pública britânica BBC. Numa demonstração de unidade, os manifestantes levaram bandeiras da Macedônia e da Albânia.

O protesto foi deflagrado pela revelação de que ministros espionaram figuras proeminentes da sociedade macedônia. Acontece uma semana depois de um confronto violento na cidade de Kunamovo em que morreram 14 rebeldes albaneses e oito policiais.

A tensão entre eslavos e albaneses na ex-república iugoslava da Macedônia é resultado da Guerra do Kossovo (1999), quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, bombardeou a Sérvia durante 78 dias para expulsar da província do Kossovo as forças do ditador Slobodan Milosevic, que estava massacrando a maioria albanesa.

Cerca de 70% dos 2 milhões de macedônios são eslavos e 30% de origem albanesa.

Presidente do Burúndi reaparece em público após golpe frustrado

O presidente Pierre Nkurunziza fez hoje sua primeira aparição em público depois da fracassada tentativa de golpe da quarta-feira passada no Burúndi, um país pequeno e pobre do centro da África. Em breve declaração diante do palácio presidencial em Bujumbura, ele declarou que não teme as ameaças da milícia terrorista somaliana Al Chababe (A Juventude).

O Burúndi participa da força de paz da União Africana liderada pelo Quênia para apoiar o governo provisório da Somália. Em retaliação, a milícia jihadista já atacou várias vezes no Quênia. Em 2 de abril de 2015, massacrou 148 pessoas na universidade de Garissa. Mas agora acusou Nkurunziza de desviar as atenções da tentativa de golpe para o inimigo externo

Em 13 de maio, quando o presidente participava de uma reunião da Comunidade da África Oriental na vizinha Tanzânia para discutir a crise no Burúndi, o general Godefroid Niyombare anunciou sua destituição depois de semanas de violentos protestos de rua contra a tentativa de Nkurunziza de concorrer a um terceiro mandato presidencial, violando o limite imposto pela Constituição.

Sem conseguir entrar em seu país na quinta-feira, Nkurunziza voltou para a Tanzânia, enquanto seus partidários resistiam ao golpe no Burúndi. Ele regressou ao país na sexta-feira. Nos últimos dias, mais de 100 mil burundeses fugiram do país temendo um reinício da guerra civil entre a maioria hutu e a minoria tútsi, que acabou em 2005 com a eleição indireta de Nkurunziza, um hutu.

Pela primeira eleição ter sido indireta, o presidente alega poder concorrer a um segundo mandato pelo voto popular, o que lhe daria três mandatos consecutivos.

Ontem, 17 golpistas presos foram apresentados à Justiça, mas não seu líder, que está foragido, apesar de sua prisão ter sido anunciada.

O general Niyombare foi o primeiro hutu a comandar o Exército, historicamente dominado pela minoria tútsi, a partir de 2006. Impôs a promoção por mérito e não por etnicidade, uma contribuição importante para a pacificação depois da guerra civil de 1993-2005.

Em 2012, Niyombare passou a ser o chefe do serviço secreto e principal assessor de segurança do presidente. Tinha sido demitido em fevereiro da chefia do serviço secreto burundês por se opor a um terceiro mandato para o presidente.

Diante da rebelião, o governo do Burúndi admite adiar as eleições parlamentares, previstas para 26 de maio, e a eleição presidencial, marcada para 26 de junho. Um líder da oposição sem relação com os golpistas convocou a população a voltar a sair às ruas para impedir a reeleição de Nkurunziza.

A crise no Burúndi é mais uma tentativa de presidentes da África de alterar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato. Em Burkina Fasso, uma revolta popular derrubou Blaise Compaoré em outubro de 2014. Denis Sassou-Nguesso, do Congo; Joseph Kabila, da República Democrática do Congo; e Paul Kagame, de Ruanda; estão de olho em mais mandato.

Em Uganda Yoweri Museveni usou suas maiorias parlamentares para mudar a Constituição e acabar com a limitação do número de mandatos.

sábado, 16 de maio de 2015

Comandos dos EUA matam líder do Estado Islâmico na Síria

Um comando de operações especiais dos Estados Unidos se infiltrou na região de Deir er-Zor, no Leste da Síria, e matou um dos principais comandantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Abu Sayyaf, uma espécie de ministro das Finanças do califado, responsável pelas vendas de petróleo e gás da milícia, anunciou hoje o secretário da Defesa, Ash Carter noticiou o jornal The New York Times.

Foi a primeira operação terrestre de forças dos EUA desde que o país entrou na guerra contra o Estado Islâmico, em agosto de 2014, e a primeira ação de comandos na Síria desde a tentativa frustrada de libertar, em julho do ano passado, o jornalista americano James Foley. A Força Delta tomou uma refinaria no Norte do país, mas o jornalista não estava lá. Foley foi degolado no mês seguinte.

Agora, na versão oficial do secretário, mais de 20 comandos da Força Delta saíram de uma base no Iraque em helicópteros Black Hawk e aviões V-22 Osprey, que decolam e pousam verticalmente. Os comandos foram até a casa de Sayaf em Amir, a pouco mais de 30 quilômetros de Deir er-Zor, perto do campo de petróleo de Omar, que ele administrava.

Houve troca de tiros e combate corpo a corpo, mas nenhum soldado americano foi ferido, o que suscita dúvidas. Nos julgamentos sobre violações dos direitos humanos, quando só há mortos e feridos de um lado, presume-se que não houve confronto mas que uma força esmagadora massacrou o inimigo.

Pelo menos 12 milicianos do Estado Islâmico foram mortos. Alvo da operação, Abu Sayaf era tunisiano e aderiu a Al Caeda no Iraque em 2003 para combater a invasão americana. A mulher de Abu Sayyaf, Umm, foi presa e levada para interrogatório no Iraque. Uma jovem yazidi de 18 anos mantida como escrava sexual foi libertada, acrescentou Carter.

O Conselho de Segurança Nacional dos EUA declarou que o presidente Barack Obama autorizou por telefone pessoalmente a ação com o apoio unânime de seus assessores e negou qualquer coordenação com a ditadura de Bachar Assad.

A morte de Abu Sayyaf é um golpe importante no Estado Islâmico. Acontece no momento em que a milícia terrorista avança na província majoritariamente sunita de Ambar, no Iraque, onde ontem tomou a sede do governo provincial em Ramadi. Mas mostra que os serviços secretos estão conseguindo rastrear os líderes do EI.

Na Síria, o Estado Islâmico já controla o Norte da cidade histórica de Palmira, uma encruzilhada das culturas grega, romana, árabe e persa considerada patrimônio cultural da humanidade ameaçada de destruição pelos jihadistas, que tentam apagar todo o passado não muçulmano das regiões conquistadas.

Egito condena à morte o ex-presidente Mursi

O ex-presidente Mohamed Mursi, único líder eleito democraticamente da história do Egito, e outros 105 militantes da Irmandade Muçulmana foram condenados hoje à pena de morte na forca por "homicídio e tentativa de homicídio" no ataque à prisão de Natroun, em 2011, noticia o jornal egípcio Ahram.

Mursi já havia sido condenado a 20 anos de prisão por incitar à violência, prisões arbitrárias e tortura durante conflitos entre islamitas e opositores a seu governo, em dezembro de 2012.

Ele foi eleito presidente em junho de 2012, depois da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, na chamada Primavera Árabe. Foi deposto em 3 de julho de 2013 por um golpe militar liderado pelo ditador Abdel Fattah al-Sissi.

A nova decisão será submetida à revisão do Grande Mufti do Egito, a mais alta autoridade religiosa do país. Ele tem até 2 de junho para se pronunciar. Se e pena for confirmada depois de recursos a tribunais superiores, será o primeiro presidente do Egito a ser executado.

"Este veredito é político, é um crime de homicídio que está para ser cometido e deve ser impedido pela comunidade internacional", declarou no exílio em Istambul o ex-ministro Amir Darrag, um dos fundadores do Partido da Justiça e Liberdade, o braço político da Irmandade.

Outros dirigentes da Irmandade Muçulmana, inclusive o supremo líder espiritual, Mohamed Badie, foram condenados à morte. O grupo foi banido como uma "organização terrorista".

Na denúncia, a promotoria acusou Mursi e seus companheiros de danificar e incendiar a prisão, homicídio, tentativa de homicídio, libertação de presos e roubo de armas. Mais de 800 islamitas se infiltraram no Egito vindo da Faixa de Gaza para atacar três prisões. Eles mataram vários policiais e sequestraram quatro.

Entre os presos soltos, havia militantes da Irmandade Muçulmana, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) palestinos e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), além de criminosos comuns.

Em outro caso, de espionagem, Mursi e outros 35 ativistas da Irmandade Muçulmana foram acusados de conspirar com forças estrangeiras, inclusive o Hamas, o Hesbolá e a Guarda Revolucionária do Irã, para desestabilizar o Egito.

As decisões do Grande Mufti não são de cumprimento obrigatório pela Justiça, mas costumam pesar. Em março de 2014, um tribunal de Mínia proferiu 529 sentenças de morte por homicídio e tentativa de homicídio. Depois da revisão, 37 foram mantidas e 492 convertidas em prisão perpétua.

No mês seguinte, o mesmo tribunal condenou 683 réus à morte. Só 183 foram confirmadas pela autoridade religiosa. Ambos os processos foram anulados por um tribunal de recursos e terão de começar de novo.

Agora, a Aliança Nacional de Apoio à Legitimidade, que defende a volta ao poder da Irmandade Muçulmana, "rejeita o princípio de processar o presidente eleito Mohamed Mursi". Em nota, acrescentou que as acusações de espionagem devem ser dirigidas aos "líderes do golpe militar" que "comprometeram a segurança do Egito diante de Israel".

A reaproximação com o Irã, o apoio ao Hamas e o clima de anarquia na Península do Sinai, onde proliferavam grupos jihadistas, levaram os Estados Unidos e Israel a apoiar o golpe militar.

O Hamas repudiou as condenações como "desafortunadas e chocantes", baseadas em "informações falsas". Na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan, um dos poucos líderes nacionais que apoiava Mursi e a Irmandade Muçulmana, também protestou: "O presidente do Egito eleito pelo povo foi infelizmente condenado à morte. O Egito está voltando a ser o velho Egito", lamentou, em comício em Istambul. Erdogan acusou o Ocidente de "fazer vistas grossas" para o golpe de 2013.

Oposição civil convoca novos protestos no Burúndi

O líder de um grupo de oposição civil no Burúndi, Gordien Niyungeko, conclamou a população a sair às ruas e manter os protestos contra o presidente Pierre Nkurunziza, que acaba de sobreviver a uma tentativa de golpe militar. Todos os quatro generais golpistas estão presos.

A polícia chegou atirar nos manifestantes, acusados de cumplicidade com os rebeldes. Niyungeko alega não ter nada a ver com o golpe fracassado no pequeno e pobre país do centro da África.

A revolta popular começou há três semanas, quando o presidente anunciou a intenção de concorrer a um terceiro mandato, violando o limite imposto pela Constituição. O Tribunal Constitucional o autorizou, sob o argumento de que sua primeira eleição, em 2005, foi indireta. Mas multidões tomaram as ruas.

Em 13 de maio de 2015, quarta-feira, o general Godefroid Niyombare anunciou o golpe, quando Nkurunziza estava na Tanzânia, onde discutiu a crise numa reunião dos países da Comunidade da África Oriental. Os golpistas tentaram impedi-lo de voltar ao país, mas enfrentaram feroz resistência das forças de segurança legalistas.

Na quinta-feira, o presidente reassumiu o poder. Niyombare foi o último líder golpista a ser preso. Pelo menos cinco pessoas morreram na tentativa de golpe.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ex-governador do Texas volta à corrida à Casa Branca

Apesar do fracasso de 2012, o ex-governador do Texas Rick Perry vai lançar dia 4 de junho sua campanha pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016, noticiou hoje o jornal Dallas Morning News.

A rede de televisão CBS confirmou e mulher de Perry, Anita, fez um convite no Twitter para um evento em Dallas no próximo dia 4.

Será a segunda tentativa de Perry de chegar à Casa Branca. Em 2012, sua campanha teve um início promissor. Estava bem nas pesquisas, arrecadando muito dinheiro. Naufragou depois de uma série de gafes.

Na disputa entre os candidatos republicanos para ver quem diminui mais a máquina do Estado, Perry prometeu fechar três ministérios e agências do governo federal dos EUA. Ao ser questionado num debate, não soube dizer quais seriam.

Bill e Hillary Clinton ganharam mais de US$ 30 milhões desde 2014

O ex-presidente Bill Clinton e a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, favorita na eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos, ganharam mais de US$ 25 milhões por mais de cem palestras desde o início do ano passado, revelaram hoje os jornais The Washington Post e The Wall Street Journal. Hillary ainda levou US$ 5 milhões em direitos autorais pelo livro Hard Choices (Escolhas Difíceis). Ao todo, são R$ 90 milhões.

A campanha de Hillary se apressou em divulgar as cifras, que colocam o casal Clinton entre as rendas mais altas do 1% mais rico no momento em que ela lança uma campanha eleitoral baseada na defesa dos pobres e da classe média que luta para manter o status.

O ex-presidente alega que a maior parte do dinheiro vai para a Fundação Clinton. A instituição faz programas beneficentes pelo mundo em desenvolvimento e recebe dinheiro, inclusive de governos antidemocráticos do Oriente Médio como a Arábia Saudita e as outras monarquias petroleiras árabes.

Ao deixar o Departamento de Estado no fim do primeiro governo Barack Obama, no início de 2013, Hillary declarou que ela e o marido tiveram uma renda bruta de US$ 16,7 milhões em 2012. Em 2001, quando Bill Clinton deixou a Casa Branca e Hillary disse que a família estava falida, o casal faturou US$ 15,1 milhões.

Sem perder a oportunidade, o porta-voz do comitê executivo nacional do Partido Republicano, Sean Spicer, acusou Hillary de viver "fora da realidade" do cidadão comum. "De "mortalmente falida, ela passou a ganhar US$ 250 mil por palestras de meia hora", ironizou. Ela já está cobrando US$ 300 mil, quase R$ 900 mil.

Estado Islâmico avança na província de Ambar

Num ataque lançado ontem à noite com a explosão de seis carros-bomba por terroristas suicidas, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante tomou hoje a sede do governo da província de Ambar, depois de intensos combates na capital, Ramadi, noticiou a agência Reuters.

Pelo menos 50 soldados e policiais iraquianos foram mortos. Os Estados Unidos contra-atacaram bombardeando pelo menos oito vezes posições do Estado Islâmico em Ramadi.

A noroeste de Ramadi, o Estado Islâmico conquistou a cidade de Juba, onde haveria centenas de assessores militares americanos. Mais cedo, a milícia extremista muçulmana garantiu o controle de uma área a leste da cidade de Faluja depois de uma batalha em que 200 soldados iraquianos foram mortos e 59 capturados.

Al Chababe toma duas cidades da Somália

A milícia extremista muçulmana Al Chababe (A Juventude) tomou duas cidades, Audigle e Mubarak, da região da Baixa Chabele, na Somália, informou hoje a agência de notícias Bloomberg. Um comandante rebelde não identificado disse que pelo menos 10 soldados do governo provisório foram mortos.

Fruto de uma fusão da milícia fundamentalista somaliana União dos Tribunais Islâmicos com a rede Al Caeda no Quênia, Al Chababe chegou a dominar a maior parte da Somália até 2011, quando uma força internacional de paz da União Africana entrou no país com mandato das Nações Unidas para sustentar o governo provisório.

É o maior grupo terrorista da África Oriental. Em sua luta contra o Quênia, matou 148 pessoas na universidade de Garissa em 2 de abril de 2015.

Sob intensa pressão internacional por causa dessa e outras atrocidades, alvo de bombardeios dos Estados Unidos, vários comandantes da Chababe foram mortos nos últimos anos. Outros se renderam, aceitando a anistia proposta pelo governo.

A Somália não tem um governo estável desde a queda em 1991 do ditador Mohamed Siad Barre, que mudou de lado durante a Guerra Fria e foi abandonado no fim do conflito. No Norte do país, a antiga Somália Britânica, hoje chamada de Somalilândia, funciona na prática como um país independente, mas não é reconhecida internacionalmente.

Venezuela faz o que Chile de Pinochet não fez

O ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González "não será bem-vindo" à Venezuela em sua missão para defender os principais líderes da oposição presos pelo regime chavista, Leopoldo López e Antonio Ledezma, advertiu o Ministério das Relações Exteriores em mensagem à Embaixada da Espanha em Caracas.

Nem o general Augusto Pinochet, maior símbolo dos ditadores de direita da América Latina durante a Guerra Fria, chegou a tanto. Quando era primeiro-ministro, González foi ao Chile e conseguiu ver presos políticos da ditadura pinochetista.

González chega segunda-feira a Caracas e pretende ver López e Ledezma. A julgar carta do governo Nicolás Maduro, não vai conseguir. Ele é acusado pelo regime fascistoide da Venezuela de "se caracterizar por tornar públicas suas posições antivenezuelanas e antibolivaristas, e assumiu a tarefa de se juntar à campanha contra a terra onde nasceram os libertadores que lutaram pela independência contra o colonialismo espanhol."

Por este motivo, "o governo da República Bolivarista da Venezuela não o considera bem-vindo e não lhe dará qualquer apoio, deixando qualquer ação que possa tomar sob sua inteira responsabilidade", diz o comunicado, citado pelo jornal Latin American Herald Tribune.

A ditadura chavista vai além, "sugere ao cidadão Felipe González que, se estiver interessado na defesa dos direitos humanos, que na Venezuela são amplamente garantidos, que se ocupe da defesa dos 500 mil espanhóis que foram despejados e expulsos de suas casas" na Espanha.

Durante visita ao Brasil em defesa de seus maridos, as mulheres de López e Ledezma tentaram ser recebidas em audiência pela presidente Dilma Rousseff, mas não conseguiram. O governo brasileiro continua apoiando a ditadura chavista na Venezuela.

Entre as últimas arbitrariedades do regime, donos de jornais estão impedidos de sair do país por reproduzirem notícia do jornal espanhol ABC em que um ex-agente venezuelano acusou o presidente da Assembleia Nacional e número dois do regime, Diosdado Cabello, de colaborar com o tráfico internacional de drogas.

Terrorista da Maratona de Boston é condenado à morte

O terrorista Djokhar Tsarnaev, condenado pelo atentado terrorista contra a Maratona de Boston, nos Estados Unidos, em 15 de abril de 2013, foi sentenciado hoje à pena de morte depois de 14 horas de deliberações do tribunal do júri, noticiou há pouco a rede de televisão americana CNN.

Ainda cabe recurso, mas o especialista em direito da CNN Jeffrey Toobin observou que na maioria dos casos a pena de morte não é revogada: "É muito mais provavél que ele seja morto". O estado de Massachusetts, onde Boston é a capital, não condena à morte. Mas, como foi um ato de terrorismo, Djokhar foi julgado com base na lei federal.

Três pessoas morreram e 266 saíram feridas quando os irmãos Tsarnaev explodiram duas bombas caseiras improvisadas em panelas de pressão perto da chegada da maratona, no centro de Boston, há dois anos. Muçulmanos com origem na república russa da Chechênia, eles tinham se naturalizado americanos.

Um policial foi morto três dias depois, durante a perseguição aos terroristas, quando o FBI, a polícia federal dos EUA, revelou suas identidades. O irmão mais velho e mentor do ataque, Tamerlan Tsarnaev, morreu em confronto com a polícia quatro dias depois do atentado, em 19 de abril.

A defesa tentou jogar toda a maior culpa no irmão morto, alegando que Djokhar foi manipulado e não merece ser executado. Era a esperança de trocar a morte por prisão perpétua.

Djokhar foi condenado por todas as 30 acusações da denúncia; 17 podem ser punidas com a morte. Seis foram usadas para justificar a decisão de hoje.

Ao ouvir a sentença, ele não expressou qualquer emoção. Se o apelo não for aceito, será executado com uma injeção letal. Antes de se esgotarem todos os recursos possíveis, devem se passar ao menos quatro anos.

Desemprego aumenta número de mortes por câncer de próstata

Os efeitos negativos de uma crise econômica geralmente são analisados pelos seus impactos econômicos, sociais e psicológicos. Agora, os pesquisadores estão examinando o impacto sobre a saúde. De acordo com um novo estudo, o aumento no desemprego eleva significativamente a mortalidade por câncer da próstata.

É a primeira pesquisa a explorar sistematicamente as consequências do desemprego de 1990 a 2009, especialmente da Grande Recessão de 2008-9, sobre uma doença tratável como o câncer de próstata. Depois de um aumento de um ponto percentual na taxa de desemprego, o efeito permanece por ao menos cinco anos, concluiu o médico Johnathan Watkins, do King's College de Londres.

Nos países industrializados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), o câncer de próstata é responsável por um sexto das mortes por câncer em homens.

Um dos objetivos da pesquisa foi verificar se os pacientes desempregados não pertenciam a grupos com maior tendência de morrer de câncer na próstata. Aparentemente não. Os cientistas tentaram controlar os outros fatores capazes de contribuir para a morte como situação econômica infraestrutura, recursos dos hospitais e gastos com saúde.

A crise econômica levou vários países a adotar políticas de cortes de gastos públicos e aumentos de impostos, o chamado ajuste fiscal, para equilibrar as contas públicas. Costuma ser associada a uma deterioração da saúde, com aumento no número de suicídios, depressão, maior incidência de doenças infectocontagiosas e alta na mortalidade.

"Há duas conclusões deste estudo", resumiu Watkins. "Primeiro, as políticas de apoio ao emprego podem ter um efeito positivo nas taxas de mortalidade de doenças tratáveis como o câncer na próstata. Segundo, os profissionais de saúde devem estar atentos aos riscos adicionais causados pelo desemprego e facilitar o acesso aos cuidados de saúde para desempregados."

O relatório da pesquisa está disponível na revista científica digital ecancermedicalscience, do Instituto Europeu de Oncologia.

Rei do blues B. B. King morre aos 89 anos

O cantor e guitarrista americano Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, o Rei do Blues, morreu ontem às 21h40 aos 89 anos em Las Vegas, nos Estados Unidos (1h40 de hoje em Brasília), anunciou seu advogado, Brent Bryson, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).

Seu prenome artístico, B. B., de Blues Boy, King ganhou no fim dos anos 1940s, quando animava um programa de uma rádio de Memphis, no Tennessee. O sobrenome de rei é de família. Era provavelmente o músico de blues mais famoso do mundo, um embaixador da música que nasceu do lamento dos escravos nas plantações de algodão do Sul dos EUA.

Doutor honorário da Universidade de Yale, King ganhou 15 prêmios Grammy e a Medalha da Liberdade, a mais alta condecoração civil do país. Mas recusava o título de Rei do Blues.

B. B. King nasceu em 16 de setembro de 1925 em Itta Bena, uma fazenda de algodão próxima da cidade de Indianola, no estado do Mississípi, no Sul dos EUA. Foi criado pela avó até os nove anos, quando ela morreu.

O primeiro contato com a música veio nos cantos do trabalho e da Igreja. Aos 14 anos, ganhou a primeira guitarra. Em 1943, ele começou a trabalhar na lavoura de algodão. Durante o serviço militar, King conheceu o jazz. Logo começou a tocar e cantar na rua.
Em maio de 1946, King decidiu viver da música e foi para Memphis, mas teve de voltar à lavoura antes de conseguir trabalho regular em Memphis, em 1948, num clube noturno e na rádio onde virou B. B.

Seu estilo característico, em que a guitarra é "um verdadeiro prolongamento da voz", nas palavras do biógrafo Sébastian Danchin, se define a partir do lançamento de Blind Love (Amor Cego), gravada em junho de 1953. Influenciou músicos como os Rolling Stones, Jimmy Page, Eric Clapton, John Mayall e Johnny Winter. Seu maior sucesso, The Thrill is Gone (A Emoção se Foi), foi lançado em dezembro de 1969.

Confira um grande show em 2011 no Royal Albert Hall, em Londres, com a participação de Ronnie Wood, guitarrista dos Stones, e Mick Hucknall, vocalista do Simply Red, entre outros amigos do Rei do Blues. Tem outra gravação fantástica com Jimi Hendrix em show no Generation Club, em Nova York, em 1968, mas só de áudio.

General golpista reconhece a derrota no Burúndi

O general Cyrille Ndayiukiye, vice-líder do movimento golpista, admitiu ontem à noite que a tentativa de derrubar o governo do Burúndi fracassou. Horas antes, o presidente Pierre Nkurunziza havia anunciado sua volta ao país no Twitter, enquanto militares leais reassumiam o controle dos meios de comunicação.

"Pessoalmente, reconheço que nosso movimento fracassou. Encontramos uma grande determinação dos militares para sustentar o sistema de poder", declarou Ndayirukiye à Agência France Presse (AFP), citada no sítio da rádio France Info. Os golpistas se renderam.

Na madrugada desta sexta-feira pela hora local, o líder golpista, Godefroid Niyombare, anunciou: "Decidimos nos render. Espero que não nos matem", ele disse antes de ser preso pelas forças legalistas.

A crise começou há três semanas, quando Nkurunziza anunciou a intenção de concorrer a um terceiro mandato presidencial, violando a Constituição, o que deflagrou uma onda de protestos de rua. Quando o general Godefroid Niyombare anunciou o golpe há dois dias, uma multidão saiu às ruas para festejar.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

"Teu irmão criou o Estado Islâmico", diz estudante a Jeb Bush

A Guerra do Iraque persegue a dinastia Bush. Ao fazer palestra hoje na Universidade de Nevada em Reno, o ex-governador Jeb Bush enfrentou um daqueles confrontos a que está sujeito quem concorre à Presidência dos Estados Unidos: "Teu irmão criou o ISIS" (sigla em inglês do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, gritou uma estudante do fundo da sala.

Depois da palestra, Jeb dava autógrafos quando Ivy Ziedrich, de 19 anos, uma estudante de ciência política e militante do Partido Democrata, perguntou: "Governador Bush, você responderia a uma pergunta de uma estudante?"

Durante o evento, ao criticar a política externa do governo Barack Obama, Jeb atribuiu o poderio do Estado Islâmico à retirada dos EUA do Iraque. A jovem atribuiu à decisão do então presidente George W. Bush de dissolver o Exército de Saddam Hussein.

"Foi quando 30 mil homens das Forças Armadas do Iraque foram dispensados. Eles ficaram sem emprego, sem renda e tinham acesso a armas", argumentou Ziedrich, citada pelo jornal The New York Times. E disparou: "Teu irmão criou o ISIS."

Jeb Bush foi irônico: "Tudo bem. Isto é uma pergunta?"

Ivy manteve o tom de desafio: "Você não precisa ser pedante comigo."

"Pedante? Uau!", reagiu Bush.

A menina apresentou sua perguntas: "Por que você diz que o ISIS foi criado por não termos uma presença no Oriente Médio quando são guerras sem sentido onde enviamos jovens americanos para morrer em nome do excepcionalismo dos EUA? Por que você usa uma retórica nacionalista para nos envolver em mais guerras?"

Jeb respondeu: "Discordamos respeitosamente. Temos uma divergência. Quando deixamos o Iraque, a segurança estava organizada, Al Caeda estava fora de combate. Havia um sistema frágil que poderia ser fortalecido para combater a violência sectária."

Ele acrescentou: "Tínhamos um acordo que o presidente poderia ter assinado para manter 10 mil soldados, menos do que temos na Coreia, que poderia ter criado a estabilidade para permitir o progresso do Iraque. O resultado é que ocorreu o contrário. Imediatamente, o vazio foi preenchido."

E concluiu: "Olha, você pode reescrever a história como quiser, mas o fato é que é um lugar muito mais instável porque os EUA se retiraram."

Dias atrás, Jeb Bush afirmou que com base nos relatórios de inteligência a que o irmão tinha acesso em 2003 tanto ele quanto a candidata democrata Hillary Clinton teriam invadido o Iraque. Agora, declarou que com as informações de que dispõe hoje não teria ido à guerra.

Estado Islâmico ameaça cidade histórica síria de Palmira

Os combates entre o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e as forças leais à ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria se aproximam das ruínas da antiga cidade de Palmira, do tempo do Império Romano, considerada patrimônio histórico e cultural da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).

A guerra está a dois quilômetros de Palmira, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres, citado pela Agência France Presse.

Neste momento, uma conferência internacional realizada no Cairo avalia os prejuízos causados pelo Estado Islâmico ao destruir as ruínas das cidades históricas de Nimrod e Hatra. Se Palmira cair, não será diferente.

"O sítio já sofreu com quatro anos de conflito, sofreu pilhagem. Representa um tesouro insubstituível para o povo sírio e para o mundo", declarou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.

O salafismo, ideologia dos jihadistas do Estado Islâmico, considera heresia a representação de animais e seres humanos. Sua política é de terra arrasada. Saqueia o que puder vender para financiar a guerra e destrói o resto.

Resultado do golpe militar no Burúndi ainda é incerto

Com combates nas ruas da capital, Bujumbura, durante o dia de hoje, a situação no pequeno e miserável Burúndi, um país do Centro da África, ainda é incerta. Pelo Twitter, o presidente Pierre Nkurunziza declarou estar de volta ao país e agradeceu ao Exército e a Polícia pela lealdade, mas isso não está confirmado.

O comandante em chefe das Forças Armadas, general Prime Niyongabo, declarou que o golpe militar fracassou e as forças leais ao presidente retomaram o controle da capital, noticiou o sítio turco World Bulletin.

Ao mesmo tempo, a Tanzânia revelou que Nkurunziza não tinha conseguido entrar no Burúndi depois de participar de uma reunião da Comunidade da África Oriental na capital tanzaniana, onde passou a noite, divulgou a revista digital queniana Africa Review.

Na capital, os principais combates foram travados pelo controle dos meios de comunicação. No início da tarde, a rádio estatal estava fora do ar, informou a edição digital do jornal egípcio Ahram, mas já teria sido retomada pelo governo.

Depois de semanas de violentos protestos de rua contra a tentativa do presidente de se candidatar a um terceiro mandato, violando o limite constitucional, o general Godefroid Niyombare anunciou o golpe militar.

FARC pedem inclusão do ELN nas negociações de paz

O maior grupo guerrilheiro colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), pediram ao governo a inclusão do Exército de Libertação Nacional (ELN) nas negociações de paz em andamento em Havana há dois anos e meio, informa a televisão pública britânica BBC. Para os críticos do processo de paz, é mais uma jogada para ganhar tempo.

Na segunda-feira, o presidente Juan Manuel Santos revelou ter facilitado o contato entre os dois maiores grupos guerrilheiros do continente. O governo negocia secretamente com o ELN há mais de um ano, sob pressão do ex-presidente Álvaro Uribe, que acusa o sucessor de "rendição".

"Acreditamos que não apenas para nós como movimento revolucionário é necessário e urgente que o ELN seja trazido para as negociações de paz. Também é necessário para o governo e o povo colombianos. É uma medida prática e correta a tomar", declarou em carta o comandante em chefe das FARC, Rodrigo Londoño Echeverri, que usa os nomes de guerra Timoleón Jiménez ou Timochenko.

Para o líder do ELN, Nicolás Rodríguez Bautista, de nome de guerra Gabino, "temos acordo em cerca de 80% da agenda, faltam uns 20% que ainda não foram colocados na mesa".

Uma questão central que emperra o processo de paz é se os guerrilheiros receberão uma anistia ampla ou terão de responder pelos crimes cometidos. "É um absurdo pensar que teremos de cumprir sentenças de prisão por buscar uma solução política para o conflito", argumentou Gabino em entrevista à agência de notícias Reuters.

Tanto as FARC como o ELN foram criados oficialmente em 1964, depois de um período da história da Colômbia conhecido como La Violencia, deflagrado pelo assassinato do candidato liberal à Presidência Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948. Entre 200 a 300 mil pessoas foram mortas e a esquerda foi para a clandestinidade. As FARC eram o braço armado do proscrito Partido Comunista Colombiano, de orientação soviética, enquanto o ELN foi inspirado pela revolução cubana.

Depois do ataque das FARC que matou 11 soldados colombianos na província de Cauca, em 15 de abril de 2015, o ex-comandante da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de El Salvador, Joaquín Villalobos publicou artigo no jornal espanhol El País deplorando a ação da guerrilha colombiana como um "autogolpe".

"O ataque a Cauca foi militarmente covarde e politicamente torpe. Foi na realidade um autogolpe. O rechaço da opinião pública colombiana às FARC é enorme, a ponto de tornar extremamente difícil para o governo negociar em Havana. Com esse tipo de ataques, a insurgência põe em risco o único caminho para sair da guerra e entrar na política", adverte Villalobos.

Outro erro grave, na sua opinião, foi o momento escolhido para o ataque: "Como ocorreu às FARC realizar esse ataque poucas horas depois de Obama anunciar a intenção de tirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo? Como não pensaram nas implicações políticas, quando 40 de seus dirigentes vivem abertamente em Havana?"

O ex-comandante da FMLN insiste em que a guerrilha só perdeu com o ataque: "Matar 11 militares a esta altura do processo de paz, rompendo com a própria palavra empenhada [num cessar-fogo unilateral declarado em dezembro de 2014], não modifica a correlação de forças em seu favor, pelo contrário, os debilita, diminui sua credibilidade, aumenta a impopularidade, trai o apoio de Cuba à paz, os isola mais internacionalmente, complica os esforços do governo colombiano para inibir ações no Tribunal Penal Internacional (TPI) e dificulta o cenário político, que é agora infinitamente mais importante do que os tiros. O futuro é da política e na política contam credibilidade, apoio popular, alianças e capacidade de comunicação."

Não há alternativa, alerta o ex-comandante salvadorenho: "Por acaso, as FARC e o ELN acreditam que se continuarem a guerra haverá uma revolução na Colômbia? Creem que poderão formar um exército que derrotará as Forças Armadas? Milhões de latino-americanos votaram em governos e forças de esquerda em todos os países, enquanto os Estados Unidos e Cuba estão encerrando o conflito." A Guerra Fria na América Latina acabou.

"Neste contexto", conclui Villalobos, hoje estrategista político, "a persistência das guerrilhas colombianas em continuar a luta armada as converte em forças reacionárias que ajudam a encarnar o medo da esquerda e no principal obstáculo para que ela avance na Colômbia. Nenhuma barbaridade sofrida ou ocorrida no passado justifica ser politicamente tão torpe e continuar armado e matando. Barbaridades iguais ou piores aconteceram em países onde hoje governam as esquerdas. O processo de paz a esta altura é um caminho sem retorno, pretender voltar ao conflito é um suicídio, o sensato é acelerá-lo. Tanto as FARC como o ELN deveriam se dar conta de que agora matar ou morrer já não lhes serve para nada."

Bulgária envia tropas para a fronteira da Macedônia

O primeiro-ministro Boiko Borissov comunicou ao Parlamento da Bulgária ontem o envio de tropas à fronteira com a ex-república iugoslava da Macedônia para impedir a entrada em massa de refugiados, noticiou o jornal digital EU Observer.

A tensão aumentou na Macedônia depois de um confronto da polícia com militantes da minoria albanesa que terminou com 22 mortes, de 14 albaneses e oito policiais, em 10 de maio de 2015. É mais um conflito étnico na região dos Bálcãs decorrente das guerras que destruíram a Iugoslávia no fim do século 20.

Borissov declarou que a Macedônia está pronta a receber cerca de 90 mil macedônios com passaportes búlgaros, mas está preocupado com os riscos de agitação social, violência e terrorismo. Teme uma crise humanitária no país vizinho. Um terço dos 2 milhões de macedônios é de origem albanesa.

Sob pressão, o primeiro-ministro macedônio, Nikola Gruevski, denunciou a infiltração de terroristas vindos de um país vizinho para desestabilizar a Macedônia. Ontem, a ministra do Interior, Gordana Jankulova, e o chefe do serviço secreto, Sasso Mijalkovski, pediram demissão sob acusações de escuta telefônica ilegal e intimidação de jornalistas.

A Macedônia sofreu um forte impacto com a Guerra do Kossovo, em 1999, quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardeou a Sérvia durante 78 dias para obrigar as forças do ditador Slobodan Milosevic a se retirar da província do Kossovo, onde estavam massacrando a maioria albanesa.

O conflito entre eslavos e albaneses se alastrou para a Macedônia. Em 2001, houve um acordo entre a maioria eslava e guerrilheiros albaneses. Ex-combatentes do Exército de Libertação do Kossovo faziam parte do grupo que entrou em conflito com a polícia macedônia no domingo passado.

A Bulgária considera a Macedônia um país irmão. Ambos usam o alfabeto cirílico e conseguem se entender. Os búlgaros consideram o macedônio uma variação de sua língua, mas as relações entre os dois países se agravaram nos últimos meses.

O governo búlgaro quer assinar um tratado bilateral para resolver questões potencialmente litigiosas, como a exigência de que reconheça a existência de uma "minoria macedônia" na Bulgária e os direitos dos búlgaros na Macedônia.

Sem um tratado, a Bulgária vai vetar a abertura de negociações para a entrada da Macedônia na União Europeia, bloqueadas pela Grécia há cinco anos. A Grécia exige a mudança do nome do país para que a Macedônia não reivindique a soberania sobre a província grega chamada Macedônia.