sexta-feira, 15 de maio de 2015

Venezuela faz o que Chile de Pinochet não fez

O ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González "não será bem-vindo" à Venezuela em sua missão para defender os principais líderes da oposição presos pelo regime chavista, Leopoldo López e Antonio Ledezma, advertiu o Ministério das Relações Exteriores em mensagem à Embaixada da Espanha em Caracas.

Nem o general Augusto Pinochet, maior símbolo dos ditadores de direita da América Latina durante a Guerra Fria, chegou a tanto. Quando era primeiro-ministro, González foi ao Chile e conseguiu ver presos políticos da ditadura pinochetista.

González chega segunda-feira a Caracas e pretende ver López e Ledezma. A julgar carta do governo Nicolás Maduro, não vai conseguir. Ele é acusado pelo regime fascistoide da Venezuela de "se caracterizar por tornar públicas suas posições antivenezuelanas e antibolivaristas, e assumiu a tarefa de se juntar à campanha contra a terra onde nasceram os libertadores que lutaram pela independência contra o colonialismo espanhol."

Por este motivo, "o governo da República Bolivarista da Venezuela não o considera bem-vindo e não lhe dará qualquer apoio, deixando qualquer ação que possa tomar sob sua inteira responsabilidade", diz o comunicado, citado pelo jornal Latin American Herald Tribune.

A ditadura chavista vai além, "sugere ao cidadão Felipe González que, se estiver interessado na defesa dos direitos humanos, que na Venezuela são amplamente garantidos, que se ocupe da defesa dos 500 mil espanhóis que foram despejados e expulsos de suas casas" na Espanha.

Durante visita ao Brasil em defesa de seus maridos, as mulheres de López e Ledezma tentaram ser recebidas em audiência pela presidente Dilma Rousseff, mas não conseguiram. O governo brasileiro continua apoiando a ditadura chavista na Venezuela.

Entre as últimas arbitrariedades do regime, donos de jornais estão impedidos de sair do país por reproduzirem notícia do jornal espanhol ABC em que um ex-agente venezuelano acusou o presidente da Assembleia Nacional e número dois do regime, Diosdado Cabello, de colaborar com o tráfico internacional de drogas.

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