Um comando de operações especiais dos Estados Unidos se infiltrou na região de Deir er-Zor, no Leste da Síria, e matou um dos principais comandantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Abu Sayyaf, uma espécie de ministro das Finanças do califado, responsável pelas vendas de petróleo e gás da milícia, anunciou hoje o secretário da Defesa, Ash Carter noticiou o jornal The New York Times.
Foi a primeira operação terrestre de forças dos EUA desde que o país entrou na guerra contra o Estado Islâmico, em agosto de 2014, e a primeira ação de comandos na Síria desde a tentativa frustrada de libertar, em julho do ano passado, o jornalista americano James Foley. A Força Delta tomou uma refinaria no Norte do país, mas o jornalista não estava lá. Foley foi degolado no mês seguinte.
Agora, na versão oficial do secretário, mais de 20 comandos da Força Delta saíram de uma base no Iraque em helicópteros Black Hawk e aviões V-22 Osprey, que decolam e pousam verticalmente. Os comandos foram até a casa de Sayaf em Amir, a pouco mais de 30 quilômetros de Deir er-Zor, perto do campo de petróleo de Omar, que ele administrava.
Houve troca de tiros e combate corpo a corpo, mas nenhum soldado americano foi ferido, o que suscita dúvidas. Nos julgamentos sobre violações dos direitos humanos, quando só há mortos e feridos de um lado, presume-se que não houve confronto mas que uma força esmagadora massacrou o inimigo.
Pelo menos 12 milicianos do Estado Islâmico foram mortos. Alvo da operação, Abu Sayaf era tunisiano e aderiu a Al Caeda no Iraque em 2003 para combater a invasão americana. A mulher de Abu Sayyaf, Umm, foi presa e levada para interrogatório no Iraque. Uma jovem yazidi de 18 anos mantida como escrava sexual foi libertada, acrescentou Carter.
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA declarou que o presidente Barack Obama autorizou por telefone pessoalmente a ação com o apoio unânime de seus assessores e negou qualquer coordenação com a ditadura de Bachar Assad.
A morte de Abu Sayyaf é um golpe importante no Estado Islâmico. Acontece no momento em que a milícia terrorista avança na província majoritariamente sunita de Ambar, no Iraque, onde ontem tomou a sede do governo provincial em Ramadi. Mas mostra que os serviços secretos estão conseguindo rastrear os líderes do EI.
Na Síria, o Estado Islâmico já controla o Norte da cidade histórica de Palmira, uma encruzilhada das culturas grega, romana, árabe e persa considerada patrimônio cultural da humanidade ameaçada de destruição pelos jihadistas, que tentam apagar todo o passado não muçulmano das regiões conquistadas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 16 de maio de 2015
Comandos dos EUA matam líder do Estado Islâmico na Síria
Marcadores:
Ash Carter,
comandos,
Conselho de Segurança Nacional,
Estado Islâmico do Iraque e do Levante,
EUA,
Guerra Civil,
operações especiais,
Pentágono,
Síria,
Terrorismo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário