Em meio à sua pior crise desde a ascensão à Presidência do coronel Hugo Chávez, o governo da Venezuela deve anunciar em breve uma mudança nos mecanismos de câmbio, acabando com a taxa absolutamente irreal de 6,30 bolívares por dólar quando a cotação no mercado paralelo chegou hoje a 392,24, informou hoje o jornal venezuelano Panorama.
Desde novembro, não há leilões do Sistema Complementar de Administração de Divisas (Sicad) e o Sistema Marginal de Divisas (Simadi), que pretende seguir a cotação do mercado paralelo, só vendeu US$ 100 milhões mensais. Sua cotação atual está em quase 200 bolívares por dólar.
A escassez de moedas fortes ampliou o mercado negro levando o dólar a valor quase duas vezes isso e o euro 435,32 bolívares.
Há um ano e meio, o coordenador do curso de graduação em economia política da Universidade Bolivarista da Venezuela, Pablo Giménez ouve o presidente Nicolás Maduro falar em mudar o sistema de câmbio: "Quanto mais mecanismos haja, mais efeitos negativos vai haver. Qualquer coisa que o Executivo venha a fazer deve ser o mais simples possível."
A irracionalidade econômica do "socialismo do século 21" levou um dos maiores produtores de petróleo do mundo a ficar sem dinheiro para importar produtos básicos. Falta tudo na Venezuela: carne, leite, óleo comestível, farinha de trigo, medicamentos, camisinha, papel higiênico. A lista é muito maior.
O câmbio é apenas um dos problemas gerados pelo caos econômico implantado pelo "socialismo do século 21".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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