segunda-feira, 11 de maio de 2015

Novo rei da Arábia Saudita rejeita convite de Obama

Num sinal de descontentamento com as negociações nucleares entre os Estados Unidos e o Irã, o novo rei da Arábia Saudita, Salman ben Abdul Aziz al-Saud, não vai participar de uma reunião nos dias 13 e 14 de maio com as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico convocada pelo presidente Barack Obama, informa o jornal The New York Times

Até sexta-feira, a Casa Branca contava com a presença de Salman, que talvez ligue para Obama hoje para se explicar. Os países do Golfo querem, na reunião a ser realizada em Camp David, na casa de campo dos presidentes americanos, garantias de segurança dos EUA contra a expansão do Irã.

As grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha estão negociando até 30 de junho de 2015 um acordo para desarmar o programa nuclear do Irã e evitar que o país faça bomba atômicas. Israel e os países árabes não acreditam no compromisso do regime fundamentalista iraniano com o desarmamento nuclear.

No domingo, a agência oficial saudita revelou que o país será representado pelos recém-promovidos a primeiro príncipe herdeiro, o ministro do Interior, Mohamed ben Nayef; e segundo príncipe herdeiro, o ministro da Defesa, Mohamed ben Salman, filho do novo rei.

O rei do Bahrein, Hamad ben Issa al-Khalifah, também não vai. Com problemas de saúde, o sultão de Omã e o presidente dos Emirados Árabes Unidos nunca foram esperados. Os outros convidados são os emires do Kuwait e do Catar, que seguem hoje para Washington.

Para o governo Obama, a reunião visa a reassegurar os árabes de que os EUA não estão se retirando do Oriente Médio nem se acomodando diante de uma expansão crescente da influência do Irã no Bahrein, no Iraque, na Síria, no Líbano e no Iêmen.

As monarquias petroleiras também estão insatisfeitas com uma entrevista recente de Obama a Thomas Friedman, do NY Times. O presidente advertiu que certos países deveriam se preocupar com ameaças internas como "populações alienadas, jovens subempregados, uma ideologia destrutiva e niilista e, em alguns casos, uma sensação de que não há saída política legítima para expressar insatisfação".

Por causa do compromisso com a segurança de Israel, é improvável que os EUA assinem um tratado de defesa mútua com os países do Golfo, que teria de ser aprovado pelo Congresso. Mais provável é a venda de sistemas de defesa americanos de alta tecnologia.

A ausência do novo sultão dará a oportunidade aos EUA de avaliar os novos príncipes herdeiros nomeados por Salman, que representam uma mudança de gerações na política saudita.

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